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MP denuncia por tortura padrasto que confessou agressão contra enteado em Pão de Açúcar

Antônio Carlos do Nascimento, de 27 anos, está preso desde o dia 21 do mês passado

Tortura, lesão corporal grave, ameaça, cárcere privado e violência doméstica. Estes são os crimes pelos quais o Ministério Público de Alagoas (MP/AL) denunciou Antônio Carlos do Nascimento, de 27 anos, conhecido por Tonho, que está preso desde o dia 21 do mês passado após torturar o enteado de cinco anos em Pão de Açúcar, no Interior de Alagoas.

A prisão de Antônio Carlos, que confessou à polícia que torturava o enteado por ciúmes da relação dele com a mãe, culminou com mais revelações feitas pelo próprio preso, que revelou o sofrimento a que submetia a esposa e uma enteada de nove anos.

Na denúncia oferecida à Justiça nessa terça-feira (4), o promotor Ramon Formiga de Oliveira Carvalho pede, entre outras coisas, que seja oficiada a autoridade policial de Pão de Açúcar para que remeta o Laudo de Exame de Corpo de Delito da vítima e que seja oficiado o hospital de Pão de Açúcar, o Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo, de Santana do Ipanema e o hospital de Arapiraca, onde a vítima se encontra internada, para que remetam os prontuários dos respectivos atendimentos feitos à vítima.

Sobre o crime, o promotor cita que consta dos autos do Inquérito Policial que embasa a denúncia que, em 21/04/2021, por volta das 23h37, na Fazenda Barra do Cabaço, Pão de Açúcar/AL, a vítima J. dos S, de cinco anos de idade, teria sido agredida fisicamente por seu padrasto, Antônio Carlos do Nascimento, e, após cuidados médicos, constatou-se que a vítima apresentava edema em todo corpo, face, ferimento na região glútea e edema na região dos testículos causados pelo denunciado.

Segundo a denúncia, Antônio Carlos, além de espancar o menino, agredia física e verbalmente sua companheira e a outra filha dela de nove anos de idade. A esposa do suspeito falou que convive há meses com o denunciado e disse que desde o início da relação com Tonho, este ameaçava e agredia ela, seu filho, e a outra filha dela.

A mulher contou que, com o decorrer do tempo, as agressões se agravaram. Ela salientou que o marido agredia mais o menino, por ter ciúmes da maneira carinhosa que ela tratava o filho. Segundo ela, ele batia no menor com uma ripa de madeira, pisava em sua barriga e batia nela e em sua outra filha, inclusive, no dia da prisão do marido, ela declarou que estava toda roxa por ser espancada por ele.

Ela disse ainda que Tonho ameaçava-os de morte e, diante de todas as barbáries, queria ir embora, mas ele não a deixava sair com seus filhos. A mulher contou que a localidade em que estavam é isolada e que Tonho apenas pediu ajuda ao patrão por ver o menino quase morto, e que para encobrir a tortura disse que a criança tinha caído de um cavalo, mas no hospital, com a chegada dos policiais militares, a mãe contou a verdade sobre as agressões.

O proprietário do imóvel onde o denunciado e as vítimas viviam narrou que recebeu a ligação de Tonho para socorrer a vítima por estar adoentada, com febre e ficando preta. Segundo o relato de Tonho, a causa dos machucados teria sido uma queda de um cavalo. Em sequência, chegando à fazenda, o patrão recebeu Tonho com a criança em seus braços, ainda na porteira, e a mãe entrou no carro.

O patrão contou que durante o percurso a criança teria comido todos os biscoitos, bem como parte do refrigerante que ele costumava levar para fazenda, mas mesmo assim o menino queixava-se de fome, motivo pelo qual o fazendeiro observou que ele estava passando necessidades. O patrão disse que verificando o estado em que a criança se encontrava já no hospital, concluiu que os machucados eram frutos de agressões.

Em seu interrogatório à polícia, Antônio Carlos do Nascimento, o Tonho, disse que são verdadeiras as imputações que lhe foram feitas e narrou, com diversos detalhes, que prendeu a cabeça do enteado e bateu nele por estar com raiva dele e da mãe, por esta ter saído.

Ao ser perguntado o porquê de ser agressivo, violento e bater na companheira e em seus filhos, ele respondeu que usava droga, do tipo maconha. Perguntado o porquê não deixava a mulher e os filhos irem embora, ele respondeu que tinha mandado ela ir embora, mas ela não quis. Quando questionado se tinha ciúmes do menino com a mãe, respondeu que sim, tinha ciúmes porque a mãe fazia muito carinho no filho. Por fim ele respondeu que apenas bateu no menino com uma tábua.