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Mais um mundo gelado no Sistema Solar

Astrônomos que vasculham os céus atrás de novos planetas anões, anunciaram a descoberta de um novo candidato

O número de inquilinos do nosso Sistema Solar aumentou, mas calma que não se trata do aguardado planeta 9. Astrônomos que vasculham os céus atrás de novos planetas anões, anunciaram neste dia 26 de fevereiro a descoberta de um novo candidato. A descoberta em si se deu em maio de 2015, mas, em busca de mais dados, a equipe liderada por Scott Sheppard só fez o anúncio agora.

Esse novo mundo gelado parece ser grande, mas grande quanto? Um tanto difícil de se dizer. As estimativas de tamanho se baseiam em duas grandezas,  a distância até o objeto, que é de  59 unidades astronômicas, ou 59 vezes a distância Sol-Terra e o seu brilho. A grande questão é determinar seu brilho a partir da capacidade do objeto refletir a luz do Sol, uma quantidade chamada de albedo. Valores de albedo elevados, implicam grande capacidade de refletir a luz do Sol e pode induzir a pensar que o objeto é maior do que ele é realmente, basta que seja coberto de gelo.

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Esse parece ser o caso de 2015 KH162, mesmo a essa distância toda - para se ter uma ideia Plutão está a 49 unidades astronômicas - ele é muito brilhante. Usando-se um albedo médio para objetos deste tipo, a equipe de Sheppard suspeita que KH162 possa ter entre 500 e 1.000 km de tamanho. Mesmo na melhor das hipóteses, ele seria menor que Caronte, a lua de Plutão, mas seu brilho o coloca no top 20 objetos mais brilhantes situados para além da órbita de Plutão. Só isso já faz dele um objeto interessante, mas outras características o deixam ainda mais bacana.

Sua órbita é bem inclinada em relação ao plano de todas as órbitas dos planetas, como ocorre com Plutão. Além disso ela é bem ovalada, tipo as órbitas de Plutão, Sedna e Eris. KH162 nunca chega mais perto do Sol do que 6,2 bilhões de km, aproximando-se bastante de Netuno, e sua maior distância até o Sol nunca passa de 12,5 bilhões de km. E o melhor de tudo, seu período orbital é de 489,6 anos, quase o triplo do período orbital de Netuno.

Mas, por que essas características o deixam mais interessante? Porque essas são características que revelam um passado conturbado para objetos deste tipo em órbitas bem afastadas.

É o seguinte.

Bilhões de anos atrás, devem ter existido muitos objetos como Plutão em órbitas mais externas que Netuno. Existe uma teoria que diz que esses objetos foram espalhados um por um através da influência gravitacional de Netuno. Espalhados significa alterar suas órbitas, deixando mais ovaladas e/ou inclinadas em relação ao plano do Sistema Solar. A maior parte deles deve até mesmo ter sido ejetada do sistema, restando uns poucos objetos pingados como Éris e Plutão. A cada ejeção promovida, a órbita de Netuno se altera um pouco, fazendo o planeta migrar pela região. A órbita de KH162 já é um indício de que isso pode mesmo ter acontecido, mas o período orbital do objeto indica que esse processo todo deve mesmo ter acontecido.

O fato do período orbital de KH162 ser o triplo do período de Netuno nos mostra que os dois objetos tiveram uma intensa interação gravitacional, que resultou nessa proporção, chamada de ressonância gravitacional, nesse caso uma ressonância 3:1. Objetos que estejam em ressonância gravitacional com um outro objeto maior têm grandes chances de sobreviver a ejeções como as promovidas por Netuno.

KH162 parece ser o sobrevivente da ira de Netuno em tempos imemoriais do Sistema Solar e, como ele, deve haver muitos outros formando uma família de objetos espalhados do disco. Aliás, foi observando essa família que Mike Brown e seu colega sugeriram que deveria haver um outro planeta agindo nas partes externas do Sistema Solar.

Essa é uma descoberta interessante por dois motivos: o primeiro é que não conhecemos muitos objetos deste tamanho a essa distância, pois eles são difíceis de se encontrar e por isso cada um importa muito. O segundo motivo é que objeto KH162 mostra que ainda existem objetos relativamente massivos ainda para serem descobertos e como o disco espalhado se estende por distâncias enormes, as chances de haver objetos até maiores são bem grandes. Quem sabe até o planeta 9, procurado por Brown.

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