Um estudo elaborado pelo Juizado da Mulher e batizado de “Mapa da Violência Doméstica e Familiar em Arapiraca” trouxe dados sobre os formas de violência registradas e aspectos como o tipo de parentesco ou relação da vítima com o agressor, se eles possuem filhos juntos, a existência de histórico de violência por parte do acusado, idade e profissão da vítima. Entre outras coisas, os números revelaram que 73% dos agressores eram ex-companheiros das vítimas, 16,9% eram companheiros atuais e 3,4% tinham outro tipo de relacionamento. Os dados mostraram também que 83% dos acusados já tinham histórico de violência, de acordo com as informações fornecidas pelas vítimas nos processos.
Comandado pelo juiz Alexandre Machado, o Juizado analisou os autos processuais de Medidas Protetivas deferidas em 2020, para mapear a realidade da violência doméstica em Arapiraca. O objetivo é possibilitar, com esses dados, o aperfeiçoamento das ações internas e correlatas com a Rede de Proteção a Mulher, assim como fornecer referencial teórico para estudos da problemática.
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Cada processo pode envolver ao mesmo tempo diversos tipos de crime e de violência. O tipo de crime mais frequente nos processos foi o de ameaça, com 91,2%; seguido da Injúria, com 37,4%, e na sequência, lesão corporal leve, com 18,7%. Quanto ao tipo de violência, a psicológica consta em 96,7% dos casos, seguida por violência moral, com 80,2%; violência física, com 40,7%, e a violência sexual, com 8,2%.
De todas as vítimas, 69,8% delas possuem filhos com o agressor. A maioria tinha idade entre 20 a 40 anos (64,5%), sendo que aproximadamente metade desse grupo tinha entre 20 a 30 anos, e a outra metade entre 30 a 40 anos. A faixa entre 40 e 50 anos representa 19,8%, e as idosas, 3,3%.
Os bairros com mais casos de violência doméstica registrados em Arapiraca foram Planalto (9,7%), Canafístula (6,3%), Brasília (5,7%) e Olho D'Água do Cazuzinhas (5,1%).
O magistrado Alexandre Machado ressalta que o mapa vai orientar futuras ações do Juizado, a exemplo de palestras, projetos, grupos reflexivos, acolhimento, capacitações com a Rede de Proteção. “É o início de um processo em constante aperfeiçoamento, para o qual queremos convidar a comunidade acadêmica a participar. Temos condições de elaborar outros mapas e trabalhar com mais indicadores”, afirmou o juiz.
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