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HOME > esportes > ALAGOANO

Drama da bola: ex-ídolos do futebol alagoano passam por dificuldades financeiras

De acordo com o Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Estado de Alagoas, mais de 400 ex-jogadores estão em busca de ajuda

Todas as histórias de grandes clubes possuem ilustres personagens que, no passado, foram jogadores marcantes e que, hoje, figuram como ídolos por terem levado seus clubes a glórias. Às vezes, os tão sonhados títulos não vinham, mas os inúmeros e belos lances dentro de campo eram tão mágicos que estão eternizados na memória de muitos torcedores. Com o passar dos anos, o futebol ganhou muito mais investimentos do que os destinados ao esporte nas décadas anteriores. Os salários de antigamente não chegam nem perto de 1% dos salários milionários dos grandes astros de futebol na atualidade. Isso faz com que muitos ex-jogadores passem por dificuldades, restando-lhes apenas um nome na história.

Segundo o Sindicato dos Atletas Profissionais de Futebol do Estado de Alagoas (SAPFE-AL), Alagoas possui mais de 400 ex-jogadores passando por dificuldades como problemas financeiros e de saúde. Há relatos, inclusive, de ex-atletas que se envolveram com o  alcoolismo e até com drogas.

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De acordo com Cícero Besouro, presidente do SAPFE-AL, diariamente, cerca de 50 atletas procuram a entidade pedindo ajuda. E os clamores vão desde cestas básicas e medicamentos, chegando até a consultas médicas. Contudo, em sua grande maioria, os ex-jogadores chegam ao sindicato em busca de um emprego.

"Nossa sede lá no Rei Pelé [estádio] fica cheia de gente. São vários os ex-jogadores ou familiares de ex-jogadores que nos procuram pedindo ajuda. Nem sempre conseguimos ajudar a todos, mas tentamos socorrê-los de todas as formas", explicou.

Jacozinho, ídolo da torcida do CSA, conversou com oGazetawebe falou sobre a diferença entre jogar futebol no passado e nos dias de hoje. Segundo ele, os atletas de antigamente não pensavam em garantir, no futuro, o sustento da família, mas apenas em jogar bola.

Cícero Besouro conta ainda que foi até São Paulo para buscar o que é de direito dos atletas em relação às transmissões de jogos na TV, ou seja, o direito de arena, mais conhecido como "direito de imagem". Na sede da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), o presidente pleiteou, ainda em 2012 - quando o sindicato se filiou à entidade -, o pagamento a todos os jogadores alagoanos.

A justiça trabalhista de São Paulo deu causa favorável à Fenapaf e bloqueou R$ 355 mil das contas do CRB. Posteriormente, a entidade e o clube entraram em um acordo, e o pagamento da dívida foi parcelado em duas vezes. Além disso, clube e sindicato firmaram uma parceria com vistas à contribuição mensal por parte do Galo.

Segundo Besouro, o valor pago pelo CRB será dividido entre os atletas que passam por dificuldades, entre eles, o ex-regatiano Carlinhos Pontal, que jogou como lateral-esquerdo na década de 80. Atualmente, ele vive em uma cadeira de rodas, após ter as duas pernas amputadas.

Imagem ilustrativa da imagem Drama da bola: ex-ídolos do futebol alagoano passam por dificuldades financeiras
| Foto: FOTO: Rafael Maynart

Jogo da Paz

As dificuldades financeiras enfrentadas por muitos ex-jogadores fez com que Jacozinho tomasse a iniciativa de promover uma partida de futebol que vai reunir grandes nomes do esporte, tendo como principal estrela o ex-meia Zico, eterno ídolo do Flamengo e da Seleção Brasileira.

A história entre o Galinho de Quintino e Jacozinho teve início em 1985, quando o meia carioca promoveu uma partida festiva para marcar seu retorno ao Flamengo. O jogo reuniu craques de todo o mundo, entre eles, o ídolo argentino Maradona. Porém, quem realmente roubou a cena foi o ex-azulino Jacozinho, que conseguiu ser escalado para participar da partida no time de Telê Santana. Ele marcou um dos gols da partida, recebendo passe do craque argentino.

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Desde esse dia, Jacozinho nunca mais se encontrou com Zico nos gramados e, diante das dificuldades financeiras que também enfrenta, decidiu promover uma partida em que o foco é promover a solidariedade, onde parte do dinheiro e dos alimentos arrecadados serão destinados a ex-atletas.

Um deles é o ex-lateral do CRB, Carlinhos Pontal, com quem Jacozinho travou verdadeiras batalhas durante o período em que o atacante vestiu a camisa do CSA. Em campo, a rivalidade entre os dois maiores clubes do estado se concentrava no duelo promovido pelos personagens.

Hoje, porém, ambos são amigos. Jacozinho, inclusive, tem sido uma das poucas pessoas que tem visitado Carlinhos, com quem recorda as batalhas da época, sem esconder a vontade de ajudar o ex-colega de trabalho.

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Imagem ilustrativa da imagem Drama da bola: ex-ídolos do futebol alagoano passam por dificuldades financeiras
| Foto: FOTO: Arquivo Pessoal

O drama de Carlinhos Pontal

O ex-lateral direito Carlinhos Pontal jogou no CRB entre o final da década de 70 e o início dos anos 80. Hoje aposentado, ainda vive no bairro do litoral Sul de Maceió que lhe rendeu o apelido de jogador. Com o passar do tempo, o ex-atleta acumulou problemas de saúde, a exemplo do diabetes, que resultou na perda de parte de seus membros inferiores. Em depressão e se dedicando exclusivamente à esposa e aos filhos, ele ainda não superou a tristeza de perder o que lhe proporcionou tantas alegrias.

OGazetawebfoi à residência de Carlinhos e tentou conversar com o ex-lateral regatiano, mas o mesmo não se à vontade em dar entrevista. Joreane Duarte, esposa do ex-jogador, explicou que as amputações são recentes, razão pela qual ainda se recupera do choque. Ela explica também que Pontal passou por sucessivas amputações desde o ano passado.

Imagem ilustrativa da imagem Drama da bola: ex-ídolos do futebol alagoano passam por dificuldades financeiras
| Foto: FOTO: Rafael Maynart

De acordo com Joreane, tudo começou em 2009, quando ele passou mal em um jogo entre amigos, na Barra Nova. Ao realizar exames, foi descoberta uma cardiopatia grave. Pouco tempo depois, ele sofreu um pequeno corte no dedo do pé direito que não cicatrizou, o que o obrigou a se submeter à cirurgia para a retirada do dedo. 

"O médico nos explicou que a doença no coração dele dificulta a circulação de sangue para as pernas", contou.

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Pouco tempo depois, devido ao diabetes, houve a necessidade de se amputar o pé. "Mais tarde, os médicos pediram para amputar toda a perna. Já em janeiro do ano passado, infelizmente, os médicos precisaram fazer o mesmo procedimento no pé esquerdo. Foi então que decidi que o médico retirasse toda a perna, a fim de lhe evitar mais sofrimento", explicou.

Segundo a família de Carlinhos, a principal ajuda da qual ele precisa é afetiva. As recorrentes amputações e a necessidade de se submeter constantemente a exames médicos afetaram o seu humor, dificultando até a sua socialização com amigos e familiares, o que acaba interferindo em sua recuperação psicológica.

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| Foto: FOTO: Arquivo Pessoal

Joreane afirma, ainda, que a maior frustração de seu marido é ter se sentido abandonado por alguns amigos. Os que restam, segundo ela, ainda chegam a visitá-lo. E entre eles estão Jacozinho, Joãozinho Paulista e Dentinho. Do ex-clube, ganhou apenas uma camisa, e nada mais.

"A maior dificuldade dele é com relação a muitas pessoas do meio do futebol que o visitavam, que tinham uma boa relação com ele, mas que, agora, não o procuram mais. São raros os ex-jogadores que vêm dar uma força ao meu marido. Isso é o que mais tem feito ele sofrer nos últimos meses", afirmou.

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