O dólar mudou de trajetória e fechou em alta na tarde desta sexta-feira (2), com investidores adotando posições mais cautelosas diante do quadro político incerto à frente. Na semana, no entanto, houve queda de 0,33%.
A moeda norte-americana subiu 0,24%, a R$ 3,2546 na venda. Em grande parte da sessão, a moeda cedeu em relação o real, influenciada pelos dados mais fracos do mercado de trabalho norte-americano, o que deve esfriar apostas de mais altas de juros nos Estados Unidos, destaca a Reuters.
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Cenário político incerto
"Investidores estão preferindo não passar o final de semana vendidos, diante das incertezas com o quadro político", comentou à Reuters o operador da Spinelli, José Carlos Amado.
Há temor de que alguma surpresa saia no final de semana e também cautela com o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima semana.
Além disso, a notícia de que procurador-geral da República pediu novamente nesta quinta-feira a prisão de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente Michel Temer, no âmbito do inquérito em que ambos são investigados por suspeitas de corrupção, obstrução da Justiça e organização criminosa, trouxe cautela aos investidores.
Cenário externo
O mercado repercutiu nesta sexta os dados que mostraram desaceleração da criação de emprego nos EUA, o que fez com que o dólar passasse boa parte do dia de negócios em queda.
"Dados piores do que o esperado levam o mercado a reduzir suas expectativas de uma terceira alta de juros nos EUA", avaliou à Reuters o sócio da assessoria de investimentos Criteria Vitor Miziara.
Apesar dessa percepção, as apostas majoritárias do mercado eram de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, deve subir novamente os juros no encontro que termina no próximo dia 14 de junho. A última vez em que o Fed subiu os juros foi em março.
Juros mais altos nos EUA têm potencial para atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças, como na brasileira.
BC não interfere
O BC não anunciou qualquer intervenção para o mercado de câmbio para esta sessão, por ora. Em julho, vencem US$ 6,939 bilhões em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.