Mais uma sobrevivente da tragédia na estrada de acesso ao Parque Municipal Quilombo dos Palmares recebeu alta médica nesta sexta-feira (29), depois de ter sido submetida a uma complexa cirurgia ortopédica no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Marilene Furtunato de Lima, de 65 anos, sofreu uma fratura de clavícula durante o capotamento do ônibus, ocorrido no domingo (24), em União dos Palmares. Ela relembrou o acidente, descrevendo-o como um “pesadelo”.
“Estava tudo bem, estávamos animadas, sorrindo muito com as nossas histórias. Há anos não ia à Serra da Barriga; eu ainda não conhecia essa estrada nova. Os meus filhos sempre me chamavam, mas eu recusava o convite. Dessa vez topei ir. Foi um pesadelo quando o ônibus começou a capotar rapidamente, descendo o precipício. Foi um milagre eu sair viva”, relatou Marilene, ao lado da filha, Joelma Furtunato.
Ela retornou para o convívio de sua família – o esposo, cinco filhos e 11 netos. Antes da tão sonhada alta médica, Marilene recordou que, no dia do acidente, estava com quatro amigas se confraternizando. Após o almoço, elas decidiram estender a programação, indo curtir um evento na Serra da Barriga. Conseguiram acesso a um transporte que as levou ao destino. O que elas não esperavam é que uma tragédia acabaria com todos os planos, gerando dores difíceis de superar.
Dentro do ônibus, segundo a Prefeitura Municipal de União dos Palmares, 51 pessoas estavam sendo transportadas pelo veículo escolar. Marilene recordou que o pesadelo teve início quando o ônibus parou e, de repente, começou a descer para trás. O motorista tentou controlar o veículo, mas não conseguiu impedir que ele saísse da pista e despencasse de uma altura de aproximadamente 400 metros, lançando vários passageiros pelas janelas durante o capotamento.
“Foi horrível! Fui separada das minhas amigas. Gritava de dor, pelos que também precisavam de ajuda. Foi uma sensação de impotência, um pesadelo, o maior da minha vida. Até que chegaram as pessoas, que foram levando quem conseguiam, e depois chegaram os socorristas para retirar os feridos com mais gravidade”, lembrou Marilene, que gosta muito de costurar.
A fratura de clavícula
Com muitas dores na região do ombro, a palmarina foi levada para o Hospital Regional da Mata (HRM), referência na região. Com a suspeita de fratura, a equipe médica sinalizou à Central Estadual de Regulação de Leitos, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), a necessidade de transferência para o HGE, na capital, onde outras 11 vítimas também foram acolhidas.
“Aqui no HGE, ela foi reavaliada na Área Vermelha, com a repetição de alguns exames e administração de medicamentos. Com isso, identificamos uma fratura na clavícula direita e a acomodamos na enfermaria feminina da Área Azul. A partir daí, iniciamos os preparativos para o procedimento cirúrgico, providenciando os materiais necessários para a correção. E, nesta quinta-feira (28), tivemos a satisfação de levá-la ao centro cirúrgico”, informou o diretor médico do HGE, Rodrigo de Melo.
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O médico ortopedista Ronaldo Rodrigues esteve à frente da cirurgia de Marilene Furtunato de Lima. Para a realização do procedimento, ele contou com a colaboração de outros profissionais, como médicos residentes, anestesista, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnico em radiologia, instrumentador cirúrgico e auxiliares, além dos profissionais que contribuíram fora da sala de cirurgia.
“Nós realizamos o tratamento cirúrgico da fratura de clavícula com a fixação de placas e parafusos. Graças a Deus, a cirurgia ocorreu bem, devido aos esforços e apoio da Sesau e do Governo de Alagoas. Agradeço a toda a equipe de Enfermagem, a todos os profissionais que estiveram no centro cirúrgico do HGE. Nossa expectativa é que ela se recupere bem, tenha uma boa reabilitação e recupere a funcionalidade do ombro”, declarou o especialista.
*Com assessoria