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Emprestado ao River, D'Ale chora e se despede do Inter: "Não é fácil"

Argentino firmará vínculo por um ano com clube argentino. Meia tem a chance de se despedir na partida contra o São José, na noite desta quarta-feira

Os quase oito anos de conquistas, idolatria junto à torcida e algumas polêmicas da "era D'Alessandro" no Inter chegaram a um capítulo emblemático nesta quarta-feira. Em entrevista coletiva na sala de conferências do Beira-Rio, o presidente Vitorio Piffero confirmou a saída do gringo para retornar ao River Plate, clube que o revelou na Argentina, por empréstimo até o final do ano. Assim, confirmou de forma oficial a informação que sacudiu os bastidores do Colorado durante as primeiras horas do dia.

Emocionado, D?Alessandro logo falou da transferência e não segurou o choro. Chegou a interromper o pronunciamento, com mãos no rosto, mas seguiu.

? Não é fácil para ninguém. São sete anos e meio de ter convivido com pessoas que me ajudaram muito. Fizeram que eu fosse um atleta e pessoa melhor, é um clube que me deu tudo. E eu tinha o pensamento que o tempo ia passando e eu queria sair bem, não queria que ninguém estragasse minha história, o momento certo para dar uma parada e fechar uma história muito bonita. O que passei aqui no clube não tem comparação com nada ? discursou.

EMOÇÃO NA DESPEDIDA

Na despedida, ao menos temporária, D?Ale procurou valorizar os funcionários do clube e relação com a torcida. O tempo todo, citou do carinho e respeito que tem pelo Inter, assim como para o River Plate.

? É muito difícil passar pelo vestiário e me despedir dos empregados. Uma coisa que eu sempre valorizei e tentar manter foi essa relação com os funcionários do clube. São os caras que nos ajudam dia a dia e, emocionalmente, me deixam muito tranquilo. O D?Alessandro não é só um atleta de futebol.  Deixou alguma coisa como pessoa nesses sete anos e meio e isso me dá muito orgulho ? prossegue.

DESPEDIDA CONTRA O SÃO JOSÉ

Multicampeão pelo clube, com direito a título da Copa Sul-Americana, em 2008, e da Libertadores, em 2010, D'Ale terá a chance de se despedir da torcida na noite desta quarta-feira. O argentino seguirá concentrado e, segundo ele, será opção para Argel para a partida das 21h45 diante do São José, no Passo D'Areia, pela 2ª rodada do Gauchão. O duelo é válido ainda como a final da Recopa Gaúcha - competição inédita no museu colorado.

? Eu estou disponível para o treinador. Ele que vai decidir ? completa.

A ideia inicia é de que o argentino permaneça no banco como opção para o decorrer da partida. Deverá entrar na segunda etapa para se despedir e, quem sabe, erguer a taça da Recopa.

MOTIVO DA SAÍDA

Recentemente, Inter e D?Alessandro acertaram pendências financeiras, agravadas pela variação cambial e alta do dólar ? já que o argentino recebe na moeda americana. Conforme apurado pelo GloboEsporte.com, a dívida giraria na casa dos US$ 1,5 milhões (cerca de R$ 6 milhões), com pagamento a ser realizado em 10 parcelas.

Clube e atleta acertaram as pendências com base no valor do dólar na data na qual a dívida deveria ter sido paga. A saída temporária do camisa 10 também tem a ver com uma política de redução salarial na folha do clube.

De acordo com o presidente Vitorio Piffero, D'Alessandro retornará ao Inter em janeiro de 2017. O Argentino tem vínculo com o clube gaúcho até o final da próxima temporada.

? D'Alessandro se reapresenta quando iniciar a temporada do ano que vem. Até 31 de dezembro, fica no River, que pagará todo o salário ? frisou Piffero.

O gringo é fruto das categorias de base do River Plate e inicou sua carreira pelos "Millonarios", em 2000. O meia permaneceu em Nuñez durante quatro temporadas, e conquistou o Campeonato Argentino por três vezes, até se transferir ao Wolsfburg, da Alemanha. Na Argentina, o camisa 10 ainda defendeu o San Lorenzo, que também tentou sua contratação ao final de 2015, durante seis meses, antes de chegar ao Inter,em 2008.

A "era D'Alessandro"  chega ao fim com saldo mais do que positivo. O gringo chegou ao clube em meados de 2008. Logo em sua primeira temporada, sagrou-se campeão da Copa Sul-Americana. Um início com o pé direito para quem conquistou ainda o Campeonato Gaúcho por seis vezes em quase oito anos e chegou ao ápice no Colorado ao erguer o bicampeonato da Libertadores de 2010. O currículo em Porto Alegre ainda abriga uma Recopa Sul-Americana, em 2011, e a Copa  Suruga, em 2009. O argentino disputou 340 partidas e anotou 78 gols pelo Inter.

DESTAQUES DA ENTREVISTA

> Mudança para o River

"É uma mistura de tristeza e alegria, estou voltando para a minha terra, ver meu pai, minha mãe, depois de muito tempo longe da Argentina. Saí em 2003. Hoje, estou voltando por um ano, com três filhos, uma família muito maior. Um filho brasileiro que vai fazer seis meses e que é gaúcho, o que é motivo de orgulho".

> Despedida

"Não caiu a ficha. Acho que vai cair hoje de noite lá no jogo. Tomara que a gente conquiste esse titulo. tentei não falar nada para o grupo, temos que estar concentrados para o jogo da noite. É triste, mas acontece. O mais importante aqui é o clube, já chegaram e saíram muitos atletas importantes. Não gostei da vaia do primeiro jogo, então peço para o torcedor lotar o estádio do Zequinha.

> Volta para o Inter?

"Estou fechando uma etapa, o ciclo não termina. Tenho mais um ano de contrato, até 2017. Espero cumpri-lo, mas isso a gente vai ver lá na frente. Não posso prometer nada para o torcedor. Tentei trabalhar, ser profissional, fazer o meu melhor. Claro que a gente nunca vai agradar todo mundo. É emocionante saber que a gente pode receber esse carinho do torcedor. Só tenho palavras de agradecimento".

> Negociação

"O River chegou há um tempo, mas se fez forte no jogo em Punta del Este que eu fui jogar em janeiro. Em janeiro eu falei com o Francescoli, que é o manager do clube. Me falaram que queriam contar comigo. O treinador passou muito confiança e a vontade de poder contar comigo no grupo. Tudo que tem a ver com a minha saída do clube é complicado. É uma mistura de tristeza e felicidade".

> Inter sem D'Ale

"Não existe nenhuma dívida. Queria agradecer o clube, o presidente, o Pelegrini. Eu sempre frisei  que o Inter comigo não ia ter nenhum problema. O mais importante é o Inter e o torcedor. Nós temos um elenco muito bom. Temos jogadores que chegaram de muita qualidade, experientes. Caras como o Alex, que tem uma história muito bonita. Acredito que ele fique na cabeça desse grupo junto com o Alisson, com o Paulão. Não imaginava minha saída, mas aconteceu e vou tentar viver essas ultimas horas com o grupo no hotel e no vestiário. Tentar me despedir bem".

> Polêmicas

"Poderíamos deixar de lado. Não me arrependo de tudo. De alguma coisa, sim, mas sempre faço as coisas conscientes com base no meu caráter e com a minha personalidade. Todo mundo tem opinião, dei a minha, só isso. Não teve nenhum problema. Queremos atletas que opinam e que tenham personalidade. Atletas que se escondem, ninguém quer".

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