A Justiça de Alagoas decretou a prisão preventiva de três pessoas suspeitas de participação na morte de Ana Clara Firmino, de apenas 12 anos de idade, assassinada a facadas após sair de um evento em Maravilha, no interior do Estado. O crime aconteceu por volta das 00h, do dia 03 de janeiro de 2025.
As primeiras informações levantadas pela Polícia Militar já davam conta de que três pessoas haviam participado da morte da criança e ainda de lesão corporal contra um adolescente de 17 anos que estava com Ana Clara.
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Eles se aproximaram das vítimas em um Gol de cor prata, próximo a uma creche. Ana Clara Firmino e o rapaz de 17 anos estavam em companhia de mais um casal de amigos, todos adolescentes.
A princípio, o crime foi interpretado como um latrocínio, mas, no decorrer das investigações, a polícia passou a cogitar que a morte teve motivação passional, porque nada foi levado das vítimas.
De acordo com a Polícia Militar de Santana do Ipanema ao relatar o caso na delegacia, testemunhas disseram que os ocupantes do carro atingiram primeiro o adolescente de 17 anos. Ao tentar intervir na situação, Ana Clara Firmino virou alvo do esfaqueamento.
Ela morreu no local, enquanto o adolescente conseguiu fugir, mesmo ferido, assim como os outros dois amigos que escaparam sem ser atingidos.
Enquanto fazia as buscas, a polícia conseguiu identificar o carro usado no crime por meio câmeras de videomonitoramento que estavam instaladas próximas ao local do crime.
Com isso, os policiais conseguiram identificar o proprietário do carro: um jovem de 22 anos. O dono do veículo estava em companhia da namorada, uma mulher de 25 anos.
A mulher, ao ser encontrada pelos policiais, teria confessado o crime, de acordo com a Polícia Militar. Ela estava com o namorado, que também foi preso e ambos indicaram um terceiro participante no crime, um jovem de 20 anos.
O 7º Batalhão informou que o casal confessou que o crime ocorreu por motivação passional após o suspeito de 20 anos ver Ana Clara com outro rapaz.
O jovem de 20 anos, em depoimento à Polícia Civil, negou que tenha matado, mas confessou que participou da ação criminosa, dando cobertura e depois fugiu com o casal. Ele disse que não tinha relacionamento com Ana Clara, mas que mantinha um interesse íntimo nela.
Ainda no depoimento à polícia, ele diz que estava em uma festa e, no momento de ir embora, pediu carona ao casal. Eles deram uma volta pela cidade, e encontraram Ana Clara, acompanhada de mais uma menina e mais dois rapazes. Nesse momento, ele diz que o condutor do carro chamou para cometer um assalto contra os adolescentes que estavam na porta, perto da creche.
Ele disse ainda que, ao anunciar o assalto, os quatro desobedeceram à ordem de repassar os objetos pessoais e tentaram fugir.
Na ocasião, segundo o suspeito de 20 anos, o outro comparsa de 22 segurava uma faca e apunhalou um dos adolescentes pelas costas. A mulher, então, partiu em direção à Ana Clara, e as duas passaram a ter uma luta corporal. Ainda segundo o depoimento do suspeito mais novo, o cúmplice seguiu em direção às duas, e deu golpes em Ana Clara. “Porém, a faca acabou ficando presa nas costas da vítima e [ o proprietário do carro] não conseguiu retirar a faca”, diz trecho do depoimento.
Em outra versão, o jovem de 22 anos, que conduzia o Gol, afirma que não houve assalto. Que os três tinham ido para uma festa e, na volta, o rapaz de 20 anos viu Ana Clara em companhia de um rapaz. Com ciúmes, ele pediu que parassem o veículo e desceu do carro, com o rosto coberto por uma camisa, indo em direção ao adolescente que estava acompanhando a garota.
No entanto, a menina teria tentado impedir o crime, momento em que foi esfaqueada.
O homem de 22 anos, que conduzia o veículo onde estava o trio, disse que desceu do automóvel com a namorada e tentou impedir o crime, mas a faca já estava cravada nas costas de Ana Clara. Disse que tentou retirar a arma do corpo da vítima, mas não conseguiu.
Em seguida, os três subiram novamente no Gol e fugiram, deixando o rapaz mais novo em casa. A mulher relatou os mesmos acontecimentos descritos pelo namorado e negou ter matado Ana Clara.
Três sobreviventes que estavam no momento do crime afirmaram à polícia que o trio desceu do carro anunciando o assalto. Eles dizem que tentaram fugir, mas Ana Clara foi alcançada pelos suspeitos e esfaqueada.
A Polícia Civil investiga agora se o crime se trata de um feminicídio, motivado por ciúmes, ou se Ana Clara foi vítima de um latrocínio.
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