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HOME > notícias > POLÍCIA

Em depoimento à PF, Paulo Cerqueira disse que dava ajuda a acusado de matar advogado em atentado contra juiz

Ex-delegado-geral da Polícia Civil contou que Wendell Guarnieri era informante; delegado pagava despesas com recursos próprios

Em depoimento à Polícia Federal no último dia 12 de março, o agora ex-delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), Paulo Cerqueira, contou que Wendell Guarnieri era seu informante e que “dava uma ajuda” ao criminoso em troca das informações que recebia. A Gazetaweb teve acesso à íntegra do depoimento.

Wendell Guarnieri é o homem apontado como autor do atentado contra o juiz Marcelo Tadeu que terminou na morte, por engano, do advogado mineiro Nudson de Freitas, em 2009. Paulo Cerqueira foi indiciado pela PF como autor intelectual do crime.

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Questionado pelo delegado federal sobre que tipo de contrapartida Wendell exigia em troca de informações, Cerqueira disse, primeiramente, que “nada”, depois acrescentou que eventualmente comprava leite (alimento) para o filho da companheira de Wendell. Por fim, Cerqueira disse que “dava uma ajuda”.

O delegado federal questionou que tipo de ajuda, ao passo que Cerqueira disse que chegou a fornecer cesta básica e coisas do tipo. O federal então perguntou se Cerqueira usava recursos próprios para tal finalidade e ele confirmou que sim, e que não era reembolsado por estas despesas.

Paulo Cerqueira entregou o cargo de delegado-geral da PC/AL nesta sexta-feira (9). Por meio de nota, ele disse que tomou tal iniciativa para não permitir ataques infundados aos serviços prestados pela Polícia Civil.

LIGAÇÕES SUMIRAM

A investigação da Polícia Federal (PF) que apurou a morte do advogado mineiro Nudson de Freitas, que seria um atentado contra o juiz Marcelo Tadeu, deparou-se com uma série de ligações telefônicas do autor material do crime que, mesmo interceptadas, tiveram o conteúdo retirado ou sonegado do inquérito policial conduzido por Paulo Cerqueira.

Segundo documento da PF que a Gazetaweb teve acesso, as ligações eram quase exclusivamente entre Antônio Wendell de Melo Guarniere e Paulo Cerqueira ou alguém de sua equipe. O documento mostra que o delegado e sua equipe monitoraram Wendel Guarniere nos dias que antecederam o crime.

O inquérito da PF aponta, ainda, que Wendell Guarniere trocou o chip telefônico que usava na véspera do atentado; mesmo assim, a interceptação continuou. Em depoimento, Wendell e sua companheira, à época, disseram que foi Paulo Cerqueira e sua equipe que orientaram a troca de chip.

Segundo a investigação federal, após a troca de chip, Wendell recebeu uma ligação de Cerqueira logo depois. Esta conversa durou um minuto e quarenta e quatro segundos, mas o seu conteúdo é desconhecido até hoje, pois, segundo a PF, foi sonegado ou apagado por policiais ligados a Paulo Cerqueira.

Outra informação descoberta pela PF é que existe um diálogo de Wendell com outro homem que iria participar do crime em que Wendell afirma que “irá pilotar a moto” e o outro homem executará o “serviço”. Este homem é identificado como “Pitbull”. O inquérito da PF diz que Paulo Cerqueira era informado do conteúdo dos principais diálogos monitorados.

DESPESAS PAGAS

O inquérito da Polícia Federal aponta que o delegado Paulo Cerqueira pagou, com recursos da Polícia Civil, algumas despesas de Antônio Wendell de Melo Guarniere. A investigação descobriu, também, que Wendell Guarnieri ficou sob a "custódia" da DEIC, comandada à época por Cerqueira, e, mesmo após expirado o prazo de uma prisão temporária, ele foi hospedado em um apartamento e uma pousada, estes pagos com recursos da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL).

De acordo com a PF, uma semana antes do atentado, a Polícia Civil forneceu um aparelho telefônico para Wendell Guarnieri. Nesta mesma semana, ele ficou hospedado com despesas pagas pela PC/AL.

INDICIAMENTO

A PF indiciou o delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas (PC-AL), Paulo Cerqueira, como autor intelectual do atentado que teria como alvo o juiz Marcelo Tadeu e matou, por engano, o advogado mineiro Nudson Harley Mares de Freitas, no dia 3 de julho de 2009, em Mangabeiras. A Gazetaweb teve acesso à íntegra do indiciamento, no qual a PF traz o caso com riqueza de detalhes, citando depoimentos, interceptações telefônicas e outros elementos.

De acordo com as investigações da PF, o autor material do crime, Antônio Wendell de Melo Guarniere, foi cooptado pelo policial militar Natan Simião para praticar um homicídio. Simião, embora não tenha dito a Guarniere, agia a mando de Paulo Cerqueira, segundo a polícia.

Segundo a PF, as evidências indicam que o advogado foi morto, por engano, no lugar do juiz Marcelo Tadeu. A investigação da PF aponta que Paulo Cerqueira ficou responsável pela investigação do homicídio do advogado após ter avocado o inquérito para ele sem nenhum motivo e que ele nunca considerou a hipótese de que a vítima do crime era para ser o juiz.

A PF concluiu que, no inquérito presidido por Paulo Cerqueira, a pessoa de Wendell Guarnieri, sequer, foi citada e que, durante as investigações, não foi realizada nenhuma diligência que pudesse afastar a tese de “erro na execução”. Além disso, a Polícia Federal concluiu que Paulo Cerqueira tentou encerrar as investigações precocemente, o que só não ocorreu por intervenção do juiz Marcelo Tadeu.

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