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Voluntários deixam o lazer de lado para ajudar necessitados em Maceió

Abel sai aos domingos para doar alimentos; Grupo Renovar leva amor e cuidado a pessoas que precisam

Em frente à Igreja de Santa Rita, situada no bairro do Farol, em Maceió, pessoas em situação de rua aguardavam um milagre. Eram sete da manhã de um domingo nublado e os necessitados estavam há horas e até dias sem comer. A cama improvisada de papelão estava molhada, mas, desta vez, não era água da chuva, eram lágrimas que escorriam dos olhos de quem estava com fome.

"Eu não como nada desde ontem", disse um dos rapazes em situação de rua. De repetente, surge um homem sorridente e apressado descendo de um carro com sacolas de pães e um caldeirão cheio de salsicha, acompanhado de várias fatias de mortadela.

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Imagem ilustrativa da imagem Voluntários deixam o lazer de lado para ajudar necessitados em Maceió
| Foto: FOTO: Cortesia à Gazetaweb

O homem apressado era Abel Ramos, que estava junto a um grupo de, aproximadamente, dez pessoas. Eles levavam comida para os moradores de rua, seguido de um abraço, e em troca, apenas, de um sorriso.

"Eu estava pensando em você. O Senhor atendeu nossas preces", acrescentou o rapaz em situação de vulnerabilidade social, que não quis se identificar.

Uma vez por semana, o representante comercial Abel Ramos, de 50 anos, vai até algumas praças de Maceió para levar um pouco de amor em forma de atitudes humanitárias.

O projeto social de Abel, "Seu Moura" - em homenagem ao homem que iniciou o projeto há 38 anos -, vive de doações. Toda semana, cerca de 500 pães são doados ao vendedor, além de duas caixas de mortadelas por mês. A salsicha só chega quando voluntários conseguem doações extras. "Esta semana foi abençoada. Isso é gratificante. É uma prova da manifestação do amor de Cristo", desabafa.

De acordo com a psicóloga Sandra Bácara, fazer o bem e amar o próximo é melhor ainda pra quem doa. "O gesto de carinho e amor numa sociedade tão cruel serve como alimento ao sujeito. Traz para o sujeito o mesmo afeto ou o dobro do que ele transmite e, talvez, até o que ele deseja que alguém tivesse feito por ele", informou.

Tendo em vista isto, o voluntariado é, sem dúvidas, algo que faz muito bem, já que até a ciência comprova que o amor ao próximo renova. Somente no Portal 'Quero ser Voluntário', 44 grupos sociais são cadastrados, a fim de promover ações, somente, pelo amor ao ser humano.

Renovar por amor

Em frente a um abrigo para idosos, situado no Village de Campestre, uma turma de amigos faz uma oração - o Pai Nosso -, preparando-se para entrar no local chamado "Mãe das Graças". Já passa das duas da tarde, eles se benzem e passam pela porta em busca de renovar a alegria de quem está ali.

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| Foto: FOTO: Cortesia/Renovar

Um dos voluntários entra na ala de mulheres do abrigo e faz uma surpresa a uma idosa de 75 anos. Ele leva um presente e pergunta o que ela quer comer. Alegre, ela agradece e conta uma história do seus tempos de juventude."Vocês me fazem lembrar da minha mocidade", disse ela.

Em outro quarto, um senhor de idade precisa de cuidados especiais. Ele não anda e fala pouco. Com quase 90 anos, ele guarda na mente a lembrança de um dia ter tido uma família, que já não vê há meses. "Me sinto abandonado. Já me decepcionei com muitas pessoas. Mas vocês são a prova que existem muitas pessoas de Deus ainda nesse mundo", comenta um dos idosos.

Os jovens pegam o idoso, levam até o banheiro para dar um banho. Ele parece tranquilo e agradecido pela ação do grupo. Colocam a roupa dele, dão comida e o deixa contar as histórias, já que dessa idade a experiência é vasta e são muitos conhecimentos para passar. Os amigos voluntários ficam a tarde toda ali.

Imagem ilustrativa da imagem Voluntários deixam o lazer de lado para ajudar necessitados em Maceió
| Foto: FOTO: Renovar

O projeto "Renovar" existe há cinco anos. Tem como coordenadora Anna Beatriz. Ela conta que são realizadas ações sociais a cada 15 dias, levando a alegria e o amor. Além de brincadeiras, música e objetos de necessidade são doados.

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| Foto: FOTO: Cortesia à Gazetaweb

"Ações com idosos acontecem todos os meses. Também realizamos ações mensais com crianças, moradores de rua e pessoas necessitadas. A gente pede doações para levar ao local onde iremos realizar os trabalhos, mas, na realidade, quem ganha o "presente" somos nós. Não tem preço que pague receber um sorriso e a gratidão de uma pessoa. Ajudar é muito bom. Um trabalho típico do que Jesus ensinou, amar ao próximo", completou Beatriz.

Ultrapassando fronteiras

Imagem ilustrativa da imagem Voluntários deixam o lazer de lado para ajudar necessitados em Maceió
| Foto: FOTO: Cortesia

Apesar de ajudar crianças duas vezes por semana, Mariana Sanchez procura ser feliz ajudando outras pessoas. Uma noite, ela estava pensando em seus problemas e percebeu que eram pequenos. A garota viu que poderia fazer bem mais do que seu alcance.

"Assim como eu os amei, amem também uns aos outros", essa frase que foi dita por Jesus Cristo é o que fez Mariana atravessar o oceano e ir até a África, local onde ficou por um ano, ajudando crianças carentes e cuidando de bebês.

"O amor me levou até lá e foi onde eu aprendi a ser melhor. Deus me guiou para que eu pudesse passar para outras pessoas tudo aquilo que estava guardado dentro de mim. Eu não fui remunerada e nem nada disso. Minha missão foi justamente o amor", explicou Mariana.

Mas a jornada da menina de 22 anos não terminou. Daqui há sete dias, ela irá se reunir com um grupo de jovens voluntários em São Paulo. Lá, eles irão discutir maneiras de seguirem até onde estão os refugiados da guerra civil que ocorre na Síria.

Carência de política

O cientista social Eriberto Souza diz que as atitudes humanitárias que muitas pessoas fazem simplesmente por amor não substituem os deveres do governo. No entanto, essas ações ajudam a retomar a esperança de muitas pessoas que já estão desacreditando da vida e, assim, salvando também o futuro de várias crianças.

"O amor flui e planta ali, onde não há esperança, que produz frutos maravilhosos. Um indivíduo que é ajudado tende a ajudar os outros. Isso torna um ciclo na sociedade e esse amor se prolifera", expôs Souza.

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