Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > CIÊNCIA E SAÚDE

Luto prolongado é um transtorno mental, segundo a Organização Mundial da Saúde

Nessa condição, a dor da perda torna o indivíduo incapaz de restabelecer sua vida

Em 2022, o luto prolongado passou a ser considerado um transtorno mental na nova versão do manual de diagnósticos de transtornos mentais da Associação Americana de Psiquiatria (APA) e também na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O luto é um processo natural, caracterizado pelo sofrimento e pela saudade, normalmente desencadeado pela perda de algo ou alguém.

Qualquer situação atrelada a um vínculo afetivo e que por algum motivo leve à perda, pode desencadear o luto. Mas esse processo pode se tornar um transtorno quando se estende por longos períodos, causando uma dor constante, onde a pessoa se torna incapaz de restabelecer sua vida de maneira funcional.

Leia também

O luto prolongado possui sintomas semelhantes aos da depressão e da ansiedade. A diferença é o fator motivador para o sofrimento. No luto prolongado, a perda sempre será o gatilho.

A psicóloga e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Samantha Mucci, explica que no processo de luto natural, a perda é marcada pela dor aguda que com o passar do tempo vai sendo ressignificada, diferente do que acontece no luto prolongado. “Há momentos em que a pessoa vai ficar mais voltada para a perda e, em outros, onde ela vai retornar à sua vida de trabalho e estudos. Quando esse indivíduo fica muito voltado para a perda e não consegue retomar a vida e se reintegrar com lembranças, podemos pensar num processo de luto prolongado”, detalha.

Durante a infância, o cuidado também é essencial. “Até os 10 anos de idade a criança não tem compreensão de como a morte funciona, ela acha que a pessoa ainda pode voltar, então acaba criando fantasias e pensamentos mágicos”, explica Samanta, que acrescenta que transtornos do humor que não são tratados na infância e na adolescência contribuem para que na vida adulta, o indivíduo apresente uma predisposição maior para o desenvolvimento de doenças físicas e transtornos de saúde mental.

Sintomas

Entre crianças e adolescentes o luto prolongado geralmente vem acompanhado de sentimentos de abandono e rejeição. Nessa fase, alguns sinais devem ser observados:

  • Ficar isolado;
  • Ficar mais retraído;
  • Apresentar dificuldade de concentração;
  • Apresentar dificuldade de socialização;
  • Apresentar sofrimento agudo.

O luto sempre está atrelado a perdas, mas não está relacionado somente à morte. A perda de vínculos familiares pela separação dos pais, por exemplo, também pode ser gatilho para o luto prolongado.

Na vida adulta, os principais sintomas do luto prolongado estão relacionados a:

  • Dificuldade de concentração;
  • Dificuldade de produção;
  • Sentimento de desvalorização da vida;
  • Sentimento de incapacidade.

“No adulto, a dor está muito mais ligada à vontade de viver ou não e à vontade de produzir. A pessoa começa a ter sintomas como perda de libido, de desejo, de vontade de namorar, de ter vida pessoal. Ele vai se isolando também, como a criança e o adolescente, mas com uma intensidade diferente”, esclarece a psicóloga.

SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o cuidado e desempenha papel fundamental na abordagem dos Transtornos Mentais, principalmente os leves e moderados, não só por sua capilaridade, como também por conhecer a população, o território e os determinantes sociais que interferem nas mudanças comportamentais, dispondo de melhores condições para apoiar o cuidado.

Diferentes níveis de complexidade compõem o cuidado, sendo os CAPS, em suas diferentes modalidades, pontos de atenção estratégicos da RAPS. Serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar, podem ser encontrados. Também estão disponíveis as Equipes Multiprofissionais Especializadas em Saúde Mental (AMENT), que têm como objetivo atender casos moderados de ansiedade e depressão.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas