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Neymar dribla, discute, lamenta e dança na conquista de seu 1º Mundial

Na 1ª final em que sai vencedor sem marcar gol, brasileiro exibe habilidade no Japão, sofre por chances perdidas e celebra título que escapou em 2011

Teve de tudo na conquista do primeiro título mundial de Neymar: discussão, lamento, dribles e até dança. Quer dizer: tudo não... Na verdade, faltou o gol. Pela primeira vez em sua carreira, o brasileiro saiu vencedor em uma final sem balançar as redes. Em sua segunda decisão do Mundial de Clubes, o camisa 11 ocupou o papel de garçom, realizado com muita eficiência: duas assistências, uma para Messi e outra para Suárez, que ajudaram o Barcelonaa superar o River Plate por 3 a 0, neste domingo, no Estádio Internacional de Yokohama.

- Estou muito feliz por ganhar o Mundial. É um dos melhores momentos da minha vida. Conseguir este título significa muito, só faltou o gol. Para os brasileiros, é muito importante, e por isso sinto muita emoção. Estou muito contente por fazer história - disse Neymar.

De faixa na cabeça, com o cabelo ainda sem um penteado específico desde que raspou o cabelo, Neymar veio a campo determinado a ter nas mãos o troféu que não conseguiu dar ao Santos em 2011, justamente contra o Barcelona. Do lado dos catalães dessa vez, o brasileiro sofreu junto com sua equipe por conta da pressão inicial do River Plate, que tentou diminuir ao máximo o tempo dos blaugrana para pensarem e tocarem a bola. Mas, com a o auxílio do camisa 11, o cenário mudou aos poucos.

Durante a maior parte do primeiro tempo, Neymar foi o atacante que mais ajudou o Barça na saída de bola, aparecendo antes da linha central e e ajudando na marcação quando o River tomava a pelota. No ataque, teve sua primeira oportunidade aos nove, mas se complicou no domínio e não levou o lance à frente. Dez minutos depois, tabelou com Messi e recebeu um passe pouco aproveitável.

O camisa 11 passou a ser uma boa saída para o Barça, através de lançamentos longos nas costas de Mercado e Sánchez. Em um desses lances, recebeu a bola e dançou na frente do marcador, abrindo espaço para um cruzamento que encontrou Daniel Alves, que chutou para a defesa de Barovero. Era apenas a primeira vez que Neymar mostraria seu gingado em Yokohama.

A marcação do River não poupou o camisa 11, que se irritou e discutiu com Sánchez após uma chegada dura, aos 27 minutos. Mesmo com Messi em campo, Neymar adotou uma postura de chamar a responsabilidade, como fez durante os meses de ausência do argentino na temporada: bateu faltas laterais, cobrou escanteios e também viu o camisa 10 fazer uso da hierarquia e chutar os tiros livres de frente para a área. Mas La Pulga só marcaria com a ajuda do N do famoso trio.

Aos 36, Neymar viu uma disputa na lateral aparentemente despretensiosa, mas foi conferir. Saiu de lá com a bola nos pés, driblando o marcador e invertendo o jogo para Daniel Alves. O lateral brasileiro cruzou para o camisa 11, que correu para o segundo poste. Neymar subiu bem e escorou de cabeça para Messi marcar. Na comemoração, braços abertos para receber um abraço carinhoso e cercado por sorrisos. Para encerrar, um beijinho no pescoço do astro argentino.

Logo depois, mais exibição de suas habilidades, limpando o lance e chutando travado na zaga. Aos 43, um breve papo com Iniesta e Suárez, em meio a uma pressão do River. Na descida para os vestiários, uma pequena conversa com Messi, com a sensação de que a primeira conquista mundial de sua carreira poderia estar a caminho

A sensação virou quase que certeza logo no primeiro lance perigoso do segundo tempo. Enquanto corria pela esquerda, Neymar viu Suárez aparecer no lado oposto, receber lançamento e marcar o segundo do Barça. Ney observou El Pistolero comemorar de longe e depois pulou por cima do abraço entre o uruguaio e Messi.

O astro brasileiro quis assumir de vez o papel garçom e parecia querer consagrar aquele que foi um de seus algozes em 2011. Em quatro minutos, deixou Messi em condições de marcar por três vezes, mas o camisa 10 desperdiçou todas. Neste meio tempo, chamou a marcação para o baile de novo: passou por um, dois... E caiu, sem reclamar ou pedir um pênalti.

Uma nova chegada dura fez o brasuca mancar por alguns segundos, aos 15, e perder a paciência, a ponto de em seguida cometer sua única falta no jogo, sobre Mercado, e receber o cartão amarelo. Depois, ao ser acionado na esquerda, aos 22, Neymar aguardou olhando para a marcação e apenas esperou Suárez se posicionar para colocar a bola em sua cabeça. Terceiro gol do Barça e segunda assistência de Neymar, que passou a buscar mais intensamente a sua marca no placar, também.

Messi tentou retribuir a ajudar de antes, mas o brasileiro se enrolou com a bola aos 33. Logo depois, duas grandes jogadas em sequência, deixando marcadores para trás com sua habilidade. Na melhor delas, passou pelo marcador e foi livre em direção a Barovero, mas tropeçou. Foi sua última participação em campo, antes de ser substituído por Luis Enrique. Na saída, aplausos dos japoneses e vaias dos argentinos, em meio a um caminhar bem devagar. Um abraço em Mathieu e um cumprimento ao treinador, com breves palavras ao pé do ouvido.

No banco, aguardou o apito final e se juntou aos abraços contidos dos amigos na comemoração do que foi o terceiro Mundial para alguns deles, como Messi. Na subida ao palco para receber sua medalha de ouro, porém, extravasou a alegria por aquele momento que esperou por quatro anos, com uma dancinha embalada pelo som do estádio e a pose para fotos com a língua de fora: o jeito Neymar de ser campeão mundial.

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