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Homem que matou gari dentro de ônibus após briga por uso de máscara é indiciado por homicídio qualificado

Familiares do preso não apresentaram nenhum laudo que comprove, efetivamente, algum transtorno mental

Homicídio qualificado por motivo fútil. Este foi o crime pelo qual Felipe Cristiano da Silva, de 42 anos, foi indiciado nesta segunda-feira (6). Ele está preso há exatamente uma semana, quando matou o gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, dentro de um ônibus em Maceió. O motivo do crime seria, segundo testemunhas, o fato dele ter se recusado a usar máscara de proteção contra o coronavírus.

O inquérito foi enviado à Justiça, que determinou que seja enviado para o Ministério Público, que decidirá se denuncia ou não Filipe Cristiano. À época do crime, ele confessou o assassinato e, durante audiência de custódia, disse que faria de novo. O delegado que efetuou a prisão contou que a discussão no ônibus foi porque Filipe Cristiano entrou no ônibus pela porta de desembarque, o motorista se recusou a seguir viagem com ele e a vítima teria tentado expulsar Filipe do coletivo.

Quando Filipe Cristiano foi preso, a família teria informado à Polícia Civil que ele sofria de transtornos mentais. Contudo, segundo o delegado Ronilson Medeiros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os familiares apresentaram apenas remédios durante a investigação, mas nenhum laudo que comprove, efetivamente, algum transtorno mental.

A sanidade mental de Filipe Cristiano da Silva é alvo de investigação em outra ação penal a que ele responde, esta por porte ilegal de arma de fogo. No entanto, após a Justiça determinar que ele fosse submetido a exames, ele não compareceu.

Em 2019, quando determinou o exame, o juiz Antônio Barros da Silva Lima explicou que constava nos autos um atestado médico que dizia que Filipe Cristiano estava em tratamento psiquiátrico, possivelmente sofrendo de Esquizofrenia Paranóide e de Estupor Dissociativo.

A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Na decisão que a Gazetaweb teve acesso, o juiz narra que o preso “não demonstrou nenhum tipo de arrependimento, bem como explicitou, de forma expressa, de que praticaria novamente o delito”. “Sustentou a narrativa sem qualquer tipo de arrependimento. Dizendo, ainda, que faria novamente”.

“No caso em epígrafe, a decretação da prisão preventiva é necessária como garantia da ordem pública, considerando o modo de execução da conduta delituosa e a periculosidade demonstrada”, concluiu.

O magistrado afirmou ainda que a versão dada pelo preso de que cometeu o crime em legítima defesa, “neste momento, não se sustenta, pelo fato de que a tese está consubstanciada apenas nas palavras do investigado''. O juiz também pontuou que as imagens do interior do ônibus apresentam fatos diversos do alegado.

A PRISÃO

O autor confesso do crime, Felipe Cristiano da Silva, foi preso no começo da tarde dessa segunda (29), na Praça Bonfim, bairro Poço, em Maceió. O delegado Francisco Medson, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), contou que a prisão se deu após denúncia e pontuou que a divulgação das imagens do crime pela imprensa foi fundamental para que a população reconhecesse o suspeito e o denunciasse.

O delegado também contou que, no momento da prisão, Filipe Cristiano estava com uma faca, que, provavelmente, é a usada no crime, e andando pela praça. Além de estar usando as mesmas roupas usadas na hora do assassinato.

A CAUSA DA MORTE

A Perícia Oficial informou que o exame cadavérico do gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, mostrou que a causa do óbito foi facada na região do tórax. Segundo o órgão, a vítima foi atingida por três golpes de um instrumento perfuro-cortante, sendo um deles no braço, atingindo a axila. As duas outras facadas provocaram ferimentos no tórax. A primeira foi superficial, mas a segunda provocou a morte do gari.

Após a conclusão do exame, o corpo foi liberado para sepultamento. O laudo completo será enviado à Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso.

ENTENDA O CASO

O gari Renilson Freire de Souza, de 38 anos, foi morto nessa segunda (29), após uma discussão dentro de um ônibus, que faz a linha Benedito Bentes/Ponta Verde. Segundo os passageiros do coletivo, a vítima foi um dos que tomaram satisfação com o suspeito do crime, cobrando dele, segundo testemunhas, o uso do item de segurança.

No momento, ainda conforme o relato das testemunhas, os dois se envolveram em uma confusão e a polícia disse que o acusado puxou uma faca e atacou o gari. Em seguida, ele desceu do veículo e saiu correndo pela rua.