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HOME > notícias > CULTURA

Setor Cultural quer reestruturação e retomada de investimentos em 2023

Impacto da volta do Ministério da Cultura e Lei Paulo Gustavo prometem movimentar a indústria criativa ainda no primeiro semestre

Com políticas públicas novamente voltadas para o setor criativo e a cultura vista como uma demanda da democracia pelo governo federal, encabeçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), artistas e realizadores de Alagoas afirmam que 2023 será um ano de esperança para as artes e para a difusão das manifestações culturais.

O ano começa com a expectativa da execução da Lei Paulo Gustavo, que deve dar um novo impulso aos artistas que sofreram com as paralisações decorrentes da pandemia de Covid-19. Serão R$ 3,862 bilhões enviados a estados, municípios e ao Distrito Federal para aplicação em ações emergenciais.

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Além disso, no âmbito local, o setor espera uma lei de incentivo própria e maior aposta do governo estadual no potencial do setor criativo para a economia de Alagoas. Espetáculos de teatro e obras dramatúrgicas originárias do último edital de artes cênicas do governo de Alagoas, devem ocupar os palcos do estado, assim como os festivais de cinema e obras audiovisuais do edital recentemente concluído pela Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas (Secult/AL).

A Gazeta de Alagoas convidou artistas locais para expressarem as expectativas para a cultura em 2023. Da literatura ao cinema, os profissionais e pesquisadores exibem otimismo e ressaltam a importância do investimento em cultura para o progresso de Alagoas e do Brasil. Um deles, por exemplo, aponta que o setor cultural tem uma participação na economia brasileira que varia de 1,2% a 2,67% do PIB, contemplando mais de 5,5 milhões de pessoas.

LITERATURA

Marcos Vasconcelos Filho

Escritor, professor universitário e membro da Academia Alagoana de Letras (AAL)

Marcos Vasconcelos Filho - Escritor, professor universitário e membro da Academia Alagoana de Letras (AAL)
Marcos Vasconcelos Filho - Escritor, professor universitário e membro da Academia Alagoana de Letras (AAL) | Foto: Reprodução

O setor cultural não pode prescindir do estímulo público e privado, através de editais, parcerias, patrocínios, programas, cursos, apresentações de rua, bienais, enfim, difusão das artes. Num contexto local (e sou suspeito para falar, dado ser um apaixonado pelas coisas alagoanas), sugeriria, sem bairrismos e quando possível, que alguns enredos do teatro, da pintura, da música, da dança, da literatura... contextualizassem Alagoas.

O retorno do Ministério da Cultura será muito importante, pois acredito que uma pasta autônoma poderá gerir com mais responsabilidade, eficiência e representatividade as demandas do campo social que nos define enquanto seres conscientes e criadores.

Porém, não há outra saída, o clássico problema persiste: sem educação básica de qualidade, nem o povo nem as elites se sensibilizarão pela cultura num mundo cada vez mais desigual economicamente e superficial das redes sociais.

No tocante ao segmento em que atuo — a literatura —, cada tema já parece prever uma especificidade no interesse do leitor. Felizmente, temos visto um número maior de publicações e para todos os gostos. Como ensaísta profissional, escrevo especialmente biografias de pessoas, ideias e instituições, empenhado em propor, através de uma visão intelectual menos elogiosa e mais analítica (o que não exclui a narrativa elegante), uma reflexão da história e da literatura, de sorte a lhes dar significado para o nosso tempo. Afinal, não adianta falar-se do passado sem pôlo à prova e ao serviço dos nossos dias.

Toda mudança no calendário traz consigo uma energia boa, de renovação e de esperança. Creio no Brasil e em Alagoas, independentemente de partidarismos políticos, por ser um militante cultural com dedicação exclusiva. Com orgulho e alegria, defino-me como um intelectual das antigas, sabe?

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DANÇA

Maria Emília Clark

Bailarina, coreógrafa e produtora cultural

Maria Emília Clark - Bailarina, coreógrafa e produtora cultural
Maria Emília Clark - Bailarina, coreógrafa e produtora cultural | Foto: João Erisson

A Dança é um núcleo formador para a educação do povo brasileiro. O Ministério da Cultura jamais poderá ser relegado a um segundo ou terceiro plano, artista, o bailarino , as cias sofreram muito nos últimos anos. Esperamos que o MINC volte e cumpra seu dever, a missão de fomentar, perseguir as melhores condições da dança nacional, sem reserva de mercado, com diversificação e direitos simétricos para todas as regiões brasileiras.

Vivemos um momento especialmente turbulento do tempo, torço e desejo testemunhar um novo começo, que anseia por um sentido, significado, alma. E temos razões para refletirmos na construção da paz, do amor, integrados como um todo. Este porto deverá ter direção e ventos favoráveis, será necessário a erudição, a administração, honestidade e sabedoria criativa.

Almejo editais estaduais e federais, direcionados à dança. Particularmente, decido pelos voltados à preservação da memória, a melhor forma de refletirmos, uma "nova vida”, que deverá ser e só terá sentido se realizar. Semear a paz, na densidade multifacetada, com o pensamento simbólico do poder da arte como instrumento educacional, no porto da compreensão e da tolerância. Proponho direcionamentos para os caminhos ecológicos, na amplitude do nosso folclore, além de igualdade para todos os setores.

Eu desejo contribuir com a educação e a dança no Brasil, em uma parceria com a Universidade Federal de Alagoas, com o objetivo de organizar uma cia voltada para a “dança à serviço da educação”. Estou à disposição do especialista e reitor Josealdo Tonholo e do grupo técnico de professores do curso de dança. Procurar uma realidade, uma realização, é ter uma profunda experiência de estar vivo.

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TEATRO

Ivana Iza

Atriz, dramaturga e produtora cultural

Ivana Iza - Atriz, dramaturga e produtora cultural
Ivana Iza - Atriz, dramaturga e produtora cultural | Foto: Gabriel Moreira

A volta do Ministério da Cultura em 2023 amplia o acesso à cultura, visibilizando finalmente a classe artística, que ficou durante esses quatro anos totalmente inviabilizada pelo governo. Sairemos do lugar onde éramos páreas para fortalecer a importância da cultura em tantos âmbitos. Sem cultura, não há memória, não há espelhamento, não há busca pela nossa identidade, E a volta do MINC só fortalece todas as cadeiras produtivas, respeitando-as no âmbito que elas merecem.

Na cena local, as demandas mais importantes são o fortalecimento da cultura popular, pautas mais justas dentro dos teatros locais, principalmente o Deodoro, acho que a Lei de Incentivo à Cultura precisa ser reforçada, tanto municipal quanto estadual. Para além disso, que os editais sejam menos sazonais, que tenham recursos condizentes aos trabalhos que serão realizados e que a gente continue fortalecendo a nossa cadeia popular, nossos folclores, os mestres.

É necessário também fortalecer nossa identidade arquitetônica e falo isso em relação à volta do Jaraguá, com todas as ações que têm sido realizadas lá pelos empreendedores novos, assim como eu, que estou na fase de finalização do Teatro Homerinho. A Rua Sá e Albuquerque precisa de um olhar mais cuidadoso, para que ela se fortaleça e permaneça nessa velocidade de interação com o público de Alagoas que quer o Jaraguá.

O fortalecimento da classe artística é feita diariamente, pois nós estamos sempre numa luta, num debate quase que eterno para provar a nossa importância. Nossa classe permanece unida, tentando sempre nos adaptar às demandas positivas e negativas que nos são, às vezes, obrigadas. A mobilização acontece para que a gente melhore cada vez mais e que a gente possa olhar para nossa cultura alagoana com muito mais pertencimento.

O público olha para as produções do teatro sempre com bons olhos. Poderia olhar melhor, se nós tivéssemos mais incentivos, mais possibilidades de termos novas produções, menos sazonalidade. O público quer ver teatro, cinema, dança, artes plásticas, ver cultura popular, mas a gente precisa oferecê-lo e ter condições de oferecê-lo, porém, o governo precisa ser um incentivador constante.

Que tenhamos um ano positivo, preponderantemente leve, mas potente. Que artista volte a ser visto em 2023 com o poder e respeito que ele precisa. Que possamos ter conciliações, fazer uma política mais limpa e menos agressiva, e que continuemos acreditando que o Brasil ainda tem muito para dar certo. Um 2023 repleto de cultura em todos os âmbitos e em toda sua potência!

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CINEMA

Felipe Guimarães

Realizador audiovisual e representante do Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano – FSAL

Felipe Guimarães - Realizador audiovisual e representante do Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano – FSAL
Felipe Guimarães - Realizador audiovisual e representante do Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano – FSAL | Foto: Reprodução

As expectativas são extremamente positivas para a cultura como um todo. Especificamente para o setor audiovisual. Esperamos que a Ancine seja reestruturada por meio de uma gestão técnica e com diálogo contínuo com o setor. Além disso, espera-se que o Fundo Setorial do Audiovisual – FSA seja fortalecido e os investimentos sejam desbloqueados. Uma das grandes dificuldades do setor nesses últimos 6 anos foi o baixo investimento do FSA de projetos já contemplados, além da falta de fomento contínuo e descentralizado para novos projetos. E não se trata de um pedido de recursos ou de novas rubricas orçamentárias. Trata-se da aplicação da Lei, uma vez que o FSA é um fundo alimentado pelo próprio setor, que se retroalimenta de recursos por meio de um mecanismo autossustentável da cadeia produtiva do audiovisual brasileiro.

A volta do Ministério da Cultura é vital em muitos sentidos. Do ponto de vista do aspecto simbólico, a cultura representa o nosso sentido de nação, o que somos e do que somos constituídos. É também o que nos faz caminhar, sonhar e construir. Já do ponto de vista econômico, por meio de políticas públicas culturais amplas, contínuas e democráticas, a cultura gera riqueza de forma distribuída e com rapidez. Estamos falando de um setor cuja participação na economia brasileira, antes da pandemia, variava de 1,2% a 2,67% do PIB, contemplando mais de 5,5 milhões de pessoas. É por isso que a Cultura é potência e, por isso, será um vetor que contribuirá imensamente para o futuro do Brasil.

Em Alagoas, se ampliarmos o conceito e abraçarmos a Economia Criativa como um todo, estaremos diante de uma indústria que pode contribuir de forma significativa no desenvolvimento do nosso Estado. Além de toda a reformulação que a cultura deve passar em nível federal – na verdade, refiro-me à refundação de uma estrutura de política pública cultural que foi desmantelada há 6 anos – também precisamos nos adequar localmente para acompanhar as exigências que serão apresentadas em âmbito federal.

Precisamos reformular o Conselho de Cultura Estadual e promover a criação dos Conselhos de Cultura Municipais, garantindo a participação da sociedade civil de forma ampla e democrática. O novo governo Lula já sinalizou que realizará as Conferências de Cultura por todo o Brasil. Para tal, precisamos estar prontos para um debate técnico e qualificado sobre o tema, tanto pelo Estado, como também pelos municípios – que inclusive receberão os recursos das Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2 e precisam estar estruturados para a aplicação dos montantes de forma eficaz.

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MÚSICA

Felix Baigon

Baixista e produtor musical e cultural

Felix Baigon - Baixista e produtor musical e cultural
Felix Baigon - Baixista e produtor musical e cultural | Foto: Ailton Cruz

A volta do Ministério da Cultura nos traz muita esperança. Depois dessa “morte súbita” provocada pelo governo que se despede, espero que as ações paralisadas sejam retomadas. Cito como exemplo os pontos de cultura, a continuação das ações culturais nos interiores, o fortalecimento da Funarte e a volta do Projeto Pixinguinha. Acredito que esse conjunto de ações provocará um grande impacto no ambiente cultural do país e, com certeza, nos alcançará também.

No âmbito local, a continuidade dos festivais de música e dos editais que estão acontecendo já há alguns anos são pautas importantes. Vejo que esses editais têm provocado a criação de novos palcos e o surgimento de novos cantores(as), grupos e o fortalecimento das nossas antigas manifestações culturais, que se renovam ano após ano. Em relação à classe artística na música, aqui, nunca tivemos união da nossa classe. Desde o meu tempo como técnico de música do Sesc que batemos nessa tecla. Tivemos várias tentativas de criar uma cooperativa e isso ficava sempre só no papel. Indo na mesma onda dos músicos do Rio, São Paulo e Brasília, criamos o Fórum Alagoano de Música, na tentativa de chegarmos a um sindicato, outra ação que também naufragou. Parece que a nossa geração não entendia a importância de se realizar coisas em grupo. Tudo que envolvia grupos era esvaziado. Não sei se os novos músicos e artistas que apareceram nos últimos anos pensam diferente dos da minha geração.

A minha história com a música por aqui se resume à música instrumental desde 2015. Antes, toquei com quase todos os artistas locais, mas começamos a fazer esse gênero e, após diversas tentativas de formar público nos bares e hotéis da cidade, chegamos na Diteal. Por lá, começamos a realizar os ensaios abertos com o Clube do Jazz Maceió, grupo que criei em 2015. Ficamos numa fase de laboratório mesmo, por um bom período, e, por último, nos unimos ao Juan Maurer, criador do programa Jazz Panorama, único programa dedicado à música instrumental no Rádio Alagoano, com mais de trinta anos em atividade. Desde 2018, realizamos um show por mês, sempre com o apoio da Diteal e parceiros. O público se tornou cativo. As edições são realizadas sempre com casa cheia. Infelizmente, com a pandemia, tivemos que parar por mais de dois anos.

Em 2023, esperamos voltar com força total, prosseguir com os ensaios abertos, captar mais apoios de patrocinadores e das secretarias de cultura. No meu plano pessoal, penso em lançar um novo álbum e realizar alguns sonhos antigos: a criação de um circuito de música instrumental no Nordeste, algo itinerante, onde possamos tocar em outras capitais e, aqui, receber artistas desses lugares. Também penso em realizar uma edição do Maceió Jazz Panorama Festival, nos moldes do antigo Maceió Jazz Festival.

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CULTURA POPULAR

Jurandir Bozo

Artista e produtor cultural

Jurandir Bozo - Artista e produtor cultural
Jurandir Bozo - Artista e produtor cultural | Foto: Divulgação

A arte verdadeiramente alagoana, dos artistas autorais, ainda é incipiente e desconhecida do grande público. Não há ações articuladas para se aproveitar a produção local, até mesmo as que recebem incentivo do poder público. Recebe o recurso, mas não há um pensamento articulado para circulação ou difusão desse material — o que mostra um despreparo ou, que acho de fato, a falta de total pertencimento com a identidade cultural e a produção autoral alagoana. Seja na esfera estadual ou municipal. São fãs e tietes dos artistas midiáticos... Sofremos o descaso na desvalorização do poder público o que em muitos casos nos sentencia a uma luta solitária e desigual aos que ocupam uma faixa de mercado dos covers e que usam de repertórios já conhecidos para viver de arte.

Tenho um disco recém lançado e sequer consegui tocar ou lançar o show nos palcos... Isso acontece devido ao total descaso. Passo por isso onde nasci e vivo (Pão de Açúcar), com a estranha desvalorização dessa arte autoral. Passo na cidade a qual escolhi pra viver e vivi por muito tempo, a qual sou cidadão honorário, que é Maceió. Passamos por isso em Alagoas... Não é algo novo, creio que não tenho mais idade pra esperar melhorar diante de uma realidade tão difícil para se sobreviver de arte. Meu problema profissional é conseguir acordar do sonho e ilusão de ser artista popular em Alagoas e talvez mudar de profissão. É uma reflexão constante e também é um desabafo.

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ARTES VISUAIS

Rafael Almeida

Designer, curador e diretor de arte

Rafael Almeida - Designer, curador e diretor de arte
Rafael Almeida - Designer, curador e diretor de arte | Foto: Cortesia

Os últimos 2 anos foram realmente desafiadores para a humanidade e, nesse contexto, pudemos perceber a importância da arte em suas diversas manifestações para a vida das pessoas. Pensar na cultura como um dos pilares fundamentais da sociedade é urgente, principalmente após um período político de tensão, retrocesso e censura. Acredito no poder da arte como uma ferramenta de cura e conexão espiritual. Portanto ter um olhar aproximado, focado e sensível para o setor cultural trará benefícios não só para os que trabalham com economia criativa, mas também para a população em geral de todos os níveis sociais que consomem arte, seja através das exposições, da música, dos filmes, da gastronomia e do entretenimento Cultural.

Com a flexibilização dos movimentos presenciais, as atividades culturais voltaram a acontecer, trazendo um movimento significado para o mercado artístico do Estado, porém muitos dos profissionais que trabalham com arte e dependem dessa economia criativa para sobreviver ainda precisam de outras fontes de renda. Ainda é pouco o número de pessoas que conseguem se manter apenas da sua produção artística. Acredito que um dos caminhos, além de investir no turismo cultural, é também criar políticas públicas mais amplas e abrangentes para os diversos segmentos artísticos; seja as artes visuais, no cinema, na música, no teatro, para os que trabalham com arte terapia, entre outros. Outro ponto importante é pensar mais profundamente de que forma essa vasta produção pode chegar aos que ainda não têm acesso.

Após o período pandêmico, acredito que um dos grandes aprendizados que levamos foi a importância do trabalho coletivo. Nos dias de hoje, é impossível não pensar no ganho coletivo. A pandemia trouxe o isolamento, mas despertou também um sentimento e a vontade de estar em união. Diversos grupos se mobilizaram e se uniram como forma de ajudar os que foram mais afetados. Agora, em 2023, precisamos pensar formas desses grupos e setores se entrelaçarem mais, acho que essa mistura somará e se potencializará, trazendo mais força para a cultura local.

Em relação às exposições, os equipamentos culturais resistem, mesmo com as dificuldades de estrutura e limitações de verba, porém a cena cultural continua se movimentando graças ao empenho dos gestores, produtores, artistas, curadores, entre outros profissionais que se esforçam para fazer acontecer. Porém é necessário investir mais recursos para essas instituições, que hoje mais do que nunca são fundamentais para a difusão e fomento da arte alagoana.

Neste 2023, desejo que nosso setor cultural continue se expandindo e evoluindo. Que os profissionais da cultura sejam mais valorizados, e que também encontrem o seu valor. Que continuemos sendo pontes e fontes de transformação para a sociedade, com o propósito de trazer para o coletivo um futuro melhor.

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