O tempo de disputa do Campeonato Alagoano 2018 tem gerado discussões em toda a comunidade esportiva do estado. É que, devido a realização da Copa do Mundo na Rússia, os estaduais do ano que vem acabaram sendo reduzidos pela CBF. Em Alagoas, por exemplo, o torneio será disputado em menos de três meses.
Com início marcado para o dia 21 de janeiro e encerramento previsto para 8 de abril, o Alagoano da próxima temporada será o mais curto dos últimos anos. Para se ter uma ideia, nas temporadas de 2016 e 2017, cada equipe disputava, no mínimo, dez partidas durante toda a competição.
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Isso porque, na primeira fase, os 10 times eram divididos em dois grupos, que se enfrentavam entre si em partidas de ida e volta. Além disso, os seis clubes que avançavam para a segunda fase - hexagonal - entravam em campo em mais cinco oportunidades, totalizando 15 partidas.
Por sua vez, os quatro piores da fase inicial, disputavam mais 6 partidas em um quadrangular para definir os rebaixados para a segunda divisão estadual.
Em 2018 a história será outra. De acordo com o regulamento divulgado pela Federação Alagoana de Futebol (FAF), as nove equipes participantes irão se enfrentar em uma fase única, com apenas oito jogos cada. Ao final, os quatro melhores colocados avançam para a fase de semi-finais, enquanto que os dois piores serão rebaixados.
Diante deste cenário, clubes de menor poder financeiro correm o risco de encerrar suas atividades muito cedo, por falta de calendário, na próxima temporada. É o que afirma o comentarista daRádio Gazeta, Wyderlan Araújo.
- Este será um campeonato de tiro curto. Não dar para pensar em equipes do interior do estado fazendo um grande investimento para a competição, porque correm o risco de fechar as portas no mês de março. Infelizmente, esta é uma realidade que pelo menos seis equipes irão vivenciar em 2018.
Wyderlan acrescenta que a diminuição de datas para os estaduais é apenas um passo dado pela CBF para a exclusão dos torneios.
- Diante de situações como esta, fica mais claro para mim a forca que está sendo feita com os campeonatos estaduais. Eu acredito que os estaduais não durarão muito tempo, diante destes moldes e do calendário que a CBF estipula para o futebol brasileiro, que acaba só enfraquecendo as equipes menores.
Quem também falou sobre o estadual da temporada que se aproxima foi o presidente do Murici, Geraldo Amorim. O mandatário foi o único que votou contra o modo de disputa da competição, durante o arbitral realizado no último dia 17 de novembro.
- O Murici foi contra este modo de disputa porque não existe uma equipe realizar apenas oito jogos numa competição estadual. Desse modo, não parece um campeonato, e sim, um torneio. Entretanto, como nós fomos vencidos, só nos resta montar um bom time para ficarmos entre os quatro [melhores colocados] e lutarmos pelo título.
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Estaduais na história
Apesar de concordar que o Alagoano em 2018 está muito curto, o comentarista daRádio Gazeta, Antônio Torres, acredita que o torcedor não irá abandonar o certame.
- O torcedor alagoano gosta do campeonato estadual. Ele vai ao estádio, vibra com seu clube do coração e acompanha toda a competição. Portanto, acredito que mesmo espremido, o Alagoano do próximo ano promete fortes emoções.
Torres também comentou sobre a importância dos estaduais na história do futebol brasileiro.
- Eu assumo que sou defensor dos campeonatos estaduais. Se hoje existe Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, entre outros torneios, é graças ao estadual. Lá atrás, tudo começou com estes campeonatos e por isso não podemos deixar eles morrerem.
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