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CRIME SEM CASTIGO

Do descaso com o prédio do Comando da PM até o abandono da Polícia Civil, governo Renan Filho é o culpado por milhares de inquéritos engavetados

Lá pelos idos de 1819, dois anos após a Comarca de Alagoas virar Capitania, já contabilizando mais de cem mil alagoanos – e emancipada de Pernambuco -, seguia em construção com taipa e telhas o que seria a sede do Corpo de Tropa de Linha. Esta designação militar, utilizada no início do século XIX, marcou o surgimento do prédio histórico do Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Estado, no centro de Maceió.

É uma tristeza constatar o ponto em que chegou o abandono de uma edificação com dois séculos de existência, que deveria ser conservado permanentemente, pois, além de abrigar os 190 anos de trajetória da Polícia Militar de Alagoas, ainda compõe o sítio histórico da nossa capital.

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Mais vergonhoso ainda é verificar o descompromisso do governador Renan Filho em relação à recuperação do Quartel do Comando-Geral. Quando ele só agora anuncia, no apagar das luzes de seu governo, a reforma do prédio, é preciso registrar como ela está para ser concretizada.

O processo de reforma do QCG começou em 2015, no início do mandato do governador. A papelada ficou perambulando pelas gavetas governamentais por anos seguidos. Em 2019, quando a corporação poderia celebrar os duzentos anos da edificação, na verdade testemunhou seu Comando-Geral abandonar às pressas o seu quartel. É preciso que se registre: a Gazeta deu voz aos indignados e denunciou o fato recentemente, diante do desleixo palaciano.

A indiferença é de tal ordem que contamina o governo Renan Filho frente a um rosário de fatos controversos no curso de sua gestão. O que está acontecendo, por exemplo, com a outra corporação, que é a Polícia Civil, é grave e representa um crime contra a sociedade alagoana.

A gravidade reside no fato de a Polícia Civil ser a responsável pela investigação de crimes e elaboração dos inquéritos remetidos à Justiça. A Gazeta também já ouviu o MP e integrantes dessa corporação policial, que sofre com um quadro reduzido de agentes e de delegados. Grande parte de seus integrantes já estão em idade de aposentadoria.

O quadro de abandono da Polícia Civil estimula a impunidade, pois já há uma estimativa de 60 mil inquéritos parados pelas delegacias. Em cada inquérito mal elaborado, em razão da ineficiência investigativa, como foi dito pelo MP, através da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, há vidas clamando por justiça. Renan Filho sabe disso há anos, mas só há bem pouco tempo resolveu fazer concurso público, que terminou suspenso em meio a denúncias de fraudes.

Por falar numa sucessão de suspeitas de crimes e irregularidades, até agora sem castigo, vale também rememorar as denúncias publicadas pela Gazeta, segundo as quais os Centros Integrados de Segurança Pública, Cisps, acumulam, em sua maioria, sérios problemas estruturais, como comprovou o Sindpol.

A precariedade das edificações foi documentada. Pela fragilidade da construção, em estilo modular, entregue a uma empresa gaúcha a peso de ouro, levantou suspeita entre os dirigentes da entidade representava da categoria. O que se espera é que tudo seja apurado – e, caso vire inquérito, não seja mais um engavetado, entre tantos outros nessa vergonhosa situação.

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