Laudo psiquiátrico comprovou que o policial militar de Alagoas Josevildo Valentim dos Santos Júnior não era incapaz quando sequestrou, estuprou e matou Aparecida Rodrigues Pereira, de 18 anos, no dia 15 de outubro do ano passado.
O exame de sanidade mental solicitado pelo réu foi acrescentado ao processo e o resultado confirmado àGazetaweb pelo juiz Filipe Ferreira Munguba.
A solicitação para realização do exame foi deferida pelo juiz em 13 de abril. A defesa do militar alegava que quando cometeu os crime ele não estava pleno de suas faculdades mentais e, inclusive, solicitou que ele ficasse detido em um manicômio judicial, o que não aconteceu. À imprensa, o réu chegou a confessar o uso de drogas, inclusive em serviço, e disse que no dia do crime estava sob o efeito delas.
Ao ser notificado do resultado do exame para que se posicionasse a respeito, o advogado do militar informou que estava renunciando ao caso. O Ministério Público de Alagoas (MP/AL) pediu a homologação do exame. Josevildo Valentim deve agora constituir novo advogado ou solicitar os serviços da Defensoria Pública de Alagoas (DPE/AL).
Réu confesso, Josevildo Valentim está preso desde o dia 18 de outubro do ano passado. Conforme informações do Portal da Transparência do governo de Alagoas, ele continua recebendo salário como soldado combatente da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL), com vencimentos na ordem de R$ 4.047,68.
De acordo com o magistrado, os próximos passos do processo são a realização de uma audiência de instrução e julgamento, para que o réu e as testemunhas sejam ouvidas e o juízo possa decidir se pronuncia ou não o militar a um júri popular.
Conforme a confissão de Valentim, ele sequestrou o casal de namorados Aparecida Rodrigues Pereira, de 18 anos, e Agnísio dos Santos Souto, de 24 anos, na porta da casa deles, no bairro da Ponta Grossa, na madrugada de terça-feira, 15 de outubro de 2019. Segundo a confissão, ele colocou o rapaz na mala do próprio carro e a jovem no interior do veículo e os levou a um terreno baldio no bairro do Pontal da Barra.
Josevildo Valentim contou que, na frente de Agnísio, estuprou Aparecida e depois a matou com disparos de arma de fogo. O jovem namorado também foi atingido pelos disparos, mas conseguiu fugir, foi socorrido no Hospital Geral do Estado (HGE) e sobreviveu.