
A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) está investigando um caso em que mais de 20 mulheres tiveram fotos íntimas manipuladas e divulgadas na internet por um estudante de Ciência da Computação, que foi detido e liberado posteriormente enquanto as investigações prosseguem.
O suspeito, de 18 anos, estudou com algumas das vítimas, era conhecido da maioria delas e confessou o crime. As fotos e os vídeos de mulheres e adolescentes foram divulgados em um site destinado a publicação de imagens pornográficas.
Leia também
As vítimas descobriram o crime após serem assediadas em seus perfis nas redes sociais. “Ele pegava as nossas fotos, tanto de perfil quanto as que a gente postava no Instagram e no WhatsApp, e ele publicava. Eram fotos de rosto, fotos na igreja, fotos no trabalho, não necessariamente fotos de biquíni ou algo que mostrasse o nosso corpo”, disse uma das vítimas em entrevista à TV Gazeta.
“Ele começou também a pegar as nossas fotos de biquíni e a fazer montagens. Ele colocava seios, vaginas e, em algumas, ainda colocou pelos pubianos”, afirmou outra vítima.
O suspeito também divulgava o nome e sobrenome das vítimas, além de seus perfis no Instagram, para que os homens pudessem localizá-las. O perfil do criminoso, onde as fotos foram postadas, já contava com mais de um milhão de seguidores.

Até o momento, mais de 20 mulheres e adolescentes foram identificadas como vítimas do rapaz. Entre elas, além de alunas que estudaram com ele, estavam mãe e filha, duas irmãs e uma prima do próprio suspeito.
“Eu me senti enganada por uma pessoa em quem confiava. Estudei na mesma sala com ele em tempo integral. Convivi muito com ele, e era alguém em quem eu confiava. Senti que fui apunhalada pelas costas, porque a gente não imagina que uma situação dessas vai acontecer conosco”, declarou uma colega de turma.
As vítimas registraram queixa no 8º Distrito Policial, no bairro Benedito Bentes, para a confecção do Boletim de Ocorrência. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, com o apoio da Delegacia de Crimes Cibernéticos.
O delegado Sidney Tenório, da Seção de Crimes Cibernéticos, reforçou que outras mulheres que identificarem ter sido vítimas desse crime devem procurar a polícia para formalizar a denúncia.
“Se a vítima tem dúvida ou não sabe qual foi o crime, ela deve procurar a delegacia para um atendimento mais humanizado. Em caso de dificuldades, deve comunicar à diretoria. Algumas pessoas acabam se envergonhando e não querem se expor ou denunciar, mas isso é necessário”, concluiu.