Um fofoqueiro de elite: Thiago Rocha é o nosso entrevistado de Domingo

Formado em rádio e TV, por pouco Thiago Rocha não se tornou engenheiro agrônomo. Mesmo com pouca idade, mas muita história para contar, principalmente no jornalismo de entretenimento, nosso entrevistado da semana é o fofoqueiro mais do bem que conheço. Nascido em Belenzinho, zona leste de São Paulo, o apresentador e seu único irmão Felipe Rocha, foram criados por sua avó materna Consuelo e sua tia Marlene, pois sua mãe trabalhava na cidade de Jacareí a 75km de SP. Confira a entrevista completa com Thiago Rocha:

Como era o menino Thiago? Já tinha o sonho de chegar na Tv?

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Eu sempre sonhei em trabalhar na tv. A Tv sempre foi um fascínio pra mim. Assistia Bambalalão, Bozo, Atchim & Espirro e adorava. Reproduzia em casa o que via. Desmontava o sofá, colocava os cobertores fazendo uma cortina e ali eu era o palhaço que apresentava o programa para a minha maior espectadora: minha mãe.

Como foi seu processo de formação na faculdade de jornalismo?

No primeiro momento, eu pensei até em ser engenheiro agrônomo, mas aí teria que me mudar de São Paulo e não sei se me adaptaria fora desse lugar maluco que vivo. Decidi apostar na comunicação. Antes mesmo de tirar minha CNH, fui atrás de um curso de locução. Me formei lá e entendi que era o que eu queria mesmo. Ainda no final do curso de seis meses diários comecei a faculdade. Precisava terminar o curso e continuar a faculdade. Era no mesmo horário. Um dia ia em um, no outro dia, em outro. Um mês foi assim. Me formei no curso técnico e depois segui a faculdade de rádio e tv.

E seu primeiro trabalho na área, como foi?

Meu primeiro trabalho na área foi numa rádio de São Paulo. Era estagiário. Ganhava R$ 180,00 para trabalhar todos os dias. Ganhava mais dinheiro de vale-refeição do que de bolsa, mas eu segui. Lá comecei a me destacar. Me permitiram ajudar a produzir alguns programas e esse destaque culminou em uma perseguição interna afinal era um estranho que não era da panela que vinha ganhando espaço. O diretor artístico da rádio chamou todos os estagiários e perguntou onde se viam trabalhando e logo respondi que era na locução. Ele abriu os olhos e estranhou. Como um garoto de 18 anos queria falar em um dos microfones mais respeitados de São Paulo? Mesmo assim pediu para fazer um piloto, que nunca saiu graças ao boicote. Contei para uma locutora da emissora que ganhara essa chance e ela espalhou aos locutores para falarem mal de mim. Dito e feito. Profissionais com quem nunca trabalhei começaram a me denunciar falando que eu entrava batendo palmas, atendendo celular, falando alto no estúdio tudo por conta de, se eu fosse aprovado, alguém seria demitido. Só dois locutores da rádio não fizeram parte desse complô que eu fui entender tempos depois, mas lendo uma coluna de tv, vi que uma nova emissora viria. Era uma tv na Intenet. Mandei Meu currículo e entrei como operador, ganhando 3 vezes mais do que ganhava mas não era operador que gostaria de ser. Gostaria de apresentar e foi morando no sonho que eu fiz virar realidade.

Agora o que muitos querem saber, como chegou a televisão?

Olha, nessa tv da internet onde eu era operador de áudio, os equipamentos não chegaram porque estavam barrados no porto. Eu vi sete casais de apresentadores, todos bonitos, jovens e perguntei para a minha nova chefe da tv como eles foram selecionados. Se fosse alguma agência, eu ia atrás. Mas eles fizeram testes com pessoas próximas mesmo o que eu não sabia é que tinha uma vaga de apresentador masculino porque o rapaz selecionado ao invés de estrear nessa emissora, preferiu aceitar um outro convite.

E sua primeira experiência com as câmeras?

Fiz o teste e dois dias depois veio a resposta. Fui aprovado. Era uma sensação indescritível. Em questão de dias sai de estagiário da rádio pra estrear na 1ª Tv on line do país. Era tão maluco que não existia banda larga, YouTube e nenhum vídeo na web. Me lembro de um dia, a Marluce Dias, a toda poderosa da Globo na época mandando um fax fascinada com aquilo que ela via. A Intenet não era mais só texto. Era vídeo também. E eu tive o privilégio de estar lá.

Passou por quais emissoras?

Em rádio trabalhei na 89FM, Ótima FM, Transcontinental e Jovem Pan. Em TV, trabalhei no SBT, RecordTV, TV Gazeta e há 8 anos estou na RedeTV!

Alguém que guarda gratidão e que queira esquecer?

Sim. Guardo gratidão do Vildomar Batista que me tirou do desemprego e me ofereceu o melhor salário que eu tinha ganho até então. Outra pessoa que eu nutro um carinho é um respeito muito grande é o Elias Abrão. Ele sempre confiou em mim e me deu grandes oportunidades. Não posso esquecer da Sonia também. Sonia Abrão foi a apresentadora mais generosa com quem já trabalhei. Em um mundo onde os egos são muitas vezes maiores que o talento, Sonia é daquelas que lhe recebe em sua casa e permite que você faça seu trabalho com liberdade e respeito. Isso não tem preço e é difícil de encontrar.

Pra esquecer, claro que tem. Mas já esqueci. Não podemos deixar que pessoas de caráter duvidoso façam parte da nossa vida.

Mas conta como chegou até o programa A Tarde é Sua com Sônia Abrao? Vcs já se conheciam?

Eu não conhecia a Sonia não. Sempre fui admirador do trabalho dela. A escutava na extinta Rádio Líder FM. No horário que eu tomava banho para ir ao colégio, entrava o quadro dela Fatos & Boatos e eu escutava. Depois a Sonia foi pra tv e eu acompanhei o A Casa é Sua, o Sonia e Você, o Falando Francamente e depois o A Tarde é Sua, mas cheguei até lá porque fui divulgar o Morning Show. Um ano depois de ter ido os convites ficaram mais frequentes e há 7 anos estamos juntos diariamente dando muita risada e levando muita informação sobre o mundo dos famosos e os bastidores da tv.

E a mesa da fofoca? Vc se rótula como um fofoqueiro?

Não tenho problema em ser chamado de fofoqueiro não. Aliás na rua, os que não sabem Meu nome falam: olha lá o fofoqueiro da Sonia Abrão. Eu dou risada e me divirto. Mas a área de entretenimento tem muito preconceito. Quem cobre os bastidores da tv é fofoqueiro, mas quem cobre os bastidores da política, da economia ou mesmo do futebol são jornalistas especializados no assunto. Veja bem, a Mirian Leitão é fofoqueira de política por exemplo. Ela conta os bastidores da política. O Milton Neves é fofoqueiro de futebol. Ele fala dos jogos e dos bastidores, mas não os chamam de fofoqueiros, percebe?

Tem inimizades por conta dos comentários ou notícias que já deu?

Claro que tenho, faz parte. Artista ama elogio mas não suporta críticas ou que falam deles. O Gusttavo Lima ficou chateado comigo quando noticiei a separação dele. Deixou até de me seguir no Instagram. Tá tudo certo. Eu continuo gostando dele e assim que os shows começarem continuarei a prestigiar. Não posso esquecer nunca que o meu compromisso é com o público que me prestigia não com o artista. Se algo aconteceu é minha obrigação noticiar. A fama tem bônus e ônus e muitos deles precisam aprender isso.

E nessa pandemia, como está sendo sua rotina no trabalho e na vida?

Não faço nada. Saio de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Ando com álcool gel. Faço exame toda semana e deixei até de praticar os esportes que gosto. To barrigudo, com gordura, mas tô vivo graças a Deus.

Planos para quando acabar?

Quero viajar muito. Aproveitar o tempo perdido e viajar com meus familiares. Prometi para as mulheres da minha vida, minha mãe e minha tia que vou levá-las a Disney. Não vejo a hora de tudo acabar pra poder realizar esse desejo Meu e delas. Tenho certeza que será inesquecível para nós.