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HOME > notícias > CULTURA

Paralisação da cultura pode gerar prejuízo de R$ 29,9 milhões em Alagoas

Desde o primeiro decreto estadual, setor deixou de arrecadar R$ 18,7 milhões

O setor cultural de Alagoas deixou de arrecadar cerca de R$ 18,7 milhões durante os primeiros 45 dias de vigência dos decretos que proíbem aglomerações. O levantamento, feito com exclusividade pelo Caderno B, do jornal Gazeta de Alagoas, leva em conta os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que aponta 1,126 milhão de domicílios no estado. A análise também considerou o Sistema de Informações e Indicadores Culturais, que revela que o gasto médio mensal das famílias alagoanas com atividades de cultura, lazer e festas é de R$ 11,08. As duas bases de dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de o setor não arrecadar, é possível que a paralisação das atividades culturais, entre os dias 21/03 e 05/05, resulte em um prejuízo de pelo menos R$ 29,9 milhões para a economia alagoana. É o que sugere um estudo divulgado pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedepar-UFMG). Segundo os pesquisadores, para cada R$1 perdido na cultura, perde-se R$ 1,6 na economia como um todo.

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Em recente entrevista ao O Globo, a economista Ana Flávia Machado, líder da pesquisa da UFMG, disse que a paralisação do setor criativo gera um efeito cascata, afetando diversos outros setores e a produção de riqueza de maneira geral. No Brasil, a paralisação da cultura vai gerar R$ 11,1 bilhões de prejuízo em 3 meses de isolamento social, de acordo com o estudo.

Para Sue Chamusca, uma das sócias da produtora que leva seu nome e uma das profissionais mais importantes do segmento em Alagoas, os primeiros 45 dias de isolamento social causaram um prejuízo de R$ 400 mil, em média, ao seu escritório.

"Se já enfrentamos dificuldades normalmente, pós-pandemia será muito mais complicado. Teremos que observar como se dará o comportamento das pessoas, quais as prioridades de gastos? é uma situação extremamente difícil para quem lida com arte e cultura", lamenta.

Imagem ilustrativa da imagem Paralisação da cultura pode gerar prejuízo de R$ 29,9 milhões em Alagoas
| Foto: FOTO: Ailton Cruz

A empresária conta que foi necessário adiar ou cancelar pelo menos 9 eventos até o momento, dos 38 (em média) que chega a realizar durante 1 ano. Em cada um deles, há o envolvimento de uma série de trabalhadores.

"De maneira direta, eventos em teatro contam com o envolvimento de 25 a 35 profissionais, entre seguranças, receptivo, técnicos, carregadores, bilheteiros, camareiros, motoristas, divulgadores e fiscais", explica. "De maneira indireta são centenas de pessoas, não dá para calcular com precisão. Taxistas, cabeleireiros, restaurantes, hotéis, etc. etc.", conclui.

O estudo do Cedepar também observou que a cada 5 profissionais que deixam de trabalhar em atividades artísticas, mais um trabalhador de área correlata é mandando embora, totalizando aí 6 desempregados na economia geral. No começo do mês passado, reportagem da Gazeta de Alagoas chamou atenção para a situação em que se encontravam alguns desses trabalhadores.

"Tem camareira de teatro oferecendo serviços na casa de produtores para poder não ficar sem a diária. Isso está me doendo", relatou o produtor Lucas Neves, que narra outras situações. Técnicos diaristas de fornecedores de som e luz estão trabalhando fazendo entregas."

SEM AUXÍLIO

Imagem ilustrativa da imagem Paralisação da cultura pode gerar prejuízo de R$ 29,9 milhões em Alagoas
| Foto: FOTO: Arquivo

De acordo com dados do Pnad, 73,2% dos trabalhadores da cultura são autônomos, o que, de acordo com a pesquisadora Ana Flávia Machado, acende uma luz de alerta para o fato de que muitos desses profissionais não terão direito ao auxílio emergencial do governo federal.

"São medidas que atendem a população vulnerável, de extrema pobreza ou pobre e impede que muitos desses artistas se tornem legíveis para essa política. Precisamos do pagamento de uma renda mínima pra esses trabalhadores considerando que boa parte não é assalariada", diz a economista.

Para Sue Chamusca, os dados comprovam que falta apoio ao setor.

"Apesar do nosso segmento ser um dos que mais emprega e gera renda no mundo, ainda parecemos invisíveis aos olhos dos governos. Inclusive aos olhos do sistema financeiro. A economia criativa precisa ser levada a sério. O que temos hoje é uma grande encenação. Precisamos efetivamente de linhas de crédito, incentivo e menos burocracia", diz a produtora.

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