Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > CULTURA

Babalorixás e Ialorixás alagoanos recebem título de Dr. Honoris Causa

Reconhecimento ocorreu em Pernambuco e é decorrente da contribuição dos selecionados para a cultura e sociedade

Levando o nome e força alagoana para a Câmara Municipal de Recife, em Pernambuco, quatro sacerdotes do candomblé de Alagoas receberam o título de Doutor Honoris Causa na tarde da última quarta-feira (14).

Os babalorixás Célio de Iemanjá, Gigi de Iemanjá e as Ialorixás Sol de Oyá e Tita de Oxum, todos de Maceió, foram contemplados com as outorgas concedidas pela Ordem dos Capelães do Brasil e pela Faculdade FEBRAICA - Formação e Especialização Brasileira e Internacional de Capelania. Durante a cerimônia de entrega, cerca de 120 religiosos de matriz africana receberam o título.

Leia também

Historicamente, recebem o título de Doutor Honoris Causa personalidades eminentes, nacionais ou estrangeiras, que tenham se destacado singularmente por sua contribuição à cultura, à educação, à filosofia da Religião ou à humanidade. O prêmio já foi outorgado em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e, agora, em algumas capitais do Nordeste, como Pernambuco, que contemplou sacerdotes de Alagoas, Paraíba e Natal.

Pai Célio de Iemanjá trabalha há mais de 20 anos com a cultura afro em Alagoas
Pai Célio de Iemanjá trabalha há mais de 20 anos com a cultura afro em Alagoas

Trabalhando em prol da cultura e religiosidade afro-brasileira dentro e fora de Alagoas, o babalorixá Célio de Iemanjá é, há mais de 20 anos, uma das referências do Estado. Com projetos e ações culturais e sociais, o sacerdote, que já tem 40 anos de iniciação dentro do candomblé, é o responsável pelo primeiro afoxé de Alagoas, o Afoxé Odô Iyá, pela Lavagem do Senhor do Bonfim de Maceió e diversos trabalhos que valorizam a cultura negra e ajudam a população de terreiro.

Para Pai Célio, receber a outorga é de suma importância, pois o título é dedicado à sua ancestralidade e uma forma de reconhecimento do Estado Brasileiro aos povos de matriz africana.

“Os nossos ancestrais vieram de África e trouxeram os seus saberes e fazeres tradicionais que estão vivos até hoje dentro dos terreiros de candomblé. Eu e diversos babalorixás e ialorixás somos responsáveis pela transmissão dessas tradições. Assim, eu me torno sim um Doutor Honoris Causa nesse sentido. Na causa afro, na causa cultural e toda uma conjuntura que está dentro dos terreiros”, reflete o sacerdote.

Com o terreiro no bairro do Village Campestre 2, a ialorixá Sol de Oyá realiza diversos trabalhos sociais
Com o terreiro no bairro do Village Campestre 2, a ialorixá Sol de Oyá realiza diversos trabalhos sociais

Com trabalhos sociais no bairro do Village Campestre 2, a ialorixá Sol de Oyá, desde 2014, realiza ações sociais, levando um pouco de amor e atenção a toda comunidade periférica, com o intuito de mostrar a todos que o candomblé é uma religião de acolhimento e respeito ao próximo.

“Receber essa outorga é uma sensação de vitória e glória, pois nossa luta está sendo reconhecida e respeitada, mostrando que estamos no caminho certo. A chegada do título me encoraja a continuar lutando cada dia mais por mim, pelos meus e por todos aqueles que virão”.

Após o título, Pai Gigi de Iemanjá volta para seu terreiro mais feliz e seguro
Após o título, Pai Gigi de Iemanjá volta para seu terreiro mais feliz e seguro

O babalorixá Gigi de Iemanjá, que há 20 anos realiza ações dentro do bairro do Eustáquio Gomes, compartilha do mesmo sentimento e afirma que, além da sensação de estar no caminho certo, a chegada do título também traz uma sensação de maior segurança.

“Voltei para meu terreiro me sentindo mais seguro, pois o reconhecimento nos proporciona a segurança que estamos no caminho certo diante de nossa egbé [comunidade], juntamente com tudo que ela representa”.

Há 20 anos lutando pelo povo de terreiro, o título traz para ialorixá Tita de Oxum a sensação de dever cumprido
Há 20 anos lutando pelo povo de terreiro, o título traz para ialorixá Tita de Oxum a sensação de dever cumprido

Ialorixá do Ilê Maroketú Asé Omó Osún, mãe Tita de Oxum revela que a emoção de receber a outorga, ser chamada de doutora e partilhar do momento com diversos irmãos foi maravilhosa.

“Tenho 20 anos lutando pelo nosso povo, pela nossa cultura e pelo nosso espaço, então, o sentimento é de mais uma realização e de dever cumprido. Acredito que ainda temos direito a muito mais e a luta continua. Eu, como mulher alagoana, preta e de comunidade irei continuar em busca de nossos direitos”.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas