Entre bons e maus momentos, o CSA teve um ano de 2024 pautado pela inconstância. A equipe frustrou resultados ruins desde cedo, quando caiu para o Iguatu na Pré-Copa do Nordeste, mas viu as coisas piorarem quando sequer chegou às semifinais do Campeonato Alagoano, e flertou com o rebaixamento para a Série D do Brasileirão. No entanto, a reta final dessa temporada que parecia desastrosa, deu bons sinais para o ano que vem.
Nas últimas 10 rodadas do Campeonato Brasileiro, o Azulão finalmente reencontrou o caminho das vitórias e emplacou seis triunfos, dois empates e duas derrotas. A boa sequência livrou os azulinos do risco de rebaixamento.
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Mesmo com todos os percalços, a presidente executiva Mírian Monte, em entrevista exclusiva à Gazetaweb.com, elogiou o trabalho de recuperação da diretoria executiva do clube, mencionando também que questões financeiras e políticas podem ter atrapalhado no desempenho.
"Extremamente difícil. Financeiramente, politicamente e esportivamente difícil. Uma verdadeira jornada do herói foi travada por todos os diretores e por mim também. Esportivamente, chegamos a ter 92% de chance de rebaixamento. Nas nove primeiras rodadas da Série C, estávamos na vice-lanterna. Terminamos a segunda metade liderando o campeonato, com 70% de aproveitamento. Êxito da diretoria de futebol, que tem como diretores Luciano Lessa, Alírio Albuquerque e diretor executivo Jadson Oliveira, mas que encontra lastro em toda a diretoria executiva. Isso significa que deu certo", disse.
Ao mesmo tempo, a presidente criticou a maneira de agir de diretorias passadas do CSA, e valorizou a atitude de manter parte do elenco da última temporada para a próxima. A consequência financeira foi um dos motivos.
"Nos últimos anos, ao final da temporada, todo o elenco era desfeito. Por um lado, isso trazia um alívio financeiro, porque liberava o clube de pelo menos três meses de folha de pagamento e se jogava o problema para o jurídico, mas o clube amargava condenações vultosas aumentando seu passivo judicial. Dessa vez, com muita luta, tentamos fazer diferente: mantivemos uma base importante do grupo", analisou Mírian.
Mesmo com os bons sinais, a dirigente tenta mesclar o otimismo com a realidade, e mantém os pés no chão diante da situação do clube azulino. As dificuldades financeiras foram novamente mencionadas.
"Gosto muito de um pensamento de Ariano Suassuna e me identifico com ele: 'O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso'. Sou uma realista esperançosa. Sei exatamente onde o sapato aperta. Hoje, conheço, como ninguém, a realidade do clube, em termos financeiros e administrativos. Sei que o clube é autossustentável, mas ainda se encontra em processo de equalização financeira. Então, dentro da realidade, tenho esperança que já no início do ano consigamos resultados esportivos e financeiros importantes".
RECADO AO TORCEDOR
Nos últimos anos parece difícil para o torcedor do CSA encontrar motivos para sorrir. Há duas temporadas na Série C, o clube azulino não vence o Campeonato Alagoano desde 2021, e deve enxergar como prioridade a retomada do caminho dos títulos.
Diante disso, Mírian concluiu dando um recado à torcida e prometendo máximo comprometimento ao clube, discurso otimista para os torcedores marujos.
"Eu, como torcedora, prometo fazer minha parte: meu sócio está em dia, meu tempo está sendo dedicado ao clube, estou colocando minha imagem à disposição, inclusive por saber que a imagem da mulher abre portas para muitas possibilidades e patrocínios, estou escutando muitos nãos, encontrando resistência, desconfiança, mas tenho devolvido com trabalho e sorrisos. Eu, como torcedora, prometo resiliência. Prometo, até meu último dia no clube, lutar pelo lema união e força", concluiu.
Em 2025, o CSA estreia no primeiro sábado do ano (4), em confronto com o Barcelona de Ilhéus, pela Pré-Copa do Nordeste, às 16h, no Rei Pelé.