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Influenciadores criam estratégias para burlar fim das curtidas do Instagram

Capturas de tela do celular com número de curtidas e atualizações nos comentários são algumas técnicas para se manter influente na rede social

O Instagram anunciou em julho que não vai mais exibir as curtidas recebidas pelas publicações dos usuários brasileiros, deixando influencers e desesperados.

No anúncio, feito na metade do mês, a empresa declarou o fim da visibilidade dos likes no país, medida que já estava em vigor em países como a Austrália. Com o fim da moda decomprar curtidas, Instagram e outras redes sociais pretendem melhorar o controle sobre as manipulações de dados.

Na verdade, a medida visa testar se a mudança diminuirá o impacto da rede social na saúde mental dos brasileiros. A mudança, no entanto, não teve tantos efeitos práticos: somente os próprios usuários têm acesso aos seus dados, o que acabou por impossibilitar o trabalho de influencers, blogueiros e marqueteiros digitais.

Além disso, milhões de usuários conseguiram burlar o sistema para continuar a exibir curtidas publicamente.

No Canadá, onde a medida também foi tomada, o fim das curtidas foi bem recebido, segundo a imprensa local. Hoje, segundo o Instagram, 1 bilhão de pessoas usa o aplicativo no planeta uma vez por semana.

No Brasil, muitos blogueiros dependem dos números de likes para "vender" seus produtos e realizar trabalhos online. Para não perder dinheiro, eles estão fazendo capturas de tela da página onde as curtidas aparecem e publicando-as na plataforma Stories. Segundo pesquisas iniciais, os comentários também aumentaram, com curiosos querendo saber quantos likes cada foto teve e os donos das contas ativamente respondendo diretamente com os números.

Mas não só blogueiros ficaram descontentes com a nova formatação do Instagram: o presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, afirmou que a decisão fere a liberdade das pessoas.

Segundo a blogueira Camila Farani, do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, o Instagram não tirou os likes por causa da saúde mental dos usuários, mas por uma estratégia de negócios. Quando a empresa viu que o Stories era uma plataforma com maior engajamento do que as publicações de fotos, passou a ver nela a chance de aumentar o número de usuários ativos.

"Essa mudança pode significar uma grande 'jogada' para aumentar o engajamento no Instagram. Se as pessoas não souberem quantas curtidas uma publicação recebe, elas poderão se importar menos com o número e publicar mais.", escreveu ela.

De acordo com o principal executivo do Instagram, Adam Mosseri, a mudança não é definitiva. "Trata-se de uma tentativa de melhorar o ambiente na rede para o futuro", disse.

Ainda não se sabe o prazo em que o teste será feito com os usuários no Brasil, o último país a ser englobado na medida desde então. Farani acredita que, com as tentativas dos usuários em burlar o sistema, a medida pode ser revertida em breve.

O Instagram foi considerado recentemente uma das maiores redes sociais em 2019: além do número global de usuários, só no Brasil são 70 milhões de pessoas publicando vídeos e fotos todos os dias -- é o segundo país com maior número de usuários, atrás apenas para os Estados Unidos.

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