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Leco diz que invasão foi "ato político"; São Paulo registra B.O. na polícia

Presidente condena agressão a Carlinhos, Michel Bastos e Wesley, diz que clube registrou queixa, promete ceder imagens e ataca oposição

O presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco,usou palavras duras contra a invasão de torcedores ao CT da Barra Funda, neste sábado. Carlinhos, Michel Bastos e Wesley foram agredidos, e objetos como camisas de treino, bolas, garrafas e um galão de água foram roubados das dependências do clube.

O mandatário disse ter acionado todas autoridades competentes, como Ministério Público e Federação Paulista de Futebol. O Tricolor registrou Boletim de Ocorrência na Polícia.

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Ao criticar o vandalismo considerado "deplorável", Leco questionou a legitimidade do protesto colocando em xeque quem financiou o ato, visto como político.

- Os autores e idealizadores deste ato que não me intimidam, mesmo, muito pelo contrário.
Uma coisa é a insatisfação da torcida pela situação no campeonato ou por uma derrota que todos sabem ser inaceitável (Juventude). Outra é uma ação política arquitetada para abalar a administração do clube. Os idealizadores não querem o bem do São Paulo. Apostam no quanto pior melhor. Não vão triunfar. Quem pagou ônibus para a torcida vir ao CT? Quem incitou atos contra jogadores e funcionários? Vocês da imprensa devem investigar - disse Leco, em pronunciamento antes da entrevista coletiva.

O presidente classificou a oposição do clube como injusta e disse que a ala se aproveita do momento ruim da equipe dentro de campo. O Tricolor é o 11º colocado do Brasileirão e perdeu por 2 a 1 para o Juventude o primeiro duelo das oitavas de final da Copa do Brasil, no Morumbi, resultado que aumentou a pressão.

- O cunho político é nítido porque, lamentavelmente, encontramos manifestações de figuras da oposição que criticam administração e tentam desestabilizar. Fazem referências de apoio, de que foi certo, foi bom... o que é algo impensável e inacreditável que o São Paulo tenha pessoas em seu seio que aplaudam isso (invasão) - afirmou.

O treino interrompido pela invasão de manhã foi remanejado para a parte da tarde no CT. Leco disse ter recebido palavras tranquilizadoras do técnico Ricardo Gomes, que comandou a atividade e foi poupado de cobranças pelos torcedores.

Apesar de admitir a gravidade da situação, Leco descartou uma possível desistência ao jogo deste domingo, contra o Coritiba, no Morumbi. Ele afirmou que o time entrará em campo pelo Brasileirão. O mandatário também disse não ter recebido manifestações de atletas querendo rescindir contrato depois do vandalismo.

- Acredito que não. Infelizmente, esse fenômeno não é incomum e nem exclusivo do São Paulo. Tivemos episódios recentes com times até de São Paulo. Não é um fator. Os jogadores não fizeram queixas pessoais, porque as agressões foram empurrões, tapinhas e chutinhos, mais para demonstrar inconformismo. Uns foram mais visados que outros. O São Paulo tomou uma iniciativa de caráter geral, com as agressões documentadas, mas não realçadas como tema central. O fato todo é grave. Quando digo tapinhas e empurrões, é porque foram mesmo. Graças a Deus não foi nada grave. E só não houve porque não teve reação maior, senão estaríamos lamentando uma tragédia. A responsabilidade é do Estado, das autoridades, do MP, de um juiz que venha a julgar. A única coisa que digo é que não ficamos inertes - afirmou.

O presidente usou ironia e mostrou irritação ao ser questionado sobre a hipótese de torcedores se vangloriarem, caso o time vença o Coritiba e o resultado seja atrelado à invasão ao CT.

- Se eles se autoproclamarem responsáveis pela vitória, vou adorar a vitória e creditar a todos os são-paulinos. Eles estão incluídos nisso. Mas tenho certeza que, se perder, não vão aceitar que prejudicaram. Ficará só na nossa conta. Para (irritado)! Isso não tem razoabilidade. É vagabundo, não aceito! Quero que ganhe e que eles comemorem - disse.

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