Vinte e cinco anos depois do primeiro filme, que redefiniu o cinema nacional e marcou a cultura brasileira, ‘O Auto da Compadecida 2’ chega às telonas, nesta quarta-feira (25), em pleno Natal.
O convite é para uma nova aventura de Chicó e João Grilo no Brasil mítico criado por Ariano Suassuna e desenhado com maestria por Guel Arraes e Flávia Lacerda, representado pela simpática Taperoá.
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O cenário dessa cidadezinha tão simbólica não é mais o mesmo. Assim como o Brasil mudou, Taperoá também mudou. A essência, no entanto, permanece, carregada pela fé, pela astúcia e pela amizade.
A sequência do clássico mergulha na memória afetiva e encontra Chicó (Selton Mello) vivendo uma rotina pacata, vendendo santinhos e contando as histórias do velho amigo João Grilo, que há duas décadas desapareceu após “morrer pela segunda vez”.
A chegada de João (Matheus Nachtergaele), não só vivo, mas cheio de planos mirabolantes, devolve o caos ao sossego de Taperoá.
“Quando nos encontramos novamente para discutir o projeto, sabíamos que seria desafiador recriar a magia do primeiro filme sem perder sua essência,” contou Guel Arraes.
“O tema central permanece o mesmo: a amizade entre João Grilo e Chicó, mas agora com camadas adicionais que dialogam com o Brasil de hoje”, adianta o diretor.
Flávia Lacerda pontua que a cidade de Taperoá é um personagem em si, por isso sua importância. Para ela, o local é quase um arquétipo de um Brasil imaginário e pensado a partir do Nordeste fantástico.
“Construímos uma Taperoá que não existe mais, mas que remete ao Nordeste mítico de Ariano Suassuna, com cenários estilizados e uma atmosfera que mistura realidade e fábula”, explicou a diretora, que começou sua carreira no primeiro filme e retorna com uma visão amadurecida.
“O uso de tecnologia LED nos permitiu criar esse universo mítico com liberdade artística, mas sem perder o vínculo com a cultura nordestina”.
Em seu retorno, João Grilo, agora uma celebridade, é disputado como cabo eleitoral em uma eleição local. Chicó, por outro lado, enfrenta dilemas de amor e independência, com a volta de Rosinha (Virgínia Cavendish) e o surgimento de Clarabela (Fabíula Nascimento), que traz uma leveza moderna à trama.
Matheus Nachtergaele descreveu o retorno ao personagem João Grilo como um reencontro com sua própria brasilidade. “O João Grilo é o palhaço brasileiro por excelência. Ele carrega uma alegria resistente, algo que define o espírito do nosso povo”.
Para Selton Mello, Chicó continua sendo “o maior frouxo que já conheceu”, mas agora com camadas de maturidade e melancolia.
As novas adições ao elenco, como Taís Araújo no papel da Compadecida e Eduardo Sterblitch como Arlindo, proprietário da única rádio da cidade, trazem frescor à narrativa. “Arlindo representa as novas formas de poder que surgiram no sertão. Ele manipula a informação e usa isso para influenciar a política local, um tema muito atual”, comentou Sterblitch.
TRILHA SONORA
Assim como o filme, que estreia hoje nos cinemas, a trilha sonora original da trama também está disponível nas plataformas digitais. Assinada por João Falcão e Ricco Viana, a trilha inclui clássicos como “Canção da América” interpretada por João Gomes, e “Fiadeira” na voz de Maria Bethânia.
São 10 canções. Música tema desde o primeiro “O Auto da Compadecida”, “Presepada”, composta por Sergio Campelo e Claudio Moura, ganha versão com letra de João Falcão e Ricco Viana e agora se chama “Presepada no Forró”. A interpretação ficou a cargo da cantora potiguar Juliana Linhares e do cantor carioca Marcelo Mimoso. Juliana Linhares também interpreta “Baião De Dez Milhões”, de João Falcão e Ricco Viana.
Onde assistir:
Cinesystem (Parque Shopping Maceió)
Sessões: 15h30; 16h50; 18h00; 19h10 e 21h30
Kinoplex (Maceió Shopping)
Sessões: 16h00; 18h30; 21h00
Centerplex (Shopping Pátio)
Sessões: 15h30; 16h30; 18h00; 19:00; 20h30; 21h30
Arapiraca (Cinesystem do Partage Shopping)
Sessões: 5h30; 16h50; 18h00; 19h10 e 21h30