O ex-ponta direita Edson Ferreira sabe o peso do título alagoano. Campeão estadual por CRB e CSA, o 'pontinha' conhece os atalhos da decisão.
Neste sábado, regatianos e azulinos estarão, mais uma vez, frente a frente em busca da conquista. A final está marcada para as 16h45, no Rei Pelé.
Leia também
Edson, que também foi treinador de CRB e CSA, analisa como chegam os times para a finalíssima. Ele acha que um time está mais arrumado do que o outro.
- Se for avaliar os últimos jogos que eu vi do CSA, contra o CSE, e do CRB, contra o Aliança, acho que o CSA está melhor em termos táticos, de alguns jogadores numa melhor fase... Mas acontece que quando chega no clássico tudo isso acaba. Eu digo isso porque já participei de alguns clássicos e, às vezes, tinha uma equipe que estava até melhor, mas na hora que a bola rola em clássico as coisas mudam. Tanto um como o outro tem condições de ganhar.
Para Edson, o nível da concentração precisa ser alto neste sábado. Se o jogo for mais travado, como no primeiro clássico da decisão, um erro pode ser fatal.
"Isso se define numa jogada individual, numa falha, numa falta de atenção, com uma mudança tática dentro do jogo".
Edson detalhou aspectos que, na visão dele, precisam ser melhorados no CRB.
- Se os jogadores do Aliança tivessem um pouco mais de tranquilidade, dificultavam mais a semifinal para o CRB. O CRB tem dificuldade na questão defensiva. O que eu vi é que a primeira linha do CRB não está marcando bem. Duas, três vezes o ataque do Aliança levou muita dificuldade. Quando alguns jogadores adversários começam a flutuar, levam dificuldade - citou.
- O meio-campo do CRB ainda não se encontrou. Com isso, eu vejo muita dificuldade para a bola chegar na linha de frente. A construção de jogo do CRB não está boa. A jogada vertical não está saindo. A equipe não circula bem a bola.
Com relação ao CSA, ele elogiou o estilo de jogo construído pelo técnico Mozart e mantido com Bruno Pivetti
- O CSA está mais organizado porque o Mozart deixou uma equipe bem organizada. O Bruno Pivetti manteve a organização, inteligentemente, e implantou poucas coisas da metodologia dele. O meio-campo do CSA trabalha bem, joga na vertical, tem uma transição boa.
Duas camisas
Edson aproveitou para lembrar os títulos conquistados vestindo as camisas vermelha e azul.
- Pelo CRB, eu ganhei em 1986. Foi um título muito difícil. O CSA tinha bons jogadores na época e havia uma dificuldade muito grande, a rivalidade era enorme. Em todos os jogos, saia pancada. O nosso time tinha o Ivanildo na ponta-esquerda, às vezes jogava Rogério também na esquerda, eu era o ponta-direita e o Ilo o centroavante. Era um time de velocidade. Tinha o Luiz Carlos, um meia que fazia a bola chegar - contou, destacando também a força do adversário.
Faziam parte do nosso time também o Lázaro, zagueiro, o Melo, na lateral direita, o esquerdo era Reinaldo.... O Coca também jogava muito... Tinha o Luiz Fernando de volante. O time era esse. E a gente conseguiu bater o CSA, que trouxe uns caras da Ferroviária, o time deles era muito forte. Sem falar que o presidente deles, o João Lyra, investia bastante.
"O bicho dos caras era muito alto, pagava o salário de todo time da gente".
Pelo CSA, a conquista veio em 1990. Edson conta que o título daquele ano foi mais fácil que o de 1986, quando defendeu o CRB.
- Em 1990, fui campeão pelo CSA. Foi mais fácil porque CRB e ASA não estavam tão bem. E o CSA montou um timaço, com Peu, Café, Marechal, Rau, Flávio no gol, eu, Reinaldo, Ivan, ... Ganhamos os três turnos e fomos campeões.
App Gazeta
Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos
