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Circuncisão pode ajudar na prevenção de ISTs, sugere pesquisa

Discussão que relaciona a circuncisão à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis é antiga e não está claro se vale para homens gays

Um pequeno estudo publicado na revista científica European Urology Focus encontrou evidências de que a circuncisão (a remoção da pele que cobre a cabeça do pênis, chamada prepúcio) pode alterar a abundância e a composição das bactérias fúngicas presentes naturalmente no órgão.

Os pesquisadores notaram que, após a cirurgia, algumas das comunidades bacterianas que encolheram foram associadas a inflamações e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Na prática, isso significa que a circuncisão poderia reduzir o risco de contágio por ISTs e limitar a inflamação nos tecidos penianos.

O estudo, publicado no dia 22 de dezembro de 2022, foi realizado por cientistas de algumas universidades norte-americanas e da Índia e envolveu 11 crianças.

No entanto, existem várias discussões se de fato a prática pode prevenir o contágio por infecções sexualmente transmissíveis.

Antigo debate, mesmo impasse

Apesar de existirem poucos dados e estudos controlados sobre a circuncisão, teorias de que a cirurgia protege contra ISTs estão em circulação desde pelo menos os anos 1800, de acordo com os cientistas.

Desde então, inúmeros estudos observacionais e alguns ensaios clínicos randomizados ao longo dos anos encontraram evidências que sugerem que a circuncisão pode proteger, até certo ponto, os homens de algumas infecções.

Nos anos 2000, por exemplo, cientistas propuseram que a prática protegia contra a inflamação e a infecção pelo HIV, alterando o microbioma peniano.

No entanto, existem inúmeros fatores que influenciam a saúde humana e muitos outros que controlam a propagação viral e bacteriana. Muitos desses estudos foram realizados entre homens adultos e heterossexuais em nações em desenvolvimento. Ainda não está claro se os mesmos resultados valem para todos os países ou em homens gays ou queer.

Mas, em 2007, a Academia Americana de Pediatria dos Estados Unidos revisou a literatura sobre circuncisão e concluiu que as evidências atuais indicam que os benefícios para a saúde masculina da circuncisão em recém-nascidos superam os riscos.

Já os cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA reconhecem que a circuncisão pode proteger parcialmente do HIV, mas ao mesmo tempo, pontuam a falta de argumentos consistentes que sugiram que a cirurgia pode reduzir a transmissão do vírus entre a comunidade gay e queer.