A Casa da Mulher Alagoana, em seu primeiro mês de funcionamento, contabilizou 41 atendimentos, e 20 denúncias de violência doméstica foram registradas na delegacia que funciona no local.
As mulheres que fizeram denúncias tinham entre 25 e 58 anos de idade e moravam em diferentes bairros de Maceió, como Bom Parto, Jacintinho, Santa Amélia, Cruz das Almas e Ponta Verde.
De acordo com a psicóloga Bárbara Abreu, a diversidade do público chamou atenção. "A diversidade é tanto no sentido de faixa etária, quanto de bairros de origem e de tipos de demandas. Isso nos mostra que, de fato, as mulheres têm sofrido diversos tipos de violência, não importando a classe econômica ou a idade", afirmou.
Ainda segundo ela, a maioria das mulheres atendidas relatou sofrer mais de um tipo de violência ao mesmo tempo. A principal é a violência psicológica, conduta que causa dano emocional, diminuição da autoestima e prejuízo ao desenvolvimento das vítimas.
Para o desembargador Tutmés Airan, que está à frente da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) e foi um dos idealizadores da Casa, os números do primeiro mês mostram o acerto da política de instalação do equipamento.
"Os números já indicam o quão volumoso é o problema da violência doméstica e o quanto ele precisa de atenção por parte das autoridades", afirmou o desembargador, ressaltando dados de pesquisa nacional que apontou Alagoas como o Estado com mais casos de feminicídio no Nordeste, e o quinto em todo o Brasil. "Esses números mostram a necessidade de um equipamento como a Casa da Mulher".
A tendência, segundo Tutmés Airan, é que o local seja cada vez mais procurado.
Funcionamento
A Casa da Mulher Alagoana passou a ter todos os serviços funcionando no dia 10 de maio. O prédio, localizado ao lado da Praça Sinimbu, no Centro de Maceió, reúne Delegacia, Defensoria Pública, Juizado, Patrulha Maria da Penha e outros órgãos da rede de proteção às mulheres.
O local conta ainda com alojamento temporário, salas de atendimento psicossocial, brinquedoteca e centro de mediação e conciliação. O atendimento às vítimas é feito de segunda a sexta, das 7h30 às 19h30.