Principal causa de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma é uma lesão no nervo óptico provocada pelo aumento da pressão intraocular. A Sociedade Brasileira do Glaucoma (SBG) estima que até 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos sofrem do problema no Brasil.
O mal é silencioso: a doença é assintomática no início e a lesão vai evoluindo até que o campo de visão do paciente esteja prejudicado.
“O primeiro sintoma perceptível é uma diminuição na lateralidade da visão. No entanto, muitas vezes, nem isso leva a pessoa ao médico, pois ela pode continuar com uma boa visão ao olhar para o horizonte”, explica a oftalmologista Núbia Vanessa, do CBV Hospital de Olhos, em Brasília.
O glaucoma aparece com mais frequência a partir dos 40 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, dependendo da causa que provocou a pressão intraocular mais elevada.
Os grupos que correm maior risco de desenvolver o problema são os negros, por terem maior tendência a apresentarem pressão alta, as pessoas com mais de 40 anos e os portadores de diabetes. O histórico familiar também é importante para o diagnóstico, cerca de 6% dos pacientes com glaucoma já tiveram outro caso na família.
A médica cita alguns sinais que devem levar a uma investigação sobre glaucoma:
- Vermelhidão nos olhos;
- Sensibilidade à luz (fotofobia);
- Dor forte e súbita em um dos olhos;
- Lacrimejamento excessivo;
- Dores de cabeça frequentes.
A principal recomendação para prevenir o glaucoma são as consultas oftalmológicas periódicas.
Tratamento e cirurgia
O tratamento para o glaucoma consiste em reduzir a pressão ocular para evitar que as lesões no nervo óptico evoluam. O mais usual é o uso de colírios. Em alguns casos, o tratamento pode ser combinado com o uso de medicamentos de via oral.
A oftalmologista Núbia Vanessa afirma que a cirurgia pode ser necessária nos casos em que a pressão ocular é extremamente alta. “Quando o tratamento com colírios não funciona, a intervenção pode ser necessária”, diz Núbia Vanessa.
A cirurgia de glaucoma não recupera a visão perdida, pois os danos no nervo óptico são irreversíveis. O procedimento busca impedir a evolução da doença, possuindo caráter profilático, e não corretivo.