Encerrando o ciclo de mais uma turma de dança da Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas (ETA/Ufal), o espetáculo “A Categoria é: Queer” chega ao palco do Teatro Deodoro no dia 25 de maio, de forma diversa, vibrante e recheado de diferentes abordagens artísticas. Apresentando ao público a pauta da representatividade, do modo de ser e de viver da comunidade LGBTQIAPN+.
Com elementos da comunidade ancestral Ballroom, nascida nos espaços guetificados de Nova York, em meados da década de 1960, através do pioneirismo da drag queen e mulher transexual negra Crystal LaBeija e os bailes que acolhiam categorias de dança, caracterização e performance, com temas e no formato de batalhas, o espetáculo une artisticamente as trocas de experiências vivenciadas pelos alunos durante os quatro semestres de curso.
Sob a direção de Crystian Castro, a perspectiva queer trazida pelo espetáculo dialoga com discussões e reflexões acerca de gênero e sexualidade, considerando principalmente as vivências de pessoas LGBTQIAPN+.
“O termo ‘categoria’, no título, faz alusão a esta estrutura das Ballrooms, bem como enquanto uma ‘categoria’ de análise e reflexão teórico-prática que advém dos estudos da Teoria Queer - campo de pesquisa que faz parte do meu processo de doutoramento em Educação e Artes”, contou Crystian.
De acordo com um dos dramaturgos do espetáculo, Regis Oliveira, o processo de construção da dramaturgia aconteceu com muita cumplicidade e rigor artístico e teórico, para dessa forma propor interlocuções entre o sentido poético da obra, a fisicalidade e os estados corporais e estéticos de cada cena.
Para ele, colocar essa pauta em jogo, significa visibilizar as existências que transgridem à norma.”’A Categoria é: Queer’, seria: apresente-se, desfile, exponha o que há de estranho em você, a passarela está aberta para a sua dissidência, para a sua singularidade, para o seu show, para o seu glitter, sua purpurina, seu desconforto. Na categoria ‘Queer’, todos têm lugar.”.
Cheio de dança vogue, jazz, pop e muitas divas dos anos 80, 90 e 2000, a expectativa dos alunos que integram o espetáculo de formatura é conseguir transmitir a mensagem de que as pessoas são diferentes e elas podem assumir suas diferenças sem se preocupar com os padrões sociais.
Fazendo parte dos 13 intérpretes criadores, concluintes do Curso Técnico em Dança, Flaminha Silva revela que o processo de montagem foi desafiador, porque nem todos os corpos estavam familiarizados com os movimentos de dança Vogue, que é a modalidade que conduz o espetáculo.
A participante ainda afirma que o público com certeza sairá das apresentações com o rompimento de padrões de gênero, pois o espetáculo desconstrói esses padrões através dos movimentos, cores e música.
Vivenciando o sentimento de se despedir do período de estudante e o de iniciar uma novo ciclo, para ela é uma experiência única e repleta de alegrias.
“Cada um de nós teve que enfrentar muitos desafios para estar presente nas aulas durante 2 anos, mas sempre com muita força de vontade. Muitos vinham e voltavam todos os dias do interior, à noite, outros tinham filhos e trabalhavam bastante durante o dia, mas todos os dias estavam presentes. Já estamos com saudades desses dias. Sem dúvidas, o sentimento de fazer parte desse momento é de felicidade e saudade”, disse Flaminha.
O espetáculo acontecerá com entrada franca, em duas sessões, a primeira às 15h, exclusivamente para alunos de escolas públicas; e a segunda, às 19h, aberta para o público em geral.
Serviço:
O quê: Espetáculo de dança - A Categoria é: Queer
Onde: Teatro Deodoro (Centro de Maceió)
Quando: 25 de maio (quinta-feira)
Como: Espetáculo gratuito em 2 sessões, às 15h, apenas para estudantes de escolas públicas, e às 19h, para o público em geral
Informações: @eta.ufal