A expressão: “A vida é um jogo de xadrez” é uma metáfora que compara a nossa vida a um jogo de estratégias e habilidades, onde cada movimento tem suas consequências. Algumas razões pelas quais essa comparação é feita são as que esta matéria exemplifica. A primeira delas são os movimentos cuidadosos, onde cada um pode mudar o curso do jogo. Desta mesma forma, cada escolha na vida pode ter um impacto duradouro.
Outros exemplos são: estratégia e planejamento. Ou seja, assim como no xadrez, na vida precisamos planejar e tomar decisões pensadas para alcançar nossos objetivos. Além disso, existem os sacrifícios e as prioridades. Vejamos: no xadrez, às vezes é necessário sacrificar peças para ganhar. E na vida, podemos precisar fazer escolhas difíceis e priorizar objetivos.
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Diante disso tudo, por ser o xadrez um esporte mental que exige estratégia, concentração e habilidades, várias crianças e adolescentes, e não apenas adultos, estão mostrando suas desenvolturas no xadrez e começam a participar de competições, ganhando mais e mais experiência. Alguns até mesmo se tornam “Mestres do Xadrez” ou “Grandes Mestres”, ainda muito jovens.
Exemplos não faltam no Brasil, como Henrique Costa Mecking, o Mequinho, considerado por muitos o maior enxadrista brasileiro de todos os tempos, e Giovanni Vescovi, que foi vice-campeão mundial quando tinha 9 anos de idade, campeão mundial juvenil por equipes aos 20 anos, entre outras conquistas.
Em Alagoas, um talento que começa a despontar na modalidade é o garoto Bernardo, de apenas 11 anos. Ele vem se destacando, já coleciona títulos, o que se torna um feito notável para a modalidade esportiva em Alagoas.
Bernardo Gomes Valença é filho único dos servidores públicos Bárbara Jordana Gomes Nicácio Araújo e Cristiano Nogueira Valença. Todos são de Maceió, mas estão morando em Arapiraca, devido ao trabalho de Cristiano.
Dentre as conquistas que o menino já obteve estão: atual campeão alagoano, na sua categoria, sub-12, e campeão do Nordeste, também no sub-12. Inclusive, o ídolo de Bernardo é Bobby Fischer, americano, naturalizado islandês, que conquistou o título mundial de xadrez para os Estados Unidos e quebrou a hegemonia soviética.
Outros destaques no mundo são o norueguês Magnus Carlsen, considerado por muitos como o melhor jogador de xadrez da história; Garry Kasparov, da República Socialista Soviética do Azerbaijão (União Soviética), e ex-campeão mundial de xadrez, entre outros.
O garoto é agradecido à família e a Deus pelos títulos que já faturou. Ele disse à Gazeta que sempre ora para que seja feita a vontade de Deus. “Eu dedico minhas vitórias a Deus, em minhas orações sempre peço que seja feita a sua vontade. Agradeço pelo apoio de todos os meus familiares, em especial os meus pais, meus avós, meu padrinho Lucas e meus professores Eric e Alciro Acioli”, disse Bernardo.
O início no xadrez
Bernardo começou a tomar gosto pelo xadrez na Escola Santa Clara, em Arapiraca, onde estuda. “A escola disponibilizou o esporte e nos inserimos, pois foi logo após o período de isolamento da pandemia. Com o professor de lá, colocamos ele em diversas atividades: karatê, futsal, xadrez, só faltou música (risos). No início, era só para ele interagir, pois tinha passado muito tempo isolado, mas, ao longo do tempo, ele foi se interessando mais e mais (pelo xadrez). A escola promoveu um torneio interno, só com os alunos e, para nossa surpresa, ele foi o campeão”, disse Cristiano Nogueira, à reportagem.
“Após esse torneio na escola, o professor conversou conosco e disse que se nós quiséssemos que ele progredisse ele precisaria de aulas particulares, de um estudo mais sofisticado do xadrez. Então, convidamos um grande professor de Arapiraca e o Bernardo hoje tem aulas, uma vez por semana, com ele, o professor Alciro Acioli”, emendou.
Após dois meses de aula com Alciro, Bernardo sagrou-se campeão alagoano, em um torneio realizado em Maceió, em junho, na escola Maple Bear. Em seguida, ficou em 3º lugar no campeonato dos Jogos Escolares (JEAR), realizados em Arapiraca, em setembro. E, por último, foi campeão do Nordeste (título da Liga Brasileira de Xadrez), em torneio que ocorreu em Arapiraca, no último dia 26 de outubro. Isso tudo em 2024.
“Estou muito feliz. Sinto-me importante na minha família. Eles dizem que sou motivo de orgulho. Também fico feliz por fazer novos amigos enxadristas”, disse o pequeno-grande Bernardo.
Xeque Mate! Tal expressão é o objetivo final do jogo de xadrez, onde o rei do adversário está sob ataque e não há maneira de escapar da captura. É um momento emocionante no jogo, demonstrando habilidade e estratégia. A origem do termo vem do persa “Shah Mat”, significando “O Rei está morto”. Ou seja, é o momento de vitória para o jogador que o executa.
Ao ser perguntado se pode dizer que, para Bernardo, a vida é um jogo de xadrez, onde requer habilidades e estratégias, o pai dele respondeu: “Sim, sim, com certeza!”. E Bernardo até já avisou: “Quero continuar me dedicando para, no futuro, participar do Campeonato Brasileiro e, quem sabe, até fora do Brasil. Também quero me tornar um mestre de xadrez”. Então: xeque mate!
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