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HOME > notícias > ECONOMIA

Novo salário mínimo de R$880 reais vale a partir de hoje

Valor passou de R$ 788 para R$ 880; brasileiros argumentam que, apesar do aumento, o mínimo não cobre todos os gastos

O salário mínimo passa a valer R$ 880 a partir desta sexta-feira (1º).

São R$ 92 a mais do que o valor anterior de R$ 788.

O reajuste de 11,6%

terá impacto direto para 40 milhões de trabalhadores e aposentados que

recebem o piso nacional e, segundo o Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, a medida causará impacto de R$ 30,2 bilhões nas

contas públicas em 2016.

O valor foi reajustado com base na inflação apurada pelo Índice Nacional

de Preços ao Consumidor (INPC), acumulado nos 12 meses anteriores ao

mês do reajuste. A fórmula para o cálculo leva também em conta a

variação do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas do

País, de dois anos anteriores.

A regra de cálculo do salário mínimo é garantida por lei até 2019, e o

ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tem indicado que o governo não

pretende fazer alterações na fórmula. Na avaliação do coordenador de

Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre Prado de Oliveira, na

conjuntura atual, em que a atividade econômica está em baixa, a regra em

vigor é benéfica ao governo.

"No momento, para o governo, essa fórmula se encaixa bem no ajuste

fiscal, porque reflete o PIB. O salário mínimo a partir de janeiro de

2016 vai ter apenas o INPC, pois o crescimento do PIB em 2014 [período

levado em conta para o cálculo] foi de 0,1%. Ou seja, foi nulo."

Oliveira destaca que o valor do salário mínimo está aquém das

necessidades dos trabalhadores.

A lei que criou o salário mínimo foi assinada em 1936, pelo então

presidente Getúlio Vargas. A legislação definiu o valor como a

remuneração mínima devida ao trabalhador, capaz de satisfazer suas

necessidades de alimentação, vestuário, habitação, higiene e transporte.

Na prática, entretanto, o mínimo não cobre todos os gastos de

trabalhadores, como os da atendente Ana Carolina da Silva, de 19 anos,

moradora de Sobradinho, no Distrito Federal (DF). Segundo ela, o salário

mínimo é pouco para as despesas do mês. "Não supre minhas necessidades.

Deveria ser pelo menos R$ 2 mil. Mesmo assim, o aumento, apesar de

pouco, vai ajudar bastante", declara.

Um cálculo do Dieese aponta mensalmente qual deveria ser o salário

mínimo para atender às demandas básicas do trabalhador. "A gente faz

essa estimativa com base no preceito constitucional", explica Oliveira.

De acordo com a medição mais recente, relativa a novembro de 2015, o

salário mínimo deveria ter sido de R$ 3.399,22 no período. A metodologia

usa critérios como a cesta básica de alimentos por região e está

disponível no sitedo Dieese. A estimativa para dezembro ainda está sendo

apurada.

Moradora de Águas Lindas ? cidade goiana no Entorno do Distrito Federal

?, Brenda Almeida do Nascimento, de 22 anos, recebe auxílio do governo e

precisa da ajuda da mãe e de trabalhos extras para suprir as

necessidades mensais. "Seriam necessários mais de R$ 900 para suprir as

necessidades. O aumento deveria ser de pelo menos R$ 150, porque não

adianta aumentar só isso e aumentar arroz, feijão, luz. Ninguém se

contenta com esse valor, preciso do apoio da minha mãe e trabalhar por

fora pra conseguir pagar meu aluguel e a luz", conta.

A auxiliar de serviços gerais Jacilene Cardoso Santos, de 46 anos, mora

em Ceilândia, no DF, e considera também o aumento insuficiente. "O

salário é baixo, o justo eles nunca vão pagar, mas deveria ser de pelo

menos uns R$ 1,3 mil para ajudar. O aumento não vai ajudar muito, porque

quando você vai ao mercado está tudo mais caro e acaba ficando a mesma

coisa. Não supre as necessidades, principalmente para quem tem filhos."

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