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Artista Lu Azul celebra 50 anos de carreira com nova exposição em Maceió

Mostra “50 anos luz - Uma trajetória artística” será aberta hoje (10) e fica em cartaz até 20 de junho

Lu Azul celebra uma marca que poucos podem ostentar: 50 anos de carreira. A alagoana Maria de Lourdes dos Santos revisita a própria história com uma nova exposição: “50 anos luz - Uma trajetória artística”. A mostra será aberta nesta terça-feira (10), às 20h, na Galeria de Artes do Complexo Cultural Teatro Deodoro, no Centro de Maceió. A visitação é gratuita e segue até o dia 20 de junho.

Transgressora, inquieta e rebelde, Lu Azul fez da arte combustível para conquistar a liberdade - e conseguiu. Ela diz se orgulhar ao afirmar que não se curvou a um estilo e sempre expressou em suas produções o que tinha dentro de si. A exposição percorre as cinco décadas de ofício, com quadros feitos desde 1969 até 2022.

“São obras feitas com muita abnegação, trabalho e determinação. As telas, à primeira vista, podem parecer um lugar comum, já que muitas pessoas conhecem o meu estilo, mas as esculturas são uma surpresa para o público”, adianta.

Além das telas e esculturas, a mostra traz uma coleção de estandartes e também vestidos. “Fiz um estandarte para o bloco Filhinhos da Mamãe uns três anos atrás. Mas eu gosto de ver os estandartes na parede. E os vestidos, pra mim, são arte andante. Comecei a pintar a pedido das pessoas e vi que era uma forma de tornar a arte mais acessível”, comenta Lu azul.

Arte de Lu Azul é reconhecida pelo público e estampa diversos locais da capital alagoana

O tempo - compositor de destinos - quis fazer uma engenhosa simetria: a primeira exposição dela aconteceu no ano de 1969, na Varanda Boutique, em frente à Praça Deodoro. A loja, fechada há algum tempo, ficava a poucos metros do Complexo Cultural, que vai acolher a mostra de 50 anos.

Diferentemente do verso de Djavan, “O amor é azulzinho”, a afeição pincelada nas obras não é de uma única cor. Traz “[..] um cheiro de azul”, entretanto é multicor. Transmite vigor e brandura, concomitantemente. Ficar em frente a uma tela dela é imergir em um emaranhado de sentimentos, como se estivesse aproveitando a sensação de quem está “entre o mar e o entardecer”.

O nome veio Lu “azul” veio de Beto Leão, que escreveu o poema “Lu azul, azulzinha” para ela. “O azul é uma coisa cósmica. Vem de outras dimensões, de outras vidas, é uma cor que mexe comigo”, afirma.

Todas essas características da personalidade da artista estão presentes nos quadros, roupas e esculturas - ao todo, são mais de 40 obras, espalhadas pelos dois pisos da galeria. As formas pré-definidas não têm espaço no trabalho dela, pois a abstração dos traços vai moldar a percepção das figuras a partir da leitura de cada pessoa.

UMA HISTÓRIA AZUL

Lu Azul iniciou a carreira com pinturas figurativas. Aos poucos, foi ousando. A partir dos anos 2000, passou para o abstrato, classificado por ela como “não tão formal, ou, melhor dizendo, um estilo próprio”. Formas, linhas e cores se entrelaçam até atingir a subjetividade de quem as contempla.

A artista agregou os materiais recicláveis como matéria-prima de seus trabalhos. “Eu comecei a fazer essas esculturas porque tenho mania de lixo, todas as vezes que eu passo por um lugar e vejo no lixo algo que me agrada, eu pego. Antigamente, minhas filhas não estavam acostumadas ainda. Eram móveis e afins, tudo isso eu pegava para mim, daí foi que comecei a fazer esculturas com recicláveis. Primeiro, porque tem o baixo custo, pois o lixo é de graça, e, também, porque acho o papelão lindo”, conta.

O gerente artístico-cultural da Diteal, Alexandre Holanda, vai além quando fala dela. “A arte visual de Lu Azul é impactante e enche nossos olhos, mexe com nossa emoção sensorial. Ela nos fala e ao mesmo tempo deixa em aberto a nossa compreensão, seus traços geométricos e a intensidade de suas cores nos trazem vitalidade e força. Nos cabe abraçar essa mulher surpreendente, sobrevivente e encantadora, artista comprometida com seu ofício, e incapaz de se afastar de sua criatividade, precursora do que hoje definimos como mulher empoderada”, ressalta.

A galeria funciona de segunda a sábado, das 8h às 18h; e, aos domingos e feriados, das 14h às 17h, com exceção da semana em comemoração ao Dia Alagoano do Teatro, de 09 a 15 de maio, quando funcionará até às 21h.

A mostra permanece em cartaz até 20 de junho.