Trabalhadores do aplicativo Uber criticam o valor repassado pela empresa e solicitam reajuste das tarifas de corridas, que não acontece há três anos, de maneira que beneficie os motoristas. A empresa diminuiu o valor para os passageiros, mas cobra a mesma coisa para os profissionais.

"Com os lucros atuais não está mais valendo a pena trabalhar para plataforma. A gasolina está em um valor muito alto, e aumentando cada vez mais. Nas capitais o consumo de combustível é bem maior por conta dos engarrafamentos, então está bem difícil. A entrada de outros aplicativos também complicou", relatou o motorista Armindo Hermes.

Armindo reclama também do repasse de lucro repassado para a empresa. "A Uber leva a maior, pois eles não tem despesas, por exemplo, há corridas de R$ 10, desse valor eles ficam com R$ 2,50. E ainda te colocam para correr de 5 à 10 minutos para chegar até o cliente, e só então você começa a ganhar pelo tempo rodado no aplicativo, não compensa".

No mês de novembro, motoristas de todo o Brasil organizaram uma paralisação geral no dia das eleições para pressionar as empresas do setor a melhorarem as tarifas repassadas aos trabalhadores. A escolha pela data aconteceu para chamar maior atenção de políticos e da sociedade.

A categoria solicita mudanças para se sentirem seguros e estimulados a continuarem realizando seu trabalho. "É uma conversa difícil, quase não há diálogo. Pedimos melhoria nas tarifas para motoristas, maior segurança nos cadastros e na hora do passageiro solicitarem a corrida, tipo verificação facial como se faz com o trabalhador, instalação de mais câmeras dentro dos carros de app pra melhorar a segurança de motoristas e passageiros", requere Diogo Roberto, motorista de aplicativo a três anos.

Tais problemas enfrentados pela classe, refletem diretamente na qualidade do serviço. Usuários tem reclamado de sucessivos cancelamentos ao solicitar viagens. "Esses dias precisei sair, e uns sete ubers cancelaram antes de entrar na minha rua", queixa-se o estudante Vitor Neri.