Quase um mês depois do volanteDiguinho, do Vasco, ter se envolvido em uma confusão com um policial após a vitória sobre o Vila Nova, pela terceira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o"SporTV"teve acesso a imagens do circuito interno do Estádio Mané Garrincha que mostram o momento em que o jogador agrediu um policial com um soco, após ter sido empurrado (assista ao vídeo). Após a confusão, dia 25 de maio,Diguinho chegou a ser encaminhado à 5ª DP, em Brasília, prestou depoimento e foi liberado.
O episódio aconteceu quando o jogo terminou. Expulso após o apito final ao tentar apartar um princípio de confusão entre Nenê e Jean Carlos, Diguinho ficou exaltado e foi tirar satisfação com o árbitro da partida, Marcelo Aparecido de Souza. As imagens registradas por fotógrafos e cinegrafistas que estavam no local mostram apenas o jogador se dirigindo a eles, mas a briga com o policial, ocorrida na sequência, não chegou a ser flagrada pela imprensa.
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As imagens do circuito interno, no entanto, não deixam dúvidas, como mostra a reportagem do repórter Fred Justo, exibida no"Redação SporTV". As gravações feitas por um equipamento localizado no alto do estádio mostra a discussão de Diguinho com o árbitro e, em seguida, o momento em que um policial tenta afastar o volante, que revida com um soco. Na sequência, o atleta do Vasco é cercado por outros policiais, e outras pessoas aparecem para conter a confusão.
Ainda na madrugada, Diguinho esteve na delegacia e prestou depoimento, no mesmo local onde policial agredido registrou queixa. O inquérito terminou com o indiciamento do atleta, que vai responder ao processo de lesão corporal.
Versão da súmula
Na súmula da partida, o árbitro Marcelo Aparecido de Souza relata que foi informado sobre a confusão, mas diz não ter testemunhado a agressão. No documento, consta que a arbitragem foi informada por policiais de que o soldado Willian Lyra Dorissio teria sido agredido com um soco na boca. As novas imagens, no entanto, mostram que o trio de arbitragem está próximo de Diguinho no momento da confusão - um dos assistentes chega a correr e apontar em direção ao volante.
No âmbito esportivo, o caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Denunciado por dupla agressão, o jogador poderia pegar ser punido com até 12 jogos de suspensão. Por falta de provas, no entanto, os auditores da primeira comissão disciplinar absolveram Diguinho. A defesa do atleta foi baseada na versão colocada em súmula.
- Era a única defesa que se tinha. Eu não tenho outro meio de defesa. Não tenho prova de vídeo, não tenho nada que corrobore essa acertiva do policial que diz que foi supostamente agredido pelo atleta Diguinho... (...) E o relato do árbitro de que não presenciou essa suposta agressão é que foi o elemento principal que o Vasco calcou a defesa - explicou o advogado do clube, Paulo Rubens Máximo.
A procuradoria do STJD pediu punição severa ao jogador, mas até então não havia as imagens agora reveladas. O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, diz que a descrição da súmula foi suficiente para que o jogador fosse denunciado.
- Para a procuradoria, o que já estava narrado em súmula já seria suficiente pra oferecimento da denuncia e até a condenação - considerou.
Procurados pelo SporTV, o árbitro Marcelo Aparecido de Souza e o volante Diguinho não quiseram se pronunciar. O canal também entrou em contato com o presidente da comissão nacional de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, para questionar a diferença entre o conteúdo da súmula e o que mostram as imagens. A resposta foi a seguinte: "A súmula é o documento oficial do jogo, até que se prove o contrário, é preenchida com informações verídicas. Qualquer imagem que aponte o contrário do que está na súmula, a análise cabe ao STJD".
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