A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) prendeu, nessa terça-feira (29), um homem com deficiência e ex-reeducando, de 50 anos, foragido há 24 anos, pelo homicídio qualificado de Arlan Odalio da Silva Bastos, ocorrido em 2000, na cidade de Junqueiro. O crime, segundo a polícia, foi bárbaro, com requintes de crueldade, deixando a vítima agonizando por horas até ser assassinada.
O homicídio ocorreu em 7 de novembro de 2000, quando a vítima foi atraída para um local isolado, onde foi brutalmente agredida. O acusado e seu comparsa imobilizaram o indivíduo, que foi golpeado com pedras até a morte. A denúncia do Ministério Público ainda menciona que o homem acendeu um cigarro de maconha e o apagou no sangue da vítima, uma ação que reforça a brutalidade do crime.
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O delegado Sidney Tenório, do NIESP (Núcleo de Investigação Especial da DGPC), relatou que a investigação durou três meses. Conforme explicou, durante esses anos, o acusado permaneceu solto porque conseguiu mudar seu nome e possuía duas identidades, o que dificultou sua localização. Ele havia sido preso anteriormente por tráfico de drogas e violência doméstica, e, em nenhum dos casos, foi descoberto o crime de homicídio do acusado.
As buscas da polícia se estenderam por cidades do estado de Sergipe, onde o homem teria passado, até que, na tarde de ontem, ele foi encontrado em uma vila na Chã do Pilar. Inicialmente, ele tentou negar seu envolvimento no crime, mas, com as evidências apresentadas, acabou confessando.
"Num primeiro momento, o capturado buscou negar o seu envolvimento no crime, alegando não se tratar da mesma pessoa procurada, mas já tínhamos provas suficientes para comprovar que o alvo teria duas identidades, pois além da coleta de vários testemunhos, trabalhamos com dados técnicos, recebidos do serviço de papiloscopia do Instituto de Identificação de Alagoas, onde tivemos acesso até a primeira ficha cadastro, emitida em 1998, atrelada à primeira identidade do alvo, que teve suas digitais comparadas, obtendo-se resultado positivo para identificação. Observando as provas, o capturado resolveu revelar a verdade, sendo conduzido para o CISP da cidade de Pilar e, depois, transferido para Central de Flagrantes da Capital, onde aguarda a realização de audiência de custódia pela Comarca de Junqueiro", destacou o delegado.
Desde 2013, o homem vivia sozinho e recebia benefícios do governo federal por ter a perna direita amputada. Durante a prisão, revelou que era dependente de drogas e não demonstrou remorso pelos crimes cometidos.
O crime
Em 7 de novembro do ano de 2000, por volta das 23h, depois de terem atraído a vítima até a cidade de Junqueiro, com a intenção prévia do cometimento do crime, se juntaram os acusados e a vítima Arlan Odalio da Silva Bastos, numa bebedeira com consumo de drogas, depois seguiram todos para o beco da Coreia, por trás do cemitério, momento em que o agora capturado teria imobilizado a vítima com "golpe de gravata". Desacordada, a vítima foi brutalmente lesionada com pedradas que atingiram a sua cabeça.
Os criminosos voltaram para o bar e deixaram o homem agonizando naquele beco. Depois de cerca de 1h, voltaram para o local do crime e perceberam que a vítima ainda estava com vida. O acusado, então, pegou outra pedra e passou a golpear o pescoço da vítima até que ele foi a óbito.
Segundo consta na denúncia do MP, o acusado chegou a acender um "cigarro de maconha" que foi apagado no sangue da vítima, quando da segunda visita ao local do crime.
Dias depois do registro do fato, o outro acusado foi preso e encaminhado ao sistema prisional, enquanto o que foi preso nessa terça-feira fugiu para o estado de Sergipe, passando 24 anos na condição de foragido da Justiça.