Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > CULTURA

Em 120 anos, Abdulrazak Gurnah é apenas o quarto autor negro a vencer o Nobel

Romancista da Tanzânia foi reconhecido pela Academia Sueca com o prêmio de 2021; saiba quem ganhou antes dele

O romancista tanzaniano Abdulrazak Gurnah, que venceu o prêmio Nobel de Literatura deste ano, é apenas o quarto escritor negro a receber a honraria conferida pela Acedemia Sueca. O resultado pegou todas as bolsas de apostas de surpresa.

Nascido na ilha de Zanzibar e radicado no Reino Unido, Gurnah se tornou rapidamente um expoente da literatura pós-colonial, com os olhos voltados à África Oriental. É o primeiro autor da Tanzânia a ganhar o prêmio, e o segundo autor negro africano depois de Wole Soyinka, da Nigéria.

Leia também

O comitê do Nobel justificou a escolha do escritor de 73 anos “por sua rigorosa e compassiva investigação sobre os efeitos do colonialismo e os destinos dos refugiados na lacuna entre culturas e continentes”.

O escritor se mudou para o Reino Unido aos 18 anos, depois que um conflito armado estourou em Zanzibar em meio à perseguição estatal à minoria árabe a que ele pertence.

Boa parte de seus livros tematizam uma história parecida à do autor, retratando pessoas que migram da Tanzânia para outros lugares. É o caso algumas de suas principais obras, como “Memory of Departure”, “Paradise” e “By the Sea”.

Muito pouco conhecido no Brasil Abdulrazak Gurnah é autor de dez romances, publicados de 1987 até o ano passado.

NEGROS NO NOBEL

O Nobel de Literatura não é conhecido exatamente pela diversidade. Dos 118 escritores premiados desde a fundação do prêmio, apenas quatro são negros, incluindo o vencedor deste ano.

CONHEÇA OS OUTROS TRÊS

WOLE SOYINKA

Primeiro negro a vencer o Nobel de Literatura, em 1986, Soyinka nasceu na Nigéria e tem proximidade com a cultura brasileira, apesar de só ter dois livros traduzidos aqui -a fábula “O Leão e a Joia” e “Aké: Os Anos de Infância”. No último, publicado no ano passado, ele volta aos anos 1930 e 1940 para narrar a sua infância. Descendente do povo iorubá, procura, por meio de um relato memorialístico, explorar a fricção entre a tradição e a modernidade.

Assim como Gurnah, ele também aborda em sua obra as contradições do colonialismo e não hesita em incluir referências diretas da sua realidade, explorando os reflexos da colonização britânica à qual a Nigéria esteve submetida até 1960. Soyinka foi crítico do regime ditatorial que se iniciou em 1966 no país, o que o levou à prisão. O período resultou na coletânea poética “Poems from Prison” (poemas da prisão), ainda não publicada no Brasil.

TONI MORRISON

Única mulher negra a ganhar o prêmio na história, em 1993, ela é a autora de clássicos da literatura americana, como “Amada”, que venceu o prêmio Pulitzer, o estudo de não ficção “Jazz” e a pungente narrativa de “O Olho Mais Azul”, seu primeiro romance. Morrison morreu em 2019, aos 88 anos.

De modo geral, sua obra é marcada por personagens mulheres negras que revelam as heranças míticas do escravagismo da sociedade americana a partir de suas narrativas. É o caso de Sethe, a protagonista de “Amada”, que se vê obrigada a matar a própria filha para impedir que ela seja capturada por senhores de escravos.

DEREK WALCOTT

Poeta nascido na ilha de Santa Lúcia, no Caribe, ganhou o prêmio um ano antes de Morrison, em 1992. Suas obras são marcadas pelo multiculturalismo e por uma veia cômica e luminosa. O comitê do Nobel descreveu seu trabalho como “uma obra poética de grande brilhantismo, sustentada por uma abordagem histórica”.

Primeiro autor caribenho a receber a maior premiação literária do mundo, Walcott teve sua grande estreia editorial com “In A Green Night: Poems”, uma coletânea de poesia que compreendia sua produção entre os anos de 1948 e 1960. Nela, ele celebra a história e a cultura caribenhas, bem como investiga as marcas da colonização, já que, assim como a Nigéria de Wole Soyinka, seu país também foi uma colônia britânica. Seu livro “Omeros” foi publicado no Brasil pela Companhia das Letras em 2011.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas