Foi-se o tempo em que crianças, jovens e adultos com síndrome de down eram acompanhados por pais, médicos e especialistas, sendo, de certa forma, isolados de qualquer tipo de atividade. Nos dias atuais, eles levam uma vida considerada normal e vão além, buscando a prática esportiva de forma exemplar.
Recentemente, uma iniciativa do Instituto Life Down mostrou bem a participação e evolução desses "pequenos gigantes" através das modalidades esportivas. No domingo (23), um grupo de jovens foi ao Estádio Rei Pelé acompanhar a partida entre CSA e Sampaio Corrêa, válida pelo Campeonato Brasileiro da Série C.
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E eles não foram apenas espectadores. Na oportunidade, representaram o time de futsal Life Down/CSA, conhecendo os vestiários e os atletas. Participaram de todos os momentos antes da partida, entraram em campo com os jogadores e permaneceram no gramado durante a execução do hino nacional, além de darem uma espécie de volta olímpica, sendo aplaudidos de pé pela torcida azulina.
Vice-presidente do Instituto Life Down, David Sant?Anna apontou para o "conjunto da obra" que foi a visita dos jovens ao Rei Pelé. "Um misto de sentimentos. Satisfação e realização. Ver o rosto deles, a alegria deles, dos familiares. A grande maioria nunca havia entrado num estádio de futebol. Eles foram aos vestiários, conheceram os atletas, participaram da conversa antes do jogo, entraram no gramado. O assunto nos nossos grupos de conversa tem sido esta experiência. Os nossos amiguinhos ficaram muito felizes e já aguardam outros convites, enquanto os pais ficaram muito agradecidos. Foi uma experiência única e que vai ficar para a história do instituto", afirmou.
David ainda enalteceu o carinho da torcida do CSA para com os jovens do Instituto Life Down. "Outra coisa que devemos ressaltar é o carinho da torcida no Rei Pelé. A garotada estava com a faixa em que estava escrito "Síndrome de Down: Vamos Celebrar o Amor". Quando eles passavam, a torcida aplaudia de pé", contou.
A presidente do instituto, Raquel Pereira, destacou a presença dos jovens não apenas como torcedores, mas também como atletas. "Eles são jovens com síndrome de down, mas também são atletas. Esta parceria com o CSA para a montagem desse time de futsal tem sido fantástica. Eles fazem questão de ir aos treinos, são disciplinados, pedem que os pais não se atrasem. É incrível", disse.
Os treinos dos jovens acontecem duas vezes por semana, às quartas e sextas-feiras, das 15h00 às 16h00, no Ginásio do Colégio Diógenes Jucá, na Rotary. Por sinal, o desempenho dos atletas levou a realização de um amistoso contra o time de futsal do Corinthians, no mês de agosto, em Maceió.
"Muita gente não conhecia este trabalho. E um momento interessante ocorreu logo depois do jogo, quando um membro da comissão técnica do CSA nos abordou e disse que nunca esqueceria aquele momento. Ficamos felizes pelo reconhecimento e por saber que eles podem e devem ser reconhecidos, como qualquer outra pessoa, por serem atletas", completou Raquel.
O governo de Alagoas garantiu apoio aos eventos realizados pelo Instituto Life Down. A secretária Claudia Petuba diz exaltar ações deste tipo. "Uma linda ação conjunta da turma do Life Down com o CSA. O esporte como o principal instrumento de inclusão social é a nossa meta. Já estamos trabalhando muito para isso", afirmou.
E para promover o esporte entre portadores da síndrome, a Selaj vai apoiar o "Life Down Sports", evento que acontece entre os dias 18 e 20 de agosto, no Maceió Shopping. Durante este período, outros locais da cidade também irão receber eventos esportivos e palestras direcionadas para crianças, jovens e adultos com síndrome de down.
Jiu-jitsu
E outro grande exemplo vem das artes marciais. Alexandre Lessa, o "Xandinho", também vem dando um show de dedicação, só que no jiu-jitsu. Durante a segunda etapa do Circuito Alagoano da modalidade, organizado pela Liga Alagoana de Jiu-Jitsu (LAJ-J), o atleta fez uma apresentação especial com seu professor, "finalizando" Fabrício Gama e levantando a torcida presente no ginásio da Vila Olímpica Albano Franco.
Logo em seguida, Xandinho teve seu esforço e dedicação reconhecidos, recebendo a faixa azul. Fabrício Gama comentou a chegada do jovem para praticar a "arte suave" e avaliou o praticante nos dias de hoje.
"Eu dava aula na academia do irmão dele, que achou que o jiu-jitsu seria interessante para ele. Desde então, ele vem mostrando muita dedicação nos treinos e evoluindo. Tem sido muito importante para ele e também para mim, como pessoa e profissional", comentou.
A participação do jovem também chamou a atenção do secretário executivo do Esporte, Lazer e Juventude, Charles Hebert. "Quando eu cheguei na Vila Olímpica, fiquei surpreso com a quantidade de pessoas para disputar a competição e também para assistir. Quando vi a atuação do Xandinho, só reforcei a ideia de que o esporte é capaz de mudar a vida das pessoas", completou.
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