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Tenente da PM determinou execução de traficante em 2017, revela MPE

Policiais presos em Operação do Ministério Público são suspeitos de participar do crime; informação foi dada em primeira mão pela Gazetaweb

Um cabo, um soldado da PM e uma terceira pessoa, presos temporariamente, durante a operação Expurgo, desencadeada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), teriam participado do latrocínio que vitimou o suposto traficante João Pereira da Silva, conhecido como "Joãozinho", ocorrido em 2017. Além deles, o tenente Tiago da Silva Duarte, que está preso desde janeiro deste ano, é apontado, pelo MPE, como o mandante do crime.

Na última terça-feira (8), aGazetawebdeu, em primeira mão, a notícia da prisão dos militares Manoel Felipe Júnior, Marcelo Acioli Costa - lotados no Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran). Além deles, Neilson Santos Dantas foi preso após cumprimento de mandado de prisão, busca e apreensão, cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Maceió. Os militares foram encaminhados ao Presídio Militar.

Os promotores do Gaeco chegaram até os suspeitos após delação premiada realizada por um colaborador das investigações. Segundo ele, que está acolhida no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas do Ministério da Justiça, em virtude da detecção de riscos concretos à sua integridade física, o tenente Tiago é chefe de uma organização criminosa que pratica, dentre outros crimes, "homicídios, roubos, latrocínios e desaparecimentos", muitos dos quais estão em fase de investigação.

E um dos fatos narrados pelo delator foi essa ação praticada na cidade de Colônia Leopoldina, que resultou na morte de suposto traficante da região Joãozinho.

Liderados por Tiago, os três suspeitos presos na última terça teriam participado, na madrugada de 9 de dezembro de 2017, da invasão à residência de João Pereira da Silva, o que também acabou sendo confirmado pela viúva da vítima. O tenente teria ido atrás de drogas e dinheiro, mas, como não conseguiu o que queria - apesar de Joãozinho ter prometido depositar R$ 20 mil em sua conta corrente, praticou tortura contra todos que estavam em casa. Por fim, ele teria dado dois tiros de pistola .357 na cabeça de Joãozinho. Os filhos do casal estavam presos num dos quartos do imóvel e ouviram os disparos.

À época do fato, Tiago era comandante do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) de Joaquim Gomes.

A tortura antes da morte

Antes de praticar o assassinato, o tenente Tiago da Silva Duarte foi acusado de torturar a família da vítima. "Quando fui ao encontro do tenente Tiago, percebi que ele estava quebrando os dois dedos da mulher do Joãozinho. E ele estava querendo estuprá-la. Eu a vi de joelho com a boca nas partes íntimas dele. O traficante pedia para que o matassem, mas que deixassem sua esposa. E os filhos estavam no quarto ao lado, escutando a mãe gritar", diz um trecho do depoimento do colaborador.

O delator também informou que o referido oficial "possui um conjunto de objetos destinados a torturar suas vítimas, a exemplo de um bastonete de borracha com pregos na ponta e uma grande agulha reforçada, e que esta última serviria para penetrar a região transitória entre a unha e a carne, extremamente sensível e dolorosa".

E, após matarem o traficante, os investigados ainda subtraíram duas televisões LCD, dois celulares, além de uma maleta de joias pertencente à esposa de João Pereira da Silva.

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