Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > GERAL

Prestes a demitir mais 12, pizzaria elabora carta para o governo do estado e implora por ajuda

Del Popollo vem acumulando dívidas e pode fechar, caso governo do estado não permita a reabertura ou se mobilize para ajudar os empresários do setor de bares e restaurantes

Com a manutenção das restrições para a abertura de bares e restaurantes, impostas pelo decreto do Governo do Estado que mantém Alagoas na fase vermelha de distanciamento social controlado, muitos empresários do setor estão falindo e prestes a fechar as portas de seus estabelecimentos. As dificuldades para manter os compromissos financeiros em dia só crescem, indo na contramão do movimento de clientes e do faturamento. É o caso da Pizzaria Del Popollo, tradicional casa de massas situada na Serraria, na parte alta de Maceió.

Ângela Seabra, fundadora e proprietária do empreendimento há 30 anos, relata o drama vivido por ela nos últimos dias. Após ter demitido 17 funcionários desde o início da pandemia do novo coronavírus, no ano passado, ela agora se vê na difícil missão de ter que dispensar mais 12 trabalhadores que atuavam no salão da pizzaria. Com o empreendimento fechado, eles estão sem “função” e ela, sem recursos para mantê-los empregados. Se as coisas continuarem como estão, a tendência, inevitavelmente, é que a pizzaria feche as portas.

Leia também

Nesta sexta-feira (16), Ângela e a filha, Daniela Seabra, procuraram a Gazetaweb para contar um pouco da situação e se emocionaram ao citar as dificuldades financeiras pelas quais os funcionários da pizzaria estão passando, sem que elas possam ajudar. Também citaram a inércia do governo do estado, que impôs o fechamento, por meio do decreto, mas não apontou uma solução, não sinalizou com uma ajuda para os empresários do setor.

Em crise, Pizzaria Del Popollo pode fechar as portas
Em crise, Pizzaria Del Popollo pode fechar as portas | Foto: Ailton Cruz

Elas elaboraram uma carta para ser entregue ao governador Renan Filho (MDB) e ao Ministério Público Estadual (MPAL), clamando por ajuda. “O governador manda fechar e diz: se vira! Nós fomos a área que mais tomou cuidado com o protocolo da Covid. Diminuímos 50% das mesas, treinamos funcionários, colocamos álcool em todas as mesas, reduzimos o horário de atendimento e, mesmo assim, ele fechou tudo. Estamos quebrando e pensando em não reabrir mais a Del Popollo”, afirmou Ângela.

“A gente tá perdendo tudo simplesmente porque o governo impõe uma medida, mas não dá uma ajuda. O governador não se pronuncia. Ele decretou fecha, mas ele não falou fecha, mas nós vamos dar um respaldo. Não adianta diminuir o ICMS da conta de luz se meu restaurante está fechado e não tem conta de luz. O governador não sabe que tá acontecendo isso? Não sou só eu. Tem um monte de gente já nessa situação. O estado deveria estar preocupado em manter emprego”, completa a empresária.

Na carta, ela clama por um auxílio por parte do governo do estado e diz que precisa de ajuda, inclusive, para renegociar os empréstimos com o Banco do Nordeste, adquiridos, inclusive, durante a pandemia.

“Pedimos também a reabertura dos restaurantes, pois sempre seguimos todas as recomendações da Vigilância Sanitária quanto à higiene na manipulação dos alimentos e de vossa excelência, quanto ao distanciamento social, cuidados com higienização com álcool em todas as mesas e espalhe pelo salão, limitação de pessoas dentro do salão, horário reduzido e orientação de todos os nossos colaboradores diariamente quanto a todos esses aspectos”, diz trecho da carta.

Pizzaria Del Popollo, que está prestes a demitir mais 12 funcionários
Pizzaria Del Popollo, que está prestes a demitir mais 12 funcionários | Foto: Ailton Cruz

Com lágrimas nos olhos, Ângela diz que se sente impotente vendo os clientes a procurarem para doar cestas básicas e outros itens essenciais para os garçons e funcionários da pizzaria, tendo em vista a situação financeira de cada um. Atualmente, o empreendimento conta com 32 colaboradores.

A empresária lembra que os dias de maior movimento na pizzaria são no fim de semana e que o decreto proíbe a abertura do estabelecimento nesses dias. Quanto ao delivery, a procura tem sido pequena, em comparação ao grande volume de contas para pagar, inclusive os salários dos funcionários.

A pizzaria completou 30 anos este ano e é conhecida por ficar situada em um imóvel que lembra um verdadeiro castelo. Além de um ambiente aconchegante, palco de muitos encontros e comemorações de momentos especiais, o empreendimento tem um cardápio variado e que agrada aos mais variados gostos.

Tradicional, a pizzaria mantém o emprego, até hoje, do primeiro funcionário contratado há três décadas, mas que pode perder o emprego diante da crise. “Em Alagoas, nós quase não temos mão de obra especializada e os restaurantes são quem absorvem essas pessoas. Tem muita gente que trabalhou ou que trabalha com a gente que não sabe nem ler e nem escrever o próprio nome. Cerca de 70% do nosso quadro de funcionários são mulheres. São pessoas que lavavam roupa, que cortavam cana. Muitas pessoas que trabalham com a gente nós que formamos. E tivemos que colocar vários para fora. O que eles vão fazer agora? O primeiro funcionário da gente tá lá até hoje. É um garçom. Vimos ele criar o filho dele. Hoje, trabalhamos com mães e filhos. Somos uma família, mas podemos fechar as portas”, destaca.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas