Alagoas não tem muito a comemorar no Dia Mundial sem Tabaco, lembrado nesta sexta-feira (31). É que mais de cinco mil alagoanos morreram entre os anos de 2013 e 2018 devido a tumores causados pelo uso do cigarro. O dado é da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que mostra ainda que 24.907 pessoas morreram devido a doenças ocasionadas pelo fumo.
Das 5.380 vítimas de neoplasias, a maior parte, ou 1.430, veio a óbito com câncer de traqueia, broncos e pulmões. Em segundo lugar aparece fígado e vias biliares, com 900 casos ao longo dos últimos cinco anos, e, em terceiro, estômago, com 692 registros. Na lista figuram também tumores de esôfago, pâncreas e laringe, entre outros.
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Em 2018, foram 956 mortes por neoplasia devido ao uso do cigarro, um número um pouco menor que o de 2017, quando a Sesau registrou 980. O ano com menor número de ocorrências foi 2014, com 799. Em toda a série histórica, o câncer de pulmão é o campeão de mortes.
Além dos tumores, outros males relacionados ao tabaco preocupam a Secretaria de Saúde, em especial aqueles ligados ao aparelho circulatório, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e outras doenças cerebrovasculares. As do aparelho respiratório também aparecem em grande quantidade.
Segundo a secretaria, a ocorrência de infartos e AVCs teve um crescimento exponencial entre 2017 e 2018. No ano passado, foram 8.079 casos de infarto e 6.132 de acidente vascular cerebral, contra 1.482 e 887 em 2017, respectivamente. Já as doenças respiratórias relacionadas ao cigarro causaram 3.174 mortes.
Em Alagoas, o Dia Mundial sem Tabaco foi comemorado com duas atividades. A primeira, o seminário "Tabaco e Saúde Pulmonar", realizado na quinta (30) para profissionais que atuam na área de assistência e prevenção a problemas ligados ao tabagismo. Além disso, acontece no Maceió Shopping uma exposição sobre a história do cigarro no Brasil.
"A mostra visa conscientizar as pessoas sobre os riscos do vício do tabaco e discorrer em torno dos danos já comprovados à saúde", diz a coordenadora do Programa Estadual de Combate ao Tabagismo da Sesau, Vetrúcia Teixeira. "O cigarro é responsável por milhares de mortes todos os anos e esse ciclo mórbido deve ser enfrentado".