Local de detenção de presos, as penitenciárias de Alagoas vêm enfrentando uma série de ocorrências de fuga, o que põe em xeque a estrutura e segurança das unidades. Este ano, em um período de dois meses, foram registradas 16 fugas em quatro presídios diferentes do Estado, com apenas cinco dos fugitivos sendo recapturados até o momento. Outros 10 continuam foragidos e um morreu em confronto com a polícia.
As ocorrências são duramente criticadas pelo Sindicato dos Policiais Penais de Alagoas (Sinasppen/AL), que aponta 'falhas' da atual gestão da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), responsável pelas unidades penitenciárias do Estado.
Segundo o presidente do Sinasppen/AL, Vitor Leite, faltam condições de trabalho e efetivos para os policiais penais do Estado. “Não temos policiais para fiscalizar todas as unidades. A situação está tão difícil, que, quando o preso quer fugir, ele foge”.
Por meio de nota, a Seris disse estar trabalhando para superar as carências existentes atualmente no sistema prisional.
Confira na íntegra:
A SERIS (Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social) está trabalhando para superar as carências identificadas e melhorar funcionalmente o Presídio Baldomero Cavalcanti, assim como para a melhoria funcional e estrutural de todas as demais unidades do sistema prisional de Alagoas. A medida de impacto mais positivo será a entrada em operação do Presídio de Segurança Máxima III (PSM III), com capacidade para 1.008 vagas. O PSM III, já está concluído e em breve entrará em operação.
Para o PSM III será remanejado o excedente carcerário; fazendo com que Alagoas seja o primeiro estado no país a zerar totalmente qualquer déficit nesta população. O alegado problema de condições de trabalho também será sanado com a incorporação dos policiais penais aprovados no último concurso, mas, no momento, está sendo resolvido em caráter imediato com aumento de horas extras ao efetivo em atividade.
E um contingente que totaliza 270 PPs está, no momento, no Curso de Formação de Policiais Penais (CFPP), a cargo da Escola de Administração Penitenciária (EAP).A formatura da turma será no início de dezembro.
A alegação acerca dos módulos carcerários também será sanada com a entrega do novo presídio.
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FUGAS
A primeira fuga deste ano foi registrada em 31 de julho, no Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano, onde 12 detentos, presos por homicídios e outros crimes, fugiram da unidade, sendo cinco deles recapturados após trabalho da polícia. Na mesma operação, um fugitivo foi morto após confronto com as forças de segurança. Seis ainda seguem “soltos”.
Um mês depois, em 29 de agosto, a Penitenciária de Segurança Máxima, em Maceió, registrou fuga de um detento. Ele, inclusive, fugiu pela porta da frente da unidade e segue foragido.
O Presídio Professor Cyridião Durval, em Maceió, também registrou fuga de detentos. A ocorrência se deu no final de setembro. Eles não foram recapturados até o momento.
Já a ocorrência mais recente foi registrada na tarde dessa segunda (3), onde um preso que trabalha como eletricista no Baldomero conseguiu escapar pela porta dos fundos do presídio, localizado no Complexo Prisional de Alagoas.
Nesta terça (4), a Seris se posicionou sobre esta última ocorrência, afirmando que “determinou abertura de procedimento administrativo para apurar as circunstâncias da fuga".
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