O que era para ser uma celebração, virou um pesadelo para o casal Maria e CelsoTupinambá, moradores da região de Campinas (SP), no interior de São Paulo. Após relatos de prejuízos e transtornos durante compras de pacotes de turismo com uma empresa de tecnologia em 2022, eles afirmam que, desta vez, tiveram hospedagem cancelada pelo Hurb sem aviso prévio. Assista no vídeo acima.
A situação só foi descoberta neste sábado (27), quando chegaram a Alemanha e tentavam fazer o check-in em um hotel de Berlim, destino escolhido para comemoração do aniversário de 25 anos de casamento.
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"Nos embarcamos nesta sexta-feira (26) do Brasil. Viajamos cerca de 15 horas. Tínhamos tudo confirmado pelo Hurb, pagamentos de passagens e hotéis reservados. Depois de tudo isso, chegamos ao hotel e não temos onde ficar, estamos na rua. Está anoitecendo em Berlim e não podemos arcar com novas hospedagens", lamentou o advogado Celso Tupinambá.
A empresa afirmou, em nota enviada a EPTV, afiliada da Globo para Campinas e Região, que as estadias foram adiadas por motivos operacionais e que enviou um comunicado aos viajantes no dia 25 de maio, um dia antes do embarque.
O advogado Celso Tupinambá relatou, em vídeo enviado neste sábado (27) para reportagem da EPTV, que a empresa cancelou as hospedagens nos três hotéis previstos no pacote de viagem sem avisá-los com antecedência.
Segundo Celso, a empresa cancelou o hotel de Berlim, onde o casal ficaria por três dias, além de hospedagens em outras duas cidades, Frankfurt e o de Munique, em que também passariam o mesmo período de tempo em cada um.
Entenda o caso
Celso e a esposa, Maria Tupinambá, compraram um pacote de viagem para Alemanha com duração de nove dias em abril do ano passado com a empresa Hurb, que antes era chamada de Hotel Urbano.
A ideia era comemorar as bodas de prata pelos 25 anos de casados. Naquela ocasião, segundo Celso e Maria, despois de tudo pago, receberam a mensagem que indicava indisponibilidade promocional.
De acordo com os consumidores, o Hurb não cumpriu prazos e, inclusive, descumpriu decisão judicial que determinava a marcação de viagens.
Em um site de reclamações na internet, o Hurb, como a empresa também é conhecida, foi alvo de 29,5 mil reclamações até a publicação da primeira reportagem. À EPTV, na ocasião, a companhia defendeu que os casos relatados eram pacotes com data flexível, sem garantia de embarque.
Em um dos casos, um casal de Campinas pagou em 2022 o valor de R$ 5,9 mil por uma viagem para a Alemanha, mas a empresa informa agora que não há datas disponíveis para os voos.
"Quando chegou em fevereiro deste ano, enviaram e-mail falando que não tinham achado voo disponível na data. Só que já tinha pedido férias. E férias nas empresas você pede com oito meses, seis meses antes. Foi tudo por água abaixo, e agora não sei o que fazer. Terça-feira eu volto a trabalhar", contou a enfermeira Maria Tupinambá.
O marido dela, o advogado Celso Tupinambá, disse que procurou a empresa de todas as formas possíveis, e teve de recorrer a Justiça para garantir a viagem, contratada para celebrar os 25 anos de casamento.
A liminar obtida no início de março determina que a Hotel Urbano marque a data da viagem, sob pena de multa de R$ 500 por dia, mas passado um mês, a ordem judicial segue sendo descumprida. "São mais de 370 (reclamantes) só aqui no estado de São Paulo", conta Celso.
O dono da Hotel Urbano chegou a fazer um pronunciamento sobre casos em 2022, mas minimizou o problema, alegando que representava apenas uma pequena parcela do total de clientes atendidos.
O que diz a empresa?
Em nota enviada neste sábado (27) à reportagem da EPTV, o Hurb afirmou que preza pela transparência com os seus viajantes, que preza pela escuta ativa e cuidado com seus públicos e, por isso, está à disposição caso surjam eventuais dúvidas.
"Referente à reclamação do cliente Celso Tupinambá, que adquiriu um pacote de data flexível (vide regulamento) com destino à Alemanha, o Hurb informa que, por problemas operacionais, a viagem precisou ser adiada, como informado no comunicado enviado aos viajantes no dia 25 de maio", disse no documento.
"A empresa reconhece que toda viagem gera expectativas e lamenta pelo ocorrido. Comprometido a realizar a viagem dos seus clientes, a empresa sugeriu, via comunicado, que os viajantes impactados indiquem novas datas de embarque para o segundo semestre de 2023 ou primeiro semestre de 2024, oferecendo a extensão do período de validade da oferta até junho de 2024", afirmou em nota.
O que fazer?
O advogado Pedro Henrique Bellini de Melo orienta que os clientes que compraram os pacotes da empresa e não tiveram a viagem marcada podem recorrer à Justiça para reaver o dinheiro ou ainda exigir o cumprimento do contrato.
"E eventualmente perdas e danos, se houve algum valor perdido, se houve um dano maior causado pelo descumprimento de contrato, isso pode ser exigido", explicou.
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