Um dia depois do resgate de Amina Ali Darsha Nkeki, de 19 anos, o exército da Nigéria anunciou ter encontrado e recuperado mais uma das meninas sequestradas pelo Boko Haram em Chibok há mais de dois anos.
O porta-voz do exército, coronel Usman Sani Kukasheka, confirmou que outra menina foi resgatada, mas ainda não informou detalhes sobre a operação ou onde ela foi encontrada.
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Amina foi encontrada junto com sua filha de quatro meses, chamada Safiya, e um suposto membro do Boko Haram, identificado como Mohammed Hayatu, que "garantiu ser seu marido", durante uma operação do Exército em conjunto com civis em Baale, perto de Damboa. O casal e a filha foram levados a um quartel do Exército em Damboa, por volta das 2h30 do horário local (22h30 de quarta-feira em Brasília).
Segundo agências internacionais de notícia, Amina teria sido mantida na floresta de Sambisa, mas o exército não confirmou a informação.
Ela era uma das mais de 200 estudantes ainda desaparecidas desde que o Boko Haram levou 275 alunas de uma escola de uma vila remota em Chibok. No dia 14 de abril de 2014, homens armados colocaram as meninas em um caminhão e as levaram. Pouco depois, 53 conseguiram escapar e outras quatro fugiram em maio daquele ano.
Presidente
Nesta quinta (19), Amina se encontrou com o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari. "O resgate de Amina renova nossa esperança e oferece uma oportunidade única para obter informações vitais", disse Buhari durante o encontro com a adolescente, sua mãe e autoridades depois que um avião presidencial a levou à capital Abuja.
Ele disse que o governo terá como prioridade que Amina possa voltar à escola. "Ninguém na Nigéria deveria sofrer a brutalidade de um casamento forçado, toda menina tem direito a estudar e a escolher sua vida", afirmou. "Amina deve ter condições de voltar à escola."
Segundo a agência Reuters, o governador do Estado de Borno, onde Chibok está localizado, disse que generais do Exército já estão elaborando planos para resgatar suas colegas de classe.
"Acreditamos que, nas próximas semanas, iremos recuperar o resto das garotas", afirmou o governador, Kashim Shettima a jornalistas. "Os militares já estão entrando na floresta."
#BringBackOurGirls
De acordo com a campanha #Bringbackourgirls, Amina informou que a maioria das estudantes ainda estão em cativeiro em uma floresta no nordeste da Nigéria. "Ela disse que as outras meninas ainda estão na área da floresta de Sambisa e que elas são severamente vigiadas", informou um texto divulgado pelo grupo ativista, citado pela Reuters.
O sequestro das meninas de Chibok na escola em que estudavam em abril de 2014 desencadeou uma onda de revolta internacional, apoiada no Twitter por figuras como a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, com a hashtag #BringBackOurGirls (DevolvamNossasGarotas).
Boko Haram, cujo nome costuma ser traduzido como "a educação não islâmica é pecado", luta por impor um Estado islâmico no nordeste Nigéria através de uma campanha de terror, e um de seus principais objetivos é o sistema educacional.
Nos mais de seis anos de conflito, o grupo assassinou mais de 12 mil pessoas, segundo estimativas governamentais - embora outras fontes situem este número em mais do dobro -, e obrigaram mais de 2,5 milhões de pessoas a fugir de suas casas.
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