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HOME > notícias > MUNDO

Nasa anuncia que encontrou moléculas de água na superfície da Lua

Moléculas estavam presas em grãos minerais. Indícios já eram investigados, mas estudo foi apresentado como a primeira 'prova química' de água na Lua.

Dois estudos publicados nesta segunda-feira (26) na revista científica "Nature Astronomy" tratam da existência de água na superfície lunar. O mais relevante deles, conduzido pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, relata ter localizado moléculas de H2O presa em grãos minerais.

Na visão de cientistas, o anúncio da agência espacial americana é a primeira confirmação de indícios já levantados por pesquisadores desde a década passada.

Leia também

O que apontam os estudos:

Nasa diz que moléculas de água foram achadas presas em grãos de minerais

As moléculas foram encontradas na face iluminada da Lua

Estudo da Nasa é apontado como primeira "prova química" da existência de água

Em outra pesquisa, a Universidade do Colorado analisou microcrateras nos polos da superfície lunar e diz que elas têm potencial para abrigar pequenas porções de água congelada

A área das microcrateras tem 40 mil km², está em sombra permanente e a temperatura no local é de -163ºC

Chegada da água à Lua tem entre as hipóteses: cometas, asteróides, poeira interplanetária e até gases de erupções vulcânicas

Prova química na pesquisa da Nasa

A primeira pesquisa foi conduzida pela Nasa, que relatou ter localizado moléculas de água presas em grãos minerais. A descoberta foi feita na face da Lua que recebe a iluminação do Sol e foi apontada como a "prova química" da existência de água na superfície lunar.

Casey Honniball, pesquisadora da Nasa e principal autora do estudo, destaca que a detecção feita em sua pesquisa não é de água em forma de gelo.

"São apenas as moléculas de água - porque estão tão espalhadas que não interagem umas com as outras para formar gelo ou estar na forma líquida" - Casey Honniball, pesquisadora da Nasa

Os pesquisadores usaram dados do observatório Sofia, uma aeronave Boeing 747SP modificada para carregar um telescópio capaz de mostrar uma visão mais ampla do sistema solar e do universo.

O observatório detectou moléculas de água na Cratera Clavius, uma das maiores visíveis da Terra. Segundo o estudo, trata-se da primeira vez em que um grupo de pesquisadores foi capaz de diferenciar a molécula H2O (a fórmula química da água) de outro composto químico (hidroxila, OH).

Possibilidade de água na pesquisa do Colorado

O segundo estudo foi conduzido pelo departamento de astrofísica da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, o trabalho revela a existência de uma multidão de microcrateras na área da Lua que não recebe a luz do Sol. Os pesquisadores afirmam que, no fundo dessas microcrateras, há a possibilidade de haver água congelada.

"Imagine-se na Lua, perto de um de seus polos: você veria uma miríade de pequenas sombras que preenchem a superfície; a maioria delas são menores do que uma moeda. Cada uma seria extremamente fria, o suficiente para conter gelo", descreve Paul Hayne, pesquisador da Universidade do Colorado.

"Nossos resultados sugerem que a água pode ser muito mais espalhada nas regiões polares da Lua do que se pensava anteriormente, tornando-a mais fácil de acessar, extrair e analisar", afirma o pesquisador da Universidade do Colorado.

A equipe da Universidade do Colorado usou dados de dois instrumentos do orbitador de reconhecimento lunar da Nasa, o LRO. Combinando os dados com modelos 3D, eles conseguiram reproduzir o tamanho e a distribuição das sombras, em escalas menores que um milímetro.

Suspeitas confirmadas

Analisando o estudo da Nasa, o astrônomo Cássio Barbosa explica que o anúncio "é uma confirmação direta da existência de água na lua", sobre a qual já existiam suspeitas.

"Os métodos anteriores davam margem a dúvidas, ainda que pequenas. Esse resultado é muito mais robusto" - Cássio Barbosa, astrônomo

De acordo com Cássio, a descoberta é estratégica: ela pode ser útil para a colonização da Lua. "A água pode ser usada para abastecer as estações espaciais, mas também pode ser decomposta em hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio, quando queima, libera muita energia e pode servir de combustível. Já o oxigênio servirá para manter a atmosfera dessa base lunar", disse Cássio.

A água encontrada na Lua foi vista como um recurso potencial pela Nasa, que atualmente desenvolve, desde 2019, o programa Artemis para enviar astronautas americanos de volta à Lua nos próximos anos.

Transportar água para o espaço custa milhares de dólares por galão. A expectativa com essas e outras futuras descobertas é que elas apontem um caminho viável para que novos exploradores possam usar a água lunar não apenas para matar a sede, mas também para reabastecer seus foguetes.

Busca por água na Lua

Sem uma atmosfera capaz de proteger o solo dos raios do Sol, os cientistas supunham que a superfície da Lua estava seca até os anos 1990. Na década passada, contudo, uma espaçonave em órbita encontrou indícios de gelo em crateras grandes e inacessíveis perto dos polos lunares.

O primeiro passo na confirmação da existência de água na Lua ocorreu em 2008, quando pesquisadores descobriram moléculas de água dentro do magma trazido por astronautas das missões Apolo.

Depois isso, em 2009, imagens da espaçonave Chandrayaan-1, da Índia, registraram assinaturas consistentes de reflexos de água na luz na superfície da Lua.

Mesmo assim, as limitações técnicas tornaram impossível saber se realmente era água ou moléculas de hidroxila (que são formadas por um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio) em minerais.

Em 2017, cientistas da Universidade de Brown (Estados Unidos) publicaram um estudo na revista Nature na qual afirmavam que, usando espectômetros, conseguiram ver indícios do líquido preso no interior de rochas através da análise do comportamento da luz refletida pela Lua.

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