O motorista Luciano de Queiroz Araújo, de 47 anos, que conduzia o ônibus que caiu de uma ribanceira na Serra da Barriga, em União dos Palmares, teria contado à esposa que o veículo tinha apresentado um problema de vazamento e, portanto, não estava em condições de circular. A Polícia Civil (PC) abriu inquérito para apurar a responsabilidade pelo acidente.
Ainda de acordo com a viúva, um dia antes da tragédia - que deixou 18 mortos e dezenas de feridos - o motorista teria dito que não queria subir à serra, mas que tinha que ir trabalhar.
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De acordo com o delegado Guilherme Iusten, documentos enviados à polícia mostram que o ônibus passou por uma vistoria no dia 13 de outubro e que nenhum problema foi relatado.
Logo após a tragédia, a Perícia Oficial esteve no local do acidente e colheu elementos que farão parte do laudo pericial.
“Foram pesquisadas a documentação do ônibus e a do motorista. O ônibus foi inspecionado dia 13 de outubro, e não foi relatado nenhum tipo de anormalidade. Ontem, após a tragédia, a perícia oficial esteve no local e está reunindo elementos para fornecer um laudo pericial conclusivo, apontando qualquer tipo de falha técnica”, explicou Iusten.
Sobre a alegação da esposa, o delegado disse que a informação será investigada, assim como testemunhas devem ser ouvidas.
“Tivemos essa notícia de forma oficiosa, testemunhas que ouviram algo que possa contribuir para a apuração serão ouvidas e essas informações serão trazidas para o inquérito policial que apura a responsabilidade do caso”, concluiu.
Vítimas
Durante a coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (25), o governador Paulo Dantas informou que, das 20 pessoas que estão internadas no Hospital Regional da Mata (HRM), cinco já receberam alta. Ele ressaltou a importância dos profissionais de saúde no socorro às vítimas. Outras estão internadas no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.
“A equipe de saúde de altíssimo nível está atenta e acompanhando a saúde desses passageiros que ainda se encontram nos dois hospitais. O HRM salva vidas todos os dias, restabelece a saúde de muitas pessoas da região como um todo, tem profissionais de qualidade, de muita responsabilidade, é um hospital referência para o estado de Alagoas. Com certeza, se não tivéssemos o HRM, teríamos mais vítimas fatais. Por isso, que a gente mantém o hospital com todos os insumos, medicamentos, correlatos, para ter condições de salvar vidas e manter a saúde da população”, disse Dantas.