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Pesquisa aponta que, 10% admitem ter desrespeitado o isolamento para um encontro

Videochamadas ganham popularidade como opção durante pandemia

Há meses sem se arriscar num aplicativo de paqueras, a coordenadora de marketing Heloísa Silva decidiu aproveitar o tempo ocioso proporcionado pelo distanciamento social para voltar a utilizar estes programas. Não demorou muito para seu perfil cruzar com o de um representante comercial de uma marca de cervejas. Após alguns dias de conversa, a paulistana de 35 anos recebeu uma mensagem na qual ele dizia estar perto de sua casa e perguntava se poderia visitá-la.

Heloísa aceitou. Mas o encontro foi no condomínio de uma de suas amigas de trabalho, a poucos quarteirões de distância e que, ao contrário de seu prédio, conta com segurança e porteiro. Em tempos de coronavírus, a máscara não poderia faltar no look do primeiro encontro. Mas foi dispensada quando o casal decidiu se beijar.

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-  Minha mãe, que trabalha na área da saúde, ficou louca. Ah! Mas não sei se a gente vai ser dizimado amanhã. E pensei: "Será que eu teria a oportunidade de conhecer alguém bacana por aplicativo em outro momento?" Teria alguém tão disposto assim a se jogar para te ver? Você acaba sendo tocada por esse gesto - admite.

Heloísa e seu "crush" não estão sozinhos. Assim como eles, outros brasileiros admitem que já furaram a quarentena para ter um encontro presencial. Eles não são maioria, mas estão longe de serem poucos. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo site de relacionamentos Inner Circle Brasil com 1005 solteiros do pais, usuários (ou não) de qualquer serviço de relacinamento. Dos 549 que dizem estar interagindo com alguém que conheceram num app de paqueras, 10% admitiram ter encontrado pessoalmente. Apesar das recomendações das autoridades de saúde.

- A gente continua se falando com frequência. Já rolaram outros convites para nos encontrarmos. Mas não vou correr mais esse risco. O que me movia era a curiosidade. Já matei - completa Heloísa.

Entre aqueles que não se arriscam a furar a quarentena, as chamadas de vídeo se tornaram uma alternativa. O recurso tem sido utilizado por 44% dos que estão interagindo com alguém. A faixa etária mais jovem (de 18 a 34 anos) conta com a maior adesão: 37% responderam já ter tido um encontro através da videochamada. E, do total de entrevistados, 39% considerariam esta opção para um primeiro encontro em tempos de Covid-19.

O consultor de tecnologia José Coelho aderiu ao recurso. E aprovou. Para ele, o encontro por vídeo, que nem cogitava antes da pandemia de Covid-19, o ajudou a formar opinião sobre as pessoas com quem flerta.

- Tem aquelas coisas para as quais você liga e que, na hora de flertar, apenas por foto não dá para ter noção. Como o jeito, por exemplo. Por video fica mais claro. E curiosamente fui mudando minhas preferências. Alguns que apenas por foto e mensagem não me impressionaram tanto me surpreenderam depois que conversei por vídeo - explica.

- Percebi que a quantidade de "matches" aumentou um pouco. Porém, as conversas não perduram. As pessoas estão conversando com várias ao mesmo tempo. Talvez seja isso, uma consequência da "concorrência" ter aumentado.

Por mais improvável que pareça, Coelho sente um efeito positivo da pandemia em sua vida de relacionamentos. Online, obviamente.

- Antes eu era o chato do Tinder. Eu era muito seletivo, sabe? Se eu via que era médico, dava unlike. Se tinha foto exibindo o "tanquinho", fazia o mesmo. Eu sei que é uma generalização, mas achava todos egocêntricos. Durante a quarentena, como passei a ter mais tempo para conversar, mudei os critérios. Algumas das pessoas que antes talvez não passassem pelo meu filtro, hoje passam - diz o paulista de 27 anos, que conversa com 10 pretendentes atualmente.

Como Coelho, 10% dos entrevistados acreditam que a pandemia teve um efeito positivo ou até muito positivo em suas experiências. Para 38% destas, o motivo desta melhora é o fato de que, agora, há mais tempo para falar com as pessoas. O mesmo percentual afirma que as conversas estão mais significativas.

A  maioria dos entrevistados, como já era de se esperar, enxerga o lado meio vazio do copo. Para 64%, os efeitos da crise de Covid-19 foram negativos ou muito negativos. É o que pensa o professor de Educação Física Ricardo Machado. Aos 45 anos, o tambpem paulista já foi até casado com uma mulher que conheceu através de um aplicativo de paquera. Atualmente, mesmo solteiro, não tem gastado muita energia com estes programas.

Dos 1.005 que responderam ao questionário, 84% concordaram parcial ou totalmente à afirmação de que a Covid-19 dificultou os encontros. Já 64% afirmam que a pandemia teve efeitos negativos em sua própria vida neste sentido. Entre as principais razões, 48% apontaram que todos estão tensos e preocupados. Outros 33% dizem que encontrar alguém parece sem sentido na situação atual.

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