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HOME > notícias > EDITORIAL

SALDO NEGATIVO

Só no fechar das portas da gestão, governador tenta focar seu olhar nos que são órfãos de seu governo

O sinal dos tempos reverberou no Palácio República dos Palmares, fazendo seu principal ocupante tentar, com muito esforço, uma mudança de hábito, após tantos anos indiferentes às causas justas de segmentos humildes e carentes, como os agricultores familiares de Alagoas.

O fato ocorreu há poucos dias em Arapiraca, onde o governador Renan Filho lançou um programa, chamado “Planta Alagoas”, distribuindo, entre outras coisas, cem kits de irrigação, e assim fazendo questão de afirmar que a iniciativa representou “o maior conjunto de incentivos à agricultura familiar”.

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Para melhor compreender essa brusca mudança de conduta do mandatário do Estado, os fatos históricos estão aí fartamente registrados para proporcionar um melhor exame. Em novembro de 2019, a Gazeta deu voz a agricultores familiares de Delmiro Gouveia, que relataram algo tão deprimente quanto humilhante.

No segundo ano de seu governo, em 2016, Renan Filho se comprometeu a liberar recursos do FECOEP para desenvolver técnicas de irrigação e produção em áreas próximas ao Canal do Sertão, obra bilionária que permanece subutilizado até hoje.

No ano seguinte, quando o Estado completaria 200 anos de existência, o governador, numa de suas “marquetadas”, resolveu ampliar os 132 kits de irrigação para 200, e assim fazer uma correlação com a efeméride alagoana, mas os equipamentos prometidos não chegaram a tempo.

Bom teria sido para as duas centenas de famílias sertanejas, pioneiras da região na agricultura familiar, se o projeto tivesse seguido adiante, sendo abraçado com seriedade pelo governo.

Se, em 2016, ocorreu em Palácio a distribuição do manual de irrigação, três anos depois não havia ainda chegado nenhum kit lá no Alto Sertão, pois os recursos do FECOEP não foram liberados com devida celeridade.

A última grande reportagem realizada pela Gazeta, acerca do setor público agrícola, reitera o histórico de descaso do governo de Alagoas em relação a uma das principais vertentes de desenvolvimento do Estado.

Com saldo negativado, o governo Renan Filho, que está cerrando suas portas, leva à conclusão de que houve uma espécie de “apagão” na política agrícola oficial. Basta citar a distribuição ineficaz de sementes para plantio, poucos recursos para investimentos, descumprimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar e falta de execução dos projetos complementares do Canal do Sertão.

É nesse quadro de descaso, dominante no curso desses últimos sete anos, que surgiu, em fim de mandato, uma repentina preocupação do governador com os agricultores familiares. Estes, em termos de produção de alimentos e de geração de oportunidades no campo, poderiam ter feito a diferença, caso o segmento realmente viesse sendo tratado como prioridade governamental.

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