Integrantes das torcidas organizadas da Comando Alvi Rubro (do CRB) e da Mancha Azul (do CSA) só poderão entrar no estádio Rei Pelé, em Maceió, se estiverem no cadastro entregue pelas agremiações às autoridades. Esta é uma das regras estabelecidas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) fechado com o Ministério Público de Alagoas (MP/AL).
A exigência vale para quem quiser ir ao estádio usando os uniformes das organizadas. No período de 22 de agosto a 14 de setembro de 2024, só poderá entrar no local quem, durante a revista policial, apresentar a carteira de identidade e o número do torcedor que consta na lista do Comando de Policiamento da Região Metropolitana (CPRM).
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Já a partir do dia 15 de setembro, a apresentação deve ser da carteira gerada com o cadastro da torcida organizada, que já conterá o número específico.
“Nosso objetivo principal é o cadastro de cada membro das organizadas para que sejam identificados ao tentarem entrar no estádio, o que facilitará qualquer ação policial em caso de desordem. Obedecer ou desobedecer fica a critério de cada, pois o Ministério Público a estará bem atento para adotar as medidas cabíveis”, declarou a promotora Sandra Malta.
Outro assunto discutido foi a entrada de faixas e bandeirões. Para isso acontecer, também haverá critérios. Será necessário encaminhar ofício ao CPRM, em até 72 horas antes da partida, com descrição da quantidade e também das frases contidas.
O uso das baterias ficou limitado por agremiação, sendo 15 instrumentos e com a respectiva identificação do responsável. Porém, nesse contexto, há medidas mais rígidas para evitar o preconceito e o racismo dentro do estádio, ficando, dessa forma, terminantemente proibido às baterias entoar cantos homofóbicos, xenófobos ou que agridam os agentes de segurança, devendo as mesmas silenciarem caso os torcedores iniciem as agressões verbais.
Por precaução, ficou estabelecido que, em dias de jogos do time rival, mesmo que ele jogue fora de casa, bem como em dias de festas ou confraternizações de alguma das torcidas, as sedes devem permanecer fechadas.
A VOLTA DAS TORCIDAS
Quem autorizou a volta das torcidas organizadas foram os juízes da 17ª Vara Criminal da Capital, que, no último dia 30, concluíram que não há provas suficientes na denúncia do Ministério Público de Alagoas (MPAL) de que as torcidas são organizações criminosas.
Além de liberar o funcionamento das torcidas, o colegiado de juízes, composto por três magistrados, autorizou a reabertura das sedes, e a volta dos perfis na rede social Instagram. Os magistrados também mandaram a polícia devolver todo o material apreendido durante a operação Red Blue, que foi deflagrada em dezembro do ano passado.