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Nebulização de hidroxicloroquina em pacientes do Amazonas: o que se sabe até agora

Segundo Secretaria de Saúde, duas mulheres foram submetidas ao tratamento, por médica que veio de São Paulo. Ela trabalhou por cinco dias e recebeu o equivalente a dois meses de trabalho

Uma paciente com Covid-19 morreu após ser submetida a nebulização com hidroxicloroquina em Manaus. A Secretaria de Saúde do Amazonas admite que pelo menos mais uma mulher recebeu o tratamento, porém a Polícia Civil investiga uma denúncia do Comitê de Violência Obstétrica do Amazonas e da ONG Humaniza de que pelo menos três mulheres grávidas morreram após a nebulização.

A prática é considerada ineficaz pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O procedimento foi feito por uma médica que chegou de São Paulo, e foi integrada em regime temporário pelo Governo do Amazonas, via banco de recursos disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

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Segundo o portal de transparência do Estado, a mulher atuou por apenas cinco dias no Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), mas recebeu o equivalente a dois meses trabalhados. A Secretaria de Saúde (SES) abriu uma sindicância e determinou o afastamento da médica que realizou o tratamento.

Veja abaixo perguntas e respostas sobre o que se sabe até o momento sobre o caso:

Quantas pessoas foram submetidas ao tratamento?

Segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM), duas pacientes foram submetidas a nebulização com a hidroxicloroquina. Uma delas morreu.

Os procedimentos foram autorizados pelas famílias. No entanto, de acordo com a SES, a nebulização adotada não faz parte dos protocolos terapêuticos da maternidade, "nem de outra unidade da rede estadual de saúde, ainda que com o consentimento de pacientes ou de seus familiares".

Já uma denúncia do Comitê de Violência Obstétrica do Amazonas e da ONG Humaniza aponta que pelo menos três mulheres grávidas receberam a nebulização e morreram após o tratamento.

O que se sabe sobre a paciente que morreu?

A paciente deu entrada no Instituto da Mulher no dia 31 de janeiro. Ela estava grávida. O bebê nasceu quatro dias após a internação, de parto cesariano, com 3.070 kg. Já o procedimento de nebulização foi realizado seis dias após o nascimento da criança e a mulher faleceu 21 dias após ter sido submetida ao tratamento.

Como a médica foi contratada?

A médica foi integrada no dia 3 de fevereiro, após contratação em regime temporário pelo Governo do Amazonas, junto com outros 2,3 mil profissionais de saúde, via banco de recursos humanos disponibilizados ao Estado pelo Ministério da Saúde, para atuar durante a pandemia em hospitais da rede estadual.

Quanto tempo a médica trabalhou na maternidade?

A médica trabalhou apenas cinco dias no Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), segundo informações da Secretaria de Saúde do Amazonas.

Quanto ela recebeu?

De acordo com o portal da transparência do Governo, ela exerceu o cargo de "médico intensivista temporário", tendo recebido em valores líquidos mais de R$ 11,8 mil em fevereiro e R$ 12,7 mil líquidos em março.

Como o caso veio à tona?

A própria médica filmou o momento em que uma das pacientes é submetida ao tratamento com hidroxicloroquina, para mostrar aos familiares. No entanto, com a morte da mulher, um parente denunciou o caso nas redes sociais.

A médica foi afastada ou pediu exoneração do cargo?

Em nota, a Secretaria informou que "a maternidade pediu o afastamento da médica por determinação da própria SES". Questionada sobre o motivo para o pedido o afastamento da profissional, o órgão informou que: "O motivo do pedido de afastamento foi a profissional ter realizado um procedimento que não faz parte do protocolo da rede de saúde, já que não tem comprovação científica".

A médica vai devolver os valores recebidos indevidamente?

A SES informou que está solicitando o ressarcimento pelos valores pagos indevidamente à médica. No entanto, não deixou claro como ela fará esse repasse ao Estado.

Por que o procedimento é considerado ineficaz?

Em março deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz na qual pede fortemente que a hidroxicloroquina não seja usada como tratamento preventivo da Covid-19. O documento foi divulgado na revista científica "The BMJ".

A recomendação é feita por um painel de especialistas internacionais do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS (GDG).

Desde julho do ano passado, a organização informa que não tem encontrado benefícios no uso do antimalárico contra o coronavírus. Desta vez, a conclusão passa a ser uma orientação concreta e oficial para os países e profissionais de saúde.

Existe alguma investigação já em curso?

A Polícia Civil e o Ministério Público do Amazonas estão investigando o caso.

A delegada Deborah Souza, titular do 15º Distrito Integrado de Polícia (DIP), informou que recebeu a denúncia do Comitê de Violência Obstétrica do Amazonas e da ONG Humaniza. Conforme a denúncia na Polícia Civil, pelo menos três mulheres grávidas morreram após o tratamento.

Já segundo o procurador Igor Starling, do MP-AM, o órgão irá iniciar uma investigação para apurar a responsabilidade civil, administrativa e criminal sobre o caso.

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